PREGAÇÃO

Sem fé, afunda!

Mt 14.22-33      60 minutos      23/09/2012         

Mauro Clark


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22 Logo a seguir, compeliu Jesus os discípulos a embarcar e passar adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões. 23 E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde, lá estava ele, só. 24 Entretanto, o barco já estava longe, a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário. 25 Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. 26 E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram.  27 Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! 28 Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. 29 E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. 30 Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! 31 E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste? 32 Subindo ambos para o barco, cessou o vento. 33 E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus!
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Após 1a. multiplicação dos pães, os discípulos embarcam, Jesus despede a multidão e depois, sozinho, subiu a um monte para orar. Recarregar as baterias.
As orações de Jesus eram freqüentes, tanto curtas como longas (quando se isolava).
Se Ele, sem pecado, utilizava o recurso da oração para estar mais perto de Deus, quanto mais nós!

v.24Enquanto Jesus orava calmamente, os discípulos enfrentavam um tempo difícil no Mar da Galiléia, com vento e ondas. E acontece o inesperado:

v.25
quarta vigília: entre 3 e 6 horas da manhã.

Jesus foi ter com eles: Que beleza de cena. Alta madrugada, no meio do mar, vento forte e altas ondas, o próprio Criador indo ao encontro deles, para ajudá-los, para estar com eles. Que privilégio!

E pensar que todo o que se converte a Cristo tem o mesmo privilégio! Em qualquer situação, onde quer que precisemos, Ele vai ter conosco.

Mas tem um fato bem diferente nisso tudo:
por sobre o mar: um milagre. Cancelou a lei da gravidade sobre o próprio corpo. Ele queria estar com os Seus discípulos e faria o que fosse necessário para isso. A maneira de chegar lá, era detalhe: por baixo d’água, pelo ar (Dt 33.26), etc.

E não ocorre o mesmo conosco? Ele usa maneiras impressionantes para nos ajudar. E sempre nos surpreende. Pensamos que vai agir de uma maneira ou de outra. E Ele vem com uma terceira! Quantas vezes nos angustiamos: “Como EU vou sair dessa?”
Mas a pergunta está errada, pois NÓS simplesmente NÃO vamos sair, mas ELE é quem virá ao nosso encontro para nos tirar! Mas COMO Ele fará? Ah, isso não sabemos. O que importa é que Ele QUER nos ajudar, promete ajudar e vem e ajuda mesmo!

Os discípulos lhe deram boas-vidas e o receberam com alegria. Certo?
v. 26
Pela falta de capacidade de reconhecerem Jesus, gritaram com medo dEle, tentando impedir que se aproximasse. E não pensem que ficaram conversando como adultos estranhando o que estavam vendo, mas gritando como crianças apavoradas.
Cena patética: discípulos com medo de quem iria salvá-los (não apenas salvá-los do mau tempo, mas de tudo, até dos pecados e do inferno).
Porque não atinaram que era Jesus? Afinal, eles estavam acostumados com milagres.

Resposta em Mc 6.51-52: ... o seu coração estava endurecido
Não estavam abertos para realidades espirituais (ainda nem haviam “digerido” espiritualmente o estupendo milagre dos pães e peixes, há pouco). E agora no barco, deviam estar tão preocupados com o mau tempo que as coisas espirituais passavam longe.

Quando os valores espirituais não são prioridade em nossa vida, nos concentramos exageradamente nos problemas em si. As coisas do alto nos parecem meio estranhos. Até mesmo quando Jesus se aproxima para nos confortar, não O reconhecemos. Não estamos abertos para Ele, afinados. E não O acolhemos “no barco” da nossa rotina. Tudo falta de VISÃO ESPIRITUAL!

Para o crente que tem os valores trocados, se tudo AQUI vai bem, então, tudo vai bem na vida espiritual. Se as coisas AQUI vão mal, fica meio desgostoso, até com dificuldade de reconhecer a mão de Deus na sua vida. Que inversão!

v.27
não temais: Jesus se identifica imediatamente e procura animá-los. Se Cristo não deseja que nos apavoremos com coisa alguma, quanto mais com a presença dEle próprio!

v.28-29
Nem isso foi suficiente para tranqulizá-los. Ficaram em grande dúvida.Pedro (tinha de ser ele!) faz um teste: se fosse Cristo, que o chamasse sobre a água.
Bela demonstração de Pedro: confiança no poder de Jesus de fazê-lo andar sobre o mar. Jesus concorda e pronuncia uma palavra: Vem. E lá foi Pedro! 

v.30-31
De fato, Pedro tinha confiança e fé em Jesus, só que bem pequena. E terminou sendo repreendido: homem de pequena fé, por que duvidaste?
Aqui temos uma frase valiosa, que nos ensina coisas importantes sobre a fé. Antes de tudo, o próprio Jesus nos informa PORQUE Pedro afundou: duvidou. Duvidou de quem? De Cristo, claro!
Uma fé pequena contém um elemento ofensivo a Deus: desconfia que Ele pode fazer algo que prometeu.

Mais delicado quando se trata de fé quanto a coisas que Deus NÃO prometeu. Nesse caso, se Deus dá convicção pessoal, o crente deve confiar. O problema é saber se a tal convicção realmente vem de Deus ou da própria pessoa.
Claro que não se tratando de coisas que Deus não prometeu na Bíblia e nem deu convicção pessoal, não há sentido em se falar em fé.
Exemplo: você tem fé que essa filmadora vai se transformar num pássaro e sair voando? Não. Poder, Deus tem, mas não sei se Ele deseja.
A fé genuína sempre é exercida com base na combinação de 2 elementos: PODER e VONTADE de Deus.

Voltando a Pedro, a vontade de Cristo já estava clara, quando. disse “Vem”.
Pedro confiou ousadamente, desceu do barco e se dirigiu até Jesus, sobre a água. Mas ALGO ocorreu que abalou a confiança de que Jesus poderia mantê-lo na superfície.
O QUE? Medo! Medo de afundar e morrer no mar agitado.
Ora, quando Cristo se identificou (v.27), só disse uma frase: exatamente Não temais!
Várias vezes lemos na Bíblia essa mesma expressão “não temais”.
Deus nunca nos quer apavorados. Por que? Porque o medo assume que algo NOCIVO, PREJUDICIAL pode ocorrer.
Só que, com Deus por perto, NADA realmente nocivo nos acontece (não falo de acidente, etc., mas de algo que nos destruirá, ou nos afastará da mão dEle). Se Ele estiver conosco, TUDO o que ocorrer conosco, será para o nosso bem. Sendo assim, para que ter medo?
Nunca esqueça: o medo é um grande inimigo da sua fé.
E o que fazer para ter menos medo? Pedir que Deus o tire E tomar providências para fortificar a fé!

Mas ainda falta um elemento importante nisso tudo: COMO É QUE O MEDO entrou em Pedro? Ele não estava tão tranqüilo e seguro?
Reparando, porém, na força do vento
Aqui está o início do fracasso de Pedro: deixou de olhar para Jesus e olhou ao redor. Vemos claramente uma seqüência: desconcentrou de Jesus; olhou ao redor e notou o perigo; o perigo trouxe o medo; o medo trouxe a dúvida; a dúvida levou à queda.
Tudo começou quando Pedro deixou de se concentrar em Jesus.

A lição para nós é óbvia: estejamos totalmente focados em Cristo. Não apenas numa grande dificuldade (como foi o caso dos apóstolos), mas ao longo da carreira que nos está proposta, ou seja, em qualquer circunstância da vida: Hb 12.1-2.
Se deixarmos de olhar para Cristo poderá vir o medo, nos perigos; a arrogância, nas vitórias; a independência, nas bonanças; etc. Em qualquer situação assim, nossa fé enfraquece e começamos a afundar!

Ainda uma lição: Pedro, coitado, quis mostrar uma fé mais robusta do que tinha e terminou fazendo papelão.
Não queira mostrar uma fé maior do que você tem. Você vai passar vexame!

v.32-23
Novo milagre: o vento parou imediatamente depois de Cristo ter entrado no barco. Os que estavam no barco O adoraram, reconhecendo ser Ele divino, Filho de Deus.
Experimente ter como regra de vida sempre terminar qualquer experiência com Cristo, adorando-O!

Amigo: por que você não reconhece Cristo como Deus e Salvador da sua vida? Cuidado para Jesus não ir ter com você para julgá-lo, em vez de ajudá-lo. 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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