Nm 12.1-16 34 minutos 24/04/2022
Mauro Clark
v.1-2: Nova crise, desta vez familiar, envolvendo apenas os três irmãos.
E mais uma vez através de reclamação, murmúrio.
Antes, era o povo contra Deus, por causa de comida.
Agora foi Miriam e Arão contra Moisés, por causa da autoridade de Moisés.
Com relação à mulher, não sabemos o que aconteceu: se era a própria Zípora, ou se era outra, com Zípora viva, ou se Zípora havia morrido e Moisés casara c/outra.
Nem sabemos o motivo pelo qual falaram da tal mulher cusita, talvez preconceito de raça.
Seja como for, parece que a mulher foi apenas um pretexto de Miriam (apoiada por Arão).
Na base, o que havia era CIÚME e INVEJA do irmão que tinha posição máxima em Israel.
Coitado de Moisés: já estava arrasado por causa da reclamação do povo.
Já pedira até para morrer. Agora os próprios irmãos questionam a autoridade única dele.
E que irmãos: um sumo-sacerdote e a outra profetiza.
v.3: Em vez da reação de Moisés para este caso específico, a texto generaliza falando sobre a MANSIDÃO dele.
Mansidão: não falar baixo. Mas admitir ser contestado, não se irritar quando questionado ou alvo de desconfiança ou agressão.
Tudo indica que Moisés não discutiu, ficou quieto, não se defendeu.
Moisés como tipo de Cristo: Mt 11.29; 1Pe 2.23
v.4-9: O próprio Deus resolve interferir.
Convoca os três na Tenda da Congregação, mas chama apenas Arão e Miriã para uma conversa.
Rejeita totalmente idéia de que Moisés estava em pé de igualdade com outros profetas.
Profetas: revelação através de sonhos/visões.
Moisés: falava diretamente com Deus, boca a boca. Moisés via a forma de Deus.
E mais: Moisés era responsável por TUDO o que se relacionava a Israel.
Como que coroando tudo, Deus afirma que Moisés se comportava com fidelidade.
Moisés como tipo de Cristo: Hb 3.1-6 (Moisés: servo; Cristo: filho).
Finalmente Deus acusa, em forma de pergunta:
Como, pois, vocês não tiveram medo de falar contra o meu servo, contra Moisés?
Era como se Deus estivesse admirado com a OUSADIA dos dois irmãos.
Mostrou-se IRADO e desapareceu na nuvem.
Lição: Moisés não precisou se defender: o próprio Deus fez isto por ele, exaltando-o e honrando-o.
E Ele fará isso com todos os servos fiéis.
Não obrigatoriamente nesta vida: muitos mártires sofreram e morreram mesmo.
Mas no futuro, serão honrados: Mt 23.12; Dn 12.2-3; Mt 10.32-33; Lc 12.8; Ap 3.21
v.10-16: A ira de Deus não ficou só na repreensão, mas com castigo físico: Miriã leprosa.
Arão corre para Moisés e pede que tenha misericórdia de AMBOS (talvez Arão fosse o próximo!).
Reconhece o erro e mostra-se ARREPENDIDO.
Moisés ora e pede que Deus cure Miriã.
Moisés como tipo de Cristo: o agredido intercede pelos agressores: Lc 23.34
Deus responde a Moisés, curando-a imediatamente, embora exigindo que a Lei fosse cumprida: sete dias fora do arraial.
Após os sete dias, Miriã retorna e todos partem.
Passagem delicada para aplicar.
Por um lado: perigoso usar para ameaçar ou intimidar crentes de ficarem contra pastor.
(Ricardo, M.Cristão: ouvi pregador falar que quem agia assim, ficava leproso espiritual).
Por outro lado, é difícil dizer que aqui não há nenhuma aplicação para o relacionamento com os pastores de hoje.
De fato, eles receberam de Deus autoridade:
1Ts 5.12-13: "acateis..." (lit.: olhai, considerai)
Hb 13.17: "obedecei..., sede submissos p/c/eles"
Não significa que o pastor não erra, ou que não deve ser questionado.
A autoridade de pastor hoje não se compara com a autoridade de Moisés para dirigir o povo de Israel.
Mas que pastor precisa ser respeitado e reconhecido em sua liderança, é ordem bíblica.
Termino enfatizando ainda dois pontos:
* Deus é sensível à oração de um servo fiel - Tg 5.16b
* Um líder verdadeiro sabe ser questionado, não se ofende em ter oposição e se compadece dos que estão sob sua liderança, quando estão sofrendo.
Que Deus nos ajude a aprender e praticar tantas lições. Amém