Nm 14.39-45; Dt 1.41-46 35 minutos 09/10/2022
Mauro Clark
v.39
Moisés relata ao povo o duríssimo castigo: exceto Josué e Calebe, todos os maiores de 20 anos morreriam no deserto.
Obviamente, o povo ficou muito triste.
Mas será que essa tristeza era sinal de arrependimento? Veremos.
v.40 (Dt 1.41)
No dia seguinte tomam uma atitude esquisita: reconhecem que pecaram, mas insistem em prosseguir e entrar na Terra Prometida, mesmo contra a ordem explícita de Deus.
v.41-43 (Dt 1.42)
Moisés deixa claro que estavam sendo rebeldes, que o Senhor não estaria no meio deles para protegê-los, tudo daria errado e eles seriam feridos.
Veja só: tristeza pós-pecado e rebeldia, juntas!
Duas coisas:
1) Apenas o reconhecimento do pecado não era suficiente.
Era necessário, também, arrependimento e pedido de perdão.
Nunca se dê por satisfeito quando um irmão que lhe ofendeu disser apenas “reconheceço que lhe ofendi.”
Exija o pedido de perdão (se for sincero, o arrependimento estará embutido).
Se um irmão peca, é disciplinado pela igreja, diz que está triste, mas não fala em arrependimento, é preciso a igreja exigir essa confissão.
2) Acharam que o mero reconhecimento anulava a castigo.
Como se dissessem: “Tudo bem, Deus até que teve razão em querer nos punir, nós pecamos mesmo. Mas já reconhecemos, sabemos que Ele quer que entremos, pois Ele mesmo nos prometeu, então vamos entrar. De repente Deus pode até ficar satisfeito com a nossa demonstação de fé e ousadia”.
3) Tristeza após pecar não é sinal seguro de arrependimento.
Muitas vezes tristeza é simplesmente por causa da consequência do pecado.
O filho desobedece, apanha e fica triste. Por que desobedeceu ao pai? Não, porque doeu!
Quando ficarmos tristes após pecar, é importante examinar o motivo.
No caso dos judeus, o arrependimento não passou nem perto.
Moisés mesmo os chama de temerários (atrevidos), rebeldes e presunçosos (Dt 1.41,43)
Voltando:
O povo considerou o que Moisés dissera, reflertiu e finalmente a teve a sensatez de desistir. Certo? Vejamos:
v.44-45
O povo subiu o monte para lutar.
Moisés não foi e nem deixou a arca ir (que simbolizava a presença de Deus). (Dt 1.42)
O resultado foi catastrófico: derrota. (Dt 1.44)
Ah, se tivéssemos Moisés ao nosso lado, avisando “Vá”, “Não vá”.
Nós temos! E alguém muito maior do que Moisés: o próprio Deus, Espírito Santo.
Ele nos guia, dirige, dá o rumo. E nos faz sentir quando estamos na direção errada.
É como se dissesse: “Não vá. Deus não estará com você. Você irá só, e perderá."
É trágico que mesmo com essa orientação interna que temos, somos tão carnais e fracos, que terminamos indo mesmo! E apanhando, é claro!
Isso é não levar Deus a sério.
Final patético da triste experiência e início da fase de espera:
Dt 1. 45-46
O povo chora, mas Deus não ouve.
Presume-se o mesmo tipo de atitude: tristeza pela derrota e desespero pela terrível perspectiva de ficarem errantes pelo deserto esperando a morte.
Existem crentes que passam a vida apanhando, choram, ficam sentidos, pedem oração, as coisas melhoram um pouco, deixam de reclamar e depois começa tudo de novo. Parece que nunca estão num gozo forte de alma.
Parece que vivem numa roda vida.
O problema pode ser que não se arrependem do íntimo do coração.
Não sofrem muito com o pecado, porque não estão comprometidos em agradar a Deus.
Não levam Deus a sério, como deveriam.
Basta que não estejam sofrendo, tudo bem com eles. Cristianismo pobre.
Sejamos conformados quando chegar a disciplina de Deus.
O que nos cabe é apenas pedir misericórdia, tristes e sinceramente arrependidos.
Nada de inventar maneiras esquisitas de fazer coisas para Deus, tentando agradá-Lo, mas contrário a algum princípio dEle. Só vai piorar.
Que Deus nos abençoe. Amém