2Cr 34.14-25; 2Rs 22.8-17 64 minutos 13/09/2020
Mauro Clark
Vimos que o rei Josias foi o maior reformador espiritual de Judá e Israel, reinou 31 anos, de 640 a 609 aC. Foi o último rei de Judá que fez o que era reto.
O primeiro passo na reforma foi destruir imagens e postes de idolatria, tudo o que atrapalhava o povo de adorar a Deus. Começo em Jerusalém e arredores e foi até o extermo Norte de Israel, Naftali, que nem era de sua responsabilidade direta.
v.8-13
Avanço de 6 anos, tempo em que Josias deve ter estado envolvido na purificação de Judá e Israel. Estava agora com 26 anos.
Chegou a hora de um novo passo na reforma espiritual: reparação física do Templo em Jerusalém, construído 300 anos antes por Salomão.
Josias escolheu três pessoas para dirigirem a obra.
Receberam do sumo-sacerdote dinheiro arrecadado para o Templo, que foi repassado aos trabalhadores.
Os superintendentes diretos do trabalho eram levitas.
2Re 22.7: trabalho feito com tanta seriedade e fidelidade, que nem pediram contas.
Devia ser um ambiente gostoso de se trabalhar e servir!
Graças a Deus pela fidelidade de homens e mulheres que trabalham no Conselho de Patrimônio, desde o início da igreja. É tão tranquilo trabalhar com irmãos assim!
Josias havia “limpado o terreno”, quebrando os ídolos em toda a terra.
Agora estava na hora de dar condições para o povo adorar a Deus corretamente.
Chegar a hora de restaurar o Templo - centro da adoração a Deus naquela época, com sacrifícios, festas, etc., autorizadas pela Lei.
Muitas partes estavam em ruínas, por causa do descaso de reis infiéis: v. 11.
Falamos da importância de você quebrar vícios e maus costumes até virar pó.
Mas isso não é o suficiente.
Imagine perguntar a um irmão como vai a vida espiritual dele e ouvir: “Bem. Não tenho vícios, quebrei os maus costumes, não frequento maus lugares, corro da sensualidade.”
Tudo ótimo, mas falta alguma coisa!
Vida espiritual saudável não é só ausência de males, mas presença de relacionamento forte com Deus e, portanto, de santidade.
Foi exatamente essa a linha de Josias: após tirar o que não prestava, tratou de dar ao povo condições para se desenvolver espiritualmente.
O templo era parte fundamental nisso.
À medida que o crente elimina o que é ruim na sua vida, deve logo encher o vazio com coisas boas, aprovadas por Deus.
Vemos algo desse princípio nas palavras de Jesus: Mt 12.43-45
Irmão, existem várias atitudes positivas que você pode tomar para servir melhor a Deus, em vez de servir à carne: frequência a cultos, entrosamento com irmãos, mais estudo etc.
Cada um sabe o que é preciso para dar a si mesmo condições para melhor servir a Deus.
v.14-18:
Surge em cena um fator fundamental para a reforma tão desejada por Josias: o Livro da Lei, ou seja, a própria Lei de Moisés (talvez não obrigatoriamente os 5 livros do Pentateuco, mas com certeza Deuteronômio e, talvez, Levítico e Êxodo).
Josias fez o que estava ao alcance dele (destruir os ídolos e reformar o templo).
Mas para Deus faltava algo fundamental: o estudo da Lei, para que se tornasse prática.
E Ele própr. providenciou. E de maneira discreta, deixando até parecer algo fortuito: fez com que alguém “achasse” o livro!
Certas decisões e providências que tomamos para agradar a Deus, envolvem aspectos que nós mesmos não sabemos que seriam necessários para alcançarmos o objetivo.
Mas Deus sabe de tudo, vê o nosso coração e Ele mesmo providencia.
Às vezes a ajuda é discreta, nem notamos! Outras, podemos “ver” a Sua mão graciosa.
Cena interessante: o rei sentado no trono, olhar franzido e concentrado, ouvindo atentamente o escrivão Safã lendo. Talvez tenha lido Lv 26 ou Dt 28.
Safã para de ler e olha para o rei.
E nós nos juntamos a Safã na expectativa de ver como o rei reagiria:
* Dando de ombros: “Fazer o que? Já estou fazendo tudo o que está ao meu alcance”.
* “Eu presto conta dos MEUS pecados. Não posso fazer nada com relação a pecados alheios e ainda passados”.
* “Isso foi há 800 anos. Hoje as coisas mudaram, precisamos reinterpretar a palavra de Deus, colocá-la no seu contexto atual.”
* “Não me preocupo muito porque sei que Deus é bom e, mesmo tendo ameaçado, não permitirá tanta coisa horrível com o povo que Ele diz que é o povo dEle, que escolheu e que ama tanto.”
Haveria ainda muitas maneiras erradas de reagir. Qual a de Josias?
v.19-21
Josias era um homem de Deus: não veio com desculpas ou tirando corpo de fora.
Reação correta: em termos pessoais, rasgou as vestes.
Como rei, enviou uma comissão para consultar ao Senhor sobre o assunto.
Com base no que ouvira, Josias concluiu que Deus deveria estar muito irado com Judá e Israel, que há várias gerações estavam desobedecendo.
O rei queria ouvir uma confirmação do próprio Deus, e se, possível, ouvir dos planos dEle.
v. 22-25
A comissão procurou a profetisa Hulda e ouviu algo terrível de Deus: Deus iria cumprir tudo o que estava escrito no livro que Josias ouvira.
E mandaria males sobre a terra e sobre os moradores.
Nunca se deve desprezar, ou duvidar das promessas de Deus – tanto as de bençãos como as ameaças. Em princípio, todas serão cumpridas.
Poderá haver exceção, quando há profundo arrependimento de quem recebeu a ameaça.
Mas aqui não era o caso.
Mesmo que Josias tenha feito aliança com o povo depois, não foi uma demonstração espontânea de quebrantamento por parte das pessoas (conforme veremos, houve até certa coação por parte do rei.)
E mais: a desobediência não era só daquela geração. Vinha acumulada há séculos.
Então, o cumprimento das ameaças de Deus estava pendente e um terrível castigo viria.
Mas, além do comunicado coletivo de Deus, havia outro, particular para Josias, conforme veremos na próxima pregação.
Que Deus nos abençoe. Amém