Mc 2.1-12 (paralela Lc 5.17-26)
v.1-5:
Se alguém resumisse, talvez esquecesse que tudo começou com perdão.
Mas a única coisa que Jesus falou foi: Estão perdoados os teus pecados. E só!
Não fosse a blasfêmia dos fariseus, parece que tudo teria acabado ali.
Fico pensando no paralítico, dia e noite na cama, sonhando em andar, ser útil.
Quantas lágrimas, revoltas, tristezas, desilusões.
Ouve falar de Jesus, pede ajuda aos 4 homens, toda aquela trabalheira, finalmente fica frente a frente com Ele.
O coração dispara, sem poder esperar a hora de andar.
Mas ouve simplesmente: Teus pecados estão perdoados.
Temos tendência de pensar: Coitado, é só isso?
A rigor, pensamos assim porque somos apegados ao bem estar físico, conforto.
Freqüentemente invertemos a ordem correta das coisas.
Mas Jesus sabe que os valores espirituais estão acima dos terrenos.
Ele sempre agiu dentro desse princípio, iniciando logo na 1a. tentação (Mt 4.2-4).
E dá o prêmio máximo ao paralítico: perdoa os pecados.
É como se isso fosse tão importante, que simplesmente desconsiderou a paralisia.
O perdão de pecados foi um alívio definitivo, eterno.
A cura teria sido um alívio provisório.
Só em pensarmos um pouco, já começamos a dar razão a Jesus.
Num encontro frente a frente com Jesus, hoje, quanta gente ficaria decepcionada se ouvisse dEle, apenas “Os teus pecados estão perdoados”.
* Um doente, gostaria de receber a cura do seu mal.
* Um endividado, gostaria de receber bênçãos financeiras.
* Uma esposa mal tratada pelo marido gostaria que Cristo mudasse o coração do bruto.
E por aí vai...
Não é errado ansiar por problemas resolvidos.
Mas muito mais importante que isso é o problema da perdição eterna.
Impressionante como o inferno parece não preocupar as pessoas.
E quando alguém tenta abordá-las, mudam de assunto, ou criticam:
“Quem é você para me falar em coisas de céu, inferno, etc? Ninguém entende isso!”
Mesmo que se mostre que a Bíblia fala nisso, não estão interessadas.
Querem resolver seus problemas terrenos.
E muitos buscam a Cristo exatamente para isso.
E como acreditam que Ele está vivo e poderoso, não se conformam que não resolva os seus problemas terrenos.
E se preciso for até fazendo milagres como antigamente.
É importante compreender que Ele fez milagres por duas razões básicas:
1) Mostrar que tinha o apoio divino, ganhar credibilidade e salvar almas.
2) Fazer analogia da cura do corpo com a salvação da alma.
Mas hoje não há mais necessidade de Ele lançar mão desses recursos.
O registro dos milagres no NT substitui os próprios milagres, no propósito de levar as pessoas a crerem em Jesus e serem salvas.
Jo 20.30-31: essa passagem é valiosíssima, pois explica exatamente isso.
Cristo quer que as pessoas tomem conhecimento dos milagres passados, creiam, sejam perdoadas e assim tenham vida eterna.
Observe como Ele continua dando prioridade total ao perdão e à salvação da alma.
Acho que Ele não curou de imediato o paralítico e falou do perdão dos pecados para mostrar que esse perdão era muito mais importante que a cura.
E essa ordem de prioridade continua inalterada até hoje: o Evangelho que Ele pregou, os apóstolos e discípulos pregaram e nós hoje continuamos pregando, tem o objetivo de levar pessoas ao ponto de pedirem perdão e serem salvas.
v.6-7:
Presentes escribas e fariseus (Lc 5.17): altas autoridades religiosas
Exemplo triste e típico do que foi registrado em Jo 1.10-11.
Jesus, o grande rejeitado.
Primeiro episódio de uma série de hostilizações.
Os escribas e fariseus eram duros de coração e obviamente não acreditavam na divindade de Jesus, pois assim eles é que estariam sendo blasfemos.
E claro que foi o que aconteceu.
Ao chamarem Jesus de blasfemo, automaticamente eles é que se tornaram os blasfemos.
Ainda hoje é assim: ou alguém é crente em Cristo ou descrente de Cristo.
Se Jesus não é Deus, como Ele diz, você está liberado para pensar dEle o que quiser!
Mas se Ele é Deus, então ou você crê em tudo o que Ele disse ou você é um blasfemo, pois está chamando mentiroso o próprio Deus. Não há saída.
E saiba: a Bíblia diz que ELE É DEUS, SIM!
Curioso: os fariseus e escribas acertaram em cheio quando afirmaram que somente Deus pode perdoar pecados!
v.8-12:
Percebendo logo por seu espírito: Ao ler corações, Jesus mostra sua divindade.
Por que arrazoais...: tristeza de Jesus, quase inconformação com a dureza deles.
Jesus queria PROVAR que tinha poderes para perdoar pecados. Mas como?
Fazendo outra coisa que somente Deus poderia fazer: curar o paralítico.
Quando perguntou “Qual é mais fácil?”, sabia que a resposta certa seria: “Nenhum!”
Quem fizesse um, faria o outro.
Jesus manda que ele se levante, pegue o seu leito e vá para casa. E ele fez.
Ou seja: Jesus tanto perdoou os pecados do homem, como o curou. Fez ambos!
Mas pela ORDEM em que agiu, mostrou a prioridade que dava a cada uma.
E essa ordem de prioridades ainda está valendo hoje.
Amigo, trate de pedir a Cristo perdão pelos seus pecados. Depois, secundariamente, pode pedir pela sua saúde, casamento, problemas, etc.
Não inverta, como os fariseus. Amoleça esse coração duro. Peça perdão e Ele dará!
Irmão em Cristo:
No seu dia a dia, não inverta a ordem das coisas. Primeiro, o espiritual, depois o terreno.
Quebrou o braço? A primeira oração não deveria ser: “Oh, Senhor, que eu sofra pouco”.
Mas: “Oh, Senhor que eu seja útil a ti com este braço quebrado”.
Lembre-se de Cl 3.2: Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra.
Que Deus nos abençoe.