PREGAÇÃO

Servo sofredor e Salvador sublime - 2-3 - 2a parte

Is 53.4b-6      53 minutos      14/10/2012         

Mauro Clark


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... e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. 5 Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos.
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Na pregação passada comentamos os versos 1, 2, 3 e parte do 4 de Isaias 53.
Em resumo:
Os v.1-3 tratam da má compreensão da pessoa do Messias.
Os v. 4-6 dão a explicação real do fatos.
Poucas pessoas creriam no Messias e na pregação sobre ele. O Messias surgiria discretamente em cena, como um renovo, uma raiz de terra seca.
Seria um homem sofrido, especialmente no aspecto emocional, se condoia com o sofrimento dos outros. Seria um homem comum, não bonito, desprezado.
Mesmo assim, tinha uma beleza de caráter que homem algum jamais teve. Era manso e humilde, puro.
Mas isso não tinha muita importância para os judeus, que esperavam Messias poderoso e cheio de pompa. Embora reconhecessem que havia algo de uma autoridade moral diferente, não entendiam bem a origem disso.

Tomou sobre si as nossas enfermidades.
Como? Nas curas, é como se tivesse chamado para si o problema das doenças, deixando os enfermos livres.
Tomar sobre si pode ter o aspecto adicional de sofrer com as doenças e o sofrimento dos outros. Ele se identificava com os pecadores.
Além do mais, Ele de fato tomou sobre si, no aspecto de substituição, o pecado dos homens, que é a causa de todo o sofrimento humano.
Terminamos comentando que as curas que realizou na 1a. vinda não deixam de apontar para o futuro, quando todos os Seus discípulos estarão livres de sofrimento: Ap 7.16-17

Vejamos agora da segunda parte do v.4 até o v.6.
v.4b
nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
Os inimigos estavam convencidos que Jesus pregava contra a Lei de Moisés e portanto Deus se tornara inimigo dEle e o punia duramente.
O povo deve ter ficado muito confuso. Alguma coisa Deus tinha contra aquele homem, que parecia uma boa pessoa, correta, etc.
Seja como for, não examinaram com profundidade, foram levados por mau julgamento, por ingratidão, por “gosto de sangue”.
Tanto que Pilatos disse três vezes que não via mal algum em Jesus que justificasse a crucificação. Mas o povo, mesmo sem entender, estupidamente, irresponsavelmente, assumiu qualquer erro que estivesse cometendo: Mt 27.11-26

Certamente alguns não tomaram posição tão hostil, mas sem entender bem o que estava acontecendo.
E mesmo os poucos que tinham o coração aberto para Ele, talvez pensassem tratar-se de um profeta sofrido, mártir, como tantos outros sobre os quais Deus permitiu grandes sofrimentos.
Paulo resumiu isso quando falou: At 13.27

Você, amigo, não se deixe influenciar por quem não conhece bem a Cristo, ou pelo seu próprio desconhecimento sobre Cristo. Examine com seriedade: QUEM É CRISTO ?

v.5
traspassado: hebr.: ferido, perfurado, atravessado ... moído: esmagado.
Obviamente refere-se à crucificação e morte.
Mas por qual motivo e com qual OBJETIVO Ele foi “traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades?”
Por que foi crucificado e morto?

v.5b
E quer dizer que antes estávamos em GUERRA contra Deus? Sim. Esse grito de guerra foi dado por Adão, quando se rebelou. E junto com ele, a humanidade inteira.
Todo pecador é inimigo de Cristo, é inimigo de Deus, pois o pecado ofende, agride, não tolera Deus: Jo 15.18-19, 23; Rm 8.7; 5.8-11; Tg 4.4
O Messias, Jesus Cristo, foi castigado para que nós tivéssemos paz com Deus:
Rm 5.1: a fé que Deus lhe dá precisa ser exercida por você em direção a Cristo.
Ao pedir perdão e se sujeitar a Ele, Deus lhe declara formalmente quite com a justiça divina. Você está justificado de todos os seus pecados, você não é mais considerado inimigo de Deus. Você não declara, mas IMPLORA paz a Deus e Ele concorda!
Tudo por causa do que Cristo fez.
Não é à toa que Ele é chamado de Príncipe da Paz (Is 9.6).

Você crente, já parou para pensar na paz que Cristo trouxe ao seu coração? Já pensou na diferença entre antes da sua conversão e agora?

... e pelas suas pisaduras fomos sarados
pisadura: contusão, ferida, golpe
sarados: curados, feitos saudáveis
A morte dEle tornou possível ficarmos curados da doença mortal do pecado.
Ficamos com pena quando sabemos que alguém está com câncer terminal. É trágico que muitos pecadores não se imaginam possuidores de doença muito pior do que o câncer: o pecado, absolutamente mortal em termos eternos.
Apenas Cristo pode curar dessa doença.

v.6
Vemos a CONSEQÜÊNCIA de sermos transgressores e iníquos e de termos declarado guerra contra Deus: nos tornamos como ovelhas desgarradas e desviadas.
E deixa IMPLÍCITO que o fato da iniqüidade de todos ter caído sobre o Messias, fez com que as ovelhas pudessem deixar de ser desgarradas.
Ou seja: o sacrifício de Cristo, além de uma paz técnica (ausência de inimizade) permitiu que os pecadores fossem ACOLHIDOS por Deus, como ovelhas do rebalho dEle.
Pedro citou essa passagem e deixou EXPLÍCITO esse retorno a Deus: 1Pe 2.21-25

Observe a ênfase que Isaias dá ao aspecto SUBSTITUTIVO da morte de Cristo.
Ele nos substituiu, morreu para que nós fôssemos salvos, libertos da condenação.
Nesses três versos lemos CINCO vezes o CONTRASTE:
ELE tomou sobre si as NOSSAS enfermidades
NOSSAS dores levou sobre SI
ELE foi traspassado pelas NOSSAS transgressões
O castigo que NOS traz a paz estava sobre ELE
O Senhor fez cair sobre ELE a iniqüidade de todos NÓS

Mesmo assim, por mais que falemos que Cristo nos substituiu, não alcançamos o valor. Além de tratar-se de algo infinito, não estamos acostumados a substituir ninguém.
Os médicos trocam horários de plantão nos feriados. Queria ver um dar plantão no lugar do outro mas sem trocar!
É contra a nossa natureza substituir os outros em coisas ruins. (Em coisas boas, é fácil!)
Mas é difícil alguém chegar para o guarda e dizer: “Me dê a multa dele, eu pago.”
Não queremos pagar nem a nossa multa; aliás, nem a conta de luz!
É valioso e bonito o ministério em prisões. Só que depois volta para casa. Agora imagine chegar lá e dizer: “Eu fico no lugar do preso.”

Encerro com uma sugestão prática: aprender com Cristo e nos acostumar a compartilhar os sofrimento dos outros.
Não falo nem de multas ou de prisão, mas certas ajudas que aliviam as cargas dos outros (Gl 6.2), mas sem pensar em troca. Quando foi moído por nós, Cristo não pensou em troca. Ele nos deu de presente a morte dEle, ou melhor, o resultado da morte dEle. Sejamos melhores imitadores de Cristo!

Na próxima semana exporemos o restante do capítulo 53.

Amigo, não pense que a reconciliação que Deus tornou possível em Cristo é automática.
E nem que é Deus quem se reconcilia com você em Cristo. Ele foi e é o agredido.
Cabe a quem declarou guerra, pedir a paz!
A decisão de acabar a inimizade contra Deus e se reconciliar com Ele, é sua: 2Co 5.18-20
E só há uma maneira: via Cristo! Vá a Cristo e seja salvo!

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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