Cl 1.25-27 58 minutos 22/01/2017
Mauro Clark
Vejamos agora do que isso se trata.
v.25-26
ministro: διακονος diáconos: servo, atendente, garçom, trabalhador, diácono
dispensação: responsabilidade, tarefa
... para dar pleno cumprimento à Palavra de Deus
Ao dar prosseguimento ao anúncio da Palavra de Deus, surgiu algo novo, que deveria ser revelado:
... mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações
mistério: não um suspense, mas um segredo ainda não revelado.
Havia um segredo que, até aquele momento estava escondido, mesmo na Palavra de Deus pregada no Antigo Testamento.
Mas chegara o fim da necessidade de guardar esse segredo:
... agora, todavia: Alguma coisa aconteceu para esse segredo tivesse fim
... se manifestou: mais que revelado: apareceu, surgiu diante de quem quisesse ver.
... aos seus santos: só quem entenderia, tiraria proveito, seriam os santos, os salvos.
Antes de vermos que mistério é esse, uma observação:
Na pregação passada, v.24, falei que Paulo enfatizou duas vezes que o seu sofrimento era em benefício dos irmãos: ... por vós... a favor do seu corpo...
Agora pela terceira vez ele toca nesse mesmo ponto, v.25:
... me foi confiada a vosso favor
Não é a mesma preposição “em benefício de”, mas “para”, “visando”, que equivale.
Em suma: impressionante a noção de Paulo de que seu serviço era o bem de outros.
Só que essa noção não era exclusividade de Paulo.
Ao contrário, ele era um mero imitador do Senhor Jesus Cristo que veio servir - e que serviço: dar a vida por outros!
Irmão: o motivo básico pelo qual você faz um serviço ou tem um cargo/função, não é para lhe satisfazer, mostrar sua capacidade, etc., mas para beneficiar os outros.
Se é isso que tem em seu coração, amém! Se não é... talvez seja melhor parar.
Mas, que mistério é esse?
v.27
Antes de dizer exatamente o que, Paulo fala de duas coisas que Deus fazia questão que todos soubessem que estavam incluídas nesse mistério:
1. riqueza da glória deste mistério:
Era algo extremamente precioso, riquíssimo em glória divina, envolvia Deus
2. entre os gentios: diretamente relacionado com os gentios, não com os judeus.
E que segredo é esse, que somente foi revelado agora?
Cristo em vós, a esperança da glória
Cristo: Ungido, o Messias dos judeus.
Mas o “vós” aqui não se refere aos gentios?
Sim, e logo de saída o segredo começa a ficar interessante para os gentios: “O Messias dos judeus tem algo a ver conosco”. Mas, o que?
EM vós:
Não “Cristo ao lado de vós”, ou “no meio de vós” mas EM vós, dentro de vós.
A Pessoa de Cristo se liga efetivamente com a alma do crente: Jo 17.22-23
Cristo passa a habitar internamente no crente, através do Espírito Santo.
O crente passa a ser tabernáculo de Deus.
Quem tem Cristo em si, mesmo morrendo um dia, tem vida eterna: Rm 8.10
Mas o que significa “Cristo nos gentios”?
a esperança da glória
esperança...: Segunda vez que Paulo fala da esperança do crente nesta carta (v.5).
Esperança cristã é “certeza esperada” ou “expectativa de certeza”: Rm 5.2
Nada a ver com “acho que”, ou “gostaria que”. Provém da fé: Gl 5.5
É uma certeza viva, consequência da própria regeneração: 1Pe 1.3
Note esta afirmação de Paulo e veja se parece um desejo ou uma certeza: 2Tm 1.12
... da glória: Glória de quem? Cl 3.4; Rm 8.18-21; 2Co 4.17
Por essas passagens, a resposta seria “glória nossa”.
Correto, mas incompleto.
A glória é nossa, mas não porque nos pertence em essência, mas foi recebida de Cristo.
Ele compartilha conosco a glória dEle! Fp 3.20-21; 2Ts 2.14; 2Co 3.18
Talvez pouco signifique para nós que, antes de Cristo, os gentios não tinham esperança. Afinal nós nascemos ouvindo sobre a salvação realizada por Jesus Cristo.
Mas antes não era assim: Ef 2.12 (Ef: carta “irmã” de Cl)
Os gentios praticamente não conheciam a Deus.
A tarefa dos judeus de levar Deus ao mundo, havia falhado.
Os gentios estavam sem esperança: a mesma palavra!
Imagine-se angustiado, como antes da sua conversão.
E ninguém ter uma palavra segura para lhe dizer. Apenas religiões estranhas, inventadas, que mais confundem do que acalmam.
É um pesadelo. Pior do que ter sede e não poder beber, do que ter dor e não ter remédio.
Pois era assim, para um gentio, antes de Cristo vir.
Que segredo revelado! Que boas novas.
Pena que, para muitos, essa boa nova parece tão sem graça como notícia de jornal velho.
Crente, não deixe de falar nunca, pois alguém poderá ouvir, crer e ser salvo.
Quanto a você, amigo, deixe as incertezas e se agarre numa esperança firme, Cristo!
Que Deus nos abençoe! Amém