PREGAÇÃO

Vingança violenta (Série APOCALIPSE 43 de 75)

Ap 14.17-20      47 minutos      17/03/2019         

Mauro Clark


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Terminamos a pregação passada ficando de ver a 2ª. visão que João teve, em alguns pontos semelhantes à primeira (v.14-16), mas em outros, bem diferente.

 

2ª. visão:

17 Então, saiu do santuário, que se encontra no céu, outro anjo, tendo ele mesmo também uma foice afiada. 18 Saiu ainda do altar outro anjo, aquele que tem autoridade sobre o fogo, e falou em grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: Toma a tua foice afiada e ajunta os cachos da videira da terra, porquanto as suas uvas estão amadurecidas! 19 Então, o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou a videira da terra...

 

Cena parecida com a primeira, mas com semelhanças e diferenças.

Semelhanças: dois personagens (agora dois anjos, com certeza), um com uma foice ouvindo de um outro que usasse a sua foice, pois o produto a ser ceifado estava maduro.

Ambos os que ouviram a voz, seguiram o que foi sugerido.

 

Diferenças:

Nesta 2ª visão, um anjo saiu do santuário no céu e o outro do altar, que tinha autoridade sobre o fogo (talvez específico, o fogo do altar, talvez o de incenso).

Agora a sugestão para o uso da foice não é para ceifar cereal, mas para “ajuntar os cachos da videira”, ou seja, uma ceifa não de cereais, mas de uvas.

ajuntar: gr.: vindimar, colher uvas. Mesma palavra traduzida por “vindimar” no v.19.

 

O anjo fez como o anjo do fogo sugeriu: passou a foice e vindimou a videira na terra.

A ideia é a mesma da primeira: pessoas na terra tendo as vidas ceifadas, sendo mortas.

 

A que fases da Tribulação/2ª. vinda de Cristo se referem essas duas ceifas, que obviamente refletem julgamentos severos e abrangentes?

Não há consenso. Alguns acham que a 1ª. ceifa se refere ao conjunto dos 7 flagelos que virão, outros que é uma soma de todos os julgamentos que Deus realizou na Tribulação.

Quanto à 2ª. ceifa, alguns acham que se referem ao Armagedon (comentaremos depois), logo antes ou mesmo durante a 2ª. Vinda.

Seguindo minha estratégia de exposição, não quero concentrar nas interpretações de eventos (pode ser muito frustrante e não producentes), mas em lições a aprendermos.

 

Nesta 2ª visão João comenta o que o anjo que ceifou fez com as uvas ceifadas.

19b ... e lançou-a no grande lagar da cólera de Deus.

lagar: cuba ou bacia reservada para se amassar uvas, ou um local escavado na areia ou em rocha, onde as uvas eram pisadas (é o caso aqui).

 

Interessante:

No v. 10 vimos que o seguidor do anticristo beberia do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira

Agora vemos o lagar da cólera de Deus, onde as uvas pisadas eram pessoas ceifadas da terra. É como se o vinho produzido pelas uvas pisadas fossem o vinho da cólera de Deus, que por sua vez seria colocado numa taça e dada para ser bebido à força.

A ideia, parece, é Deus, na sua ira, espremendo as pessoas para ver o que sairia de bom. E só sairia pecados cometidos, como um vinho odiado por Deus, que ele daria de volta para os julgados beberem, na forma de julgamento no lago de fogo eterno.

 

A visão termina de forma altamente misteriosa e difícil de entender, como se todo aquele simbolismo da ceifa, do vinho, passasse agora para o literal, com a ideia de um grande morticínio de uma guerra violenta:

 

20 E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios.

 

Parece que a metáfora da condenação divina na forma de vinho que daria a beber no julgamento final, é agora antecipada pela realidade da morte física vindo das 7 taças e da volta de Jesus Cristo, quando Ele lutaria contra os exércitos do anticristo no Armagedon.

É como se o metafórico suco da uva (que escorreria dos cachos) se tornasse em sangue literal que escorreria em grande abundância (1,5m de altura, extensão de 300 km).

Passagens proféticas com linguagem semelhantes: Jl 3.12-13

Is 63.1-6: aqui a sugestão é que quem pisou as uvas foi o próprio Jesus Cristo, o que combina com Ap 19.13-15.

 

fora da cidade: deve ser Jerusalém. No caso de guerra, Deus quis que a grande mortandade fosse fora de Jerusalém.

 

Embora o significado de cada coisa seja difícil especificar, a mensagem é clara:

Desde que Adão pecou, Deus não se agrada da humanidade, em sua maioria formada por pecadores rebeldes, idólatras, resistentes a Ele. E a medida da ira dEle vai enchendo pouco a pouco.

A Tribulação será a época da última gota, quando Deus se vingará de maneira física violenta contra a humanidade rebelde e esse julgamento físico será apenas o início de um sofrimento eterno, fruto da condenação e destino no lago de fogo eterno.

 

A Bíblia toda aponta para o julgamento final:

Is 13.11-13; 24.21-23; Rm 1.18; 2.5-6; 2Ts 1.6-9

Ah, como sofrerá, quem não adora o Filho de Deus e, em vez disso, segue ao diabo e sua filosofia pagã, mundana, idólatra, materialista. Não dá para descrever tanto sofrimento.

 

Por que você, amigo, não se volta imediatamente para o Cordeiro?

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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