Ex 32.1-6 36 minutos 22/11/2020
Mauro Clark
v.1
Por causa da ausência prolongada de Moisés quiseram fazer outros deuses.
O problema é que Moisés era apenas o líder espiritual deles, não o Deus deles.
Mesmo que não quisessem esperar Moisés voltar, o máximo que deveriam ter feito era procurar outro líder para substituí-lo, mas nunca adorar outros deuses.
A adoração ao Deus verdadeiro em nada deveria ter sido afetada.
Nunca permita que o seu relacionamento com Deus seja afetado com a situação do seu pastor – seja física, mental ou espiritual.
Se ele adoecer e não puder exercer o pastorado, pregar, etc., não se abata por isso e se deixe esfriar. Procure substitutos – provisórios ou definitivos, dependendo do caso.
Se ele tiver vida cristã fraca, não é motivo para você ter também.
Se ele se se desviar, não é motivo para você se desviar. (Aliás, é motivo para a igreja o mandar embora)!
Seja como for, à parte de qualquer coisa que ocorra com seus líderes, Deus está no céu, digno de ser adorado. Isso é tudo!
Enquanto Moisés tinha momentos maravilhosos com Deus, o povo desviava embaixo.
Moisés tinha dito para esperaram até que ele voltasse (24.14).
Mas o povo era rebelde, fraquíssimo em termos espirituais.
E onde há fraqueza espiritual há impaciência.
Um boa maneira de medir a espiritualidade do crente é a paciência em situações difíceis.
Não exatamente como a criança que orou “Senhor, cura meu irmão, mas cura logo!”
Mas a impaciência não costuma vir só: termina trazendo a desobediência, como veremos.
Pediram a Arão para fazer deuses para eles.
A propósito, é interessante, como o homem natural tem necessidade de Deus.
O homem foi feito para adorar a Deus.
Pena que o pecado desvirtou tudo e essa necessidade termina em idolatria.
v.2-6
Por incrível que pareça, Arão concordou com o povo: pediu argolas e fez um bezerro.
Tudo indica que os homens também usavam argolas naquela época.
Sempre me impressionou a reação de Arão.
Irmão e porta-voz de Moisés, acompanhou-o no processo das 10 pragas.
Já tinha larga experiência com o poder de Deus.
Como se explica?
Arão era um homem muito fraco (como veremos na próxima pregação, era acovardado e propenso a mentir).
Ou temeu o povo ou não enxergou a gravidade do problema. Ou as duas coisas.
Embora não o desculpe, pelo menos há 3 coisas que atenuam o erro:
1. Não lemos que Arão idolatrou - tanto que não foi morto na matança que se seguiu.
2. Não foi Arão quem disse que o bezerro representava os deuses que tiraram Israel do Egito. Foi o próprio povo que disse (v.4). Parece que Arão se limitou a fazer o bezerro.
3. Estimulou uma festa ao Senhor (v.5), talvez para atenuar o problelma.
É provável que estivesse com o Deus de Israel em mente.
Como falei, nada disso o desculpa pelo que fez.
O mais curioso é que foi exatamente a esse homem que Deus deu a suprema honra de ser o 1o. sumo-sacerdote de Israel e de onde descenderiam todos os outros.
Duas lições:
1. Para o crente em geral: não se iluda com os seus pastores: são sujeitos a fraquezas, como quaisquer outros.
2. Para os pastores: não se achem grande coisa por estarem em posição de destaque.
Basta se lembrar de Arão.
No dia seguinte fizeram uma festa religiosa totalmente deformada, regada a idolatria, comida, bebida e diversão.
Divertir: no hebraico, palavra ligada a orgia sexual.
Interessante:
Comida e bedida: os mesmos elementos referidos em 24.11, quando os anciãos, com Moisés, o próprio Arão e filhos, viram a Deus no monte e comemoram a aliança que Deus tinha feito com Israel – uma comemoração aprovada por Deus, momento de alegria lícita, na presença de Deus. Comparamos até com a Ceia do Senhor.
Mas agora, uma festa pagã, idólatra, imoral, abominável a Deus.
Os mesmos elementos podem estar presentes em situações opostas: uma aceitável a Deus, outra odiável.
É natural expressarmos nossa adoração a Deus com coisas ou atitudes externas: instrumentos musicais, voz, maneira de vestir, de se comportar.
Mas nada disso em si garante que a nossa adoração será aceitável.
Essas coisas são importantes, mas é fundamental que estejam acompanhadas de corações reverentes, respeitosos e afinados com Deus.
E como Deus reagiu a tudo isso? Veremos na próxima semana.
Que Deus nos abençoe. Amém