Cristo lhe enviou. Você tem ido? - Mt 10.14-20

O contexto é Jesus enviando os 12 apóstolos a uma missão em Israel.

Os v.14-15 obviamente se referem à própria missão.

Depois, nos v.16-17, as palavras depois se tornam mais abrangentes, olhando para o futuro próximo: perseguição, açoites e prisões.

E os 18-20, vislumbram um futuro ainda mais distante, muito além de Israel: com o Evangelho mais disseminado, estariam diante de reis.

 

Aqui está incluída cada geração de crentes na história da igreja, inclusive... nós!

Temos, portanto, um ponto em comum com os apóstolos: também somos enviados.

E se não formos para longe, para terras diferentes, falemos para os compatriotas perdidos, bem ao nosso lado.

Cada crente hoje tem a responsabilidade de divulgar basicamente as mesmas palavras de Cristo que os apóstolos iniciais falaram: está próximo o reino dos céus (v.7).

Isso significa falar do pecado, alertar para o inferno, conclamar ao arrependimento, indicar Cristo como única solução e lembrar que Ele virá em breve para julgar.

 

Cada um com a sua característica própria: formação, profissão, nível social e cultural.

Aos mais cultos normalmente surge oportunidade de testemunhar a pessoas cultas, de posição mais alta. Os mais humildes, falam aos humildes.

Obviamente todos têm o mesmo valor para Deus.

 

Três lições de Cristo para nós, hoje, sobre a atividade de proclamar o reino de Deus:

1) v.14:  Se forem desprezados, não se preocupem. Isso não é problema de vocês! Simplesmente sacudam os pés! Ou seja, toquem para a frente, sigam adiante. Vão para outro lugar (ou outros ambientes, ou outras pessoas).

Dois motivos por que muitas vezes não proclamamos a Cristo onde devemos:

a) Não suportamos a idéia de desprezo, de ouvidos surdos, talvez até deboche.

Isso pode ser puro orgulho!

 

b) Nos sentimos culpados com a resistência deles, achando que somos incompetentes, fracos na argumentação, fomos muito diretos ao iniciar, ou muito lentos, etc.

 

Em qualquer dos casos, estamos caindo nas ciladas do diabo.

No primeiro, orgulho sempre será pecado e, portanto, deve ser resistido por nós.

E no segundo, não nos compete saber o MOTIVO por que não nos deram ouvidos.

 

E o que ocorre mesmo quase sempre é que rejeitam o Evangelho porque querem.

São duros demais, especialmente os mais cultos: 1Co 1.20-21

Não querem entender, mudar de vida. Não querem nada que os atrapalhe: 2Tm 4.3-4

Dão valor exagerado às coisas do mundo. Não querem se libertar. Não querem ver!

Não querem ir a Cristo para terem vida! Jo 5.40

 

Seja como for, cuidado com o seu desânimo. Afinal, temos ou não tão temos convicção de que quem salva é Deus? Lembre-se que até o arrependimento, é Ele quem dá: Rm 2.4

 

2) v. 16-18 - Preparem-se para encontrar pessoas hostis, perigosas, sutis e estejam prontos para sofrer nas mãos deles.

Jesus os classifica em dois grupos:

a) Lobos vestidos de cordeiros. – v.16

Vejo aqui são os líderes de seitas, que se opõem por motivos religiosos.

Embora o texto não trate, aponto 2 motivos pelos quais surgem homens assim:

* São convictos de heresias, enganados por Satanás, grande opositor do cristianismo.

* Homens gananciosos, que fazem da religião o seu NEGÓCIO.

 

Tanto um como outro farão de tudo para combater o Evangelho puro e atrair adeptos.

Enquanto não vira perseguição (como veremos), geralmente essa oposição é sutil, às vezes travestida de amizade, simpatia, de convites a uma enganosa “união em amor”.

São pessoas extremamente perigosas (algumas talvez até sem se darem conta), senão no aspecto físico, mas para a alma deles, pelas heresias.

Que perigo, uma ovelha se aproximar de um lobo pensado ser outra ovelha! Mt 7.15

 

b) Autoridades (Governadores e reis) – v.17-18

Trata-se de perseguição física, da parte de autoridades com poder de prender, até matar.

Quando os dois grupos de juntam, os líderes de falsas religiões e as autoridades, a perseguição pode vir a ser extremamente violenta, como no caso da Inquisição no passado. E mesmo hoje, ainda há duras perseguições em alguns paises.

 

Parêntese: Aqui está uma das respostas à difícil pergunta, que muitos fazem: “Por que Deus permite a alguns filhos serem perseguidos e maltratados?”.

Um motivo é: dar oportunidade ao Evangelho ser proclamado e crentes testemunharem de Cristo mesmo em pleno sofrimento. A Bíblia está cheia de exemplos assim!

 

3) v. 16b, 19-20 – Reajam da maneira que eu quero que vocês façam.

Três atitudes que o crente deve ter com pessoas de seitas e falsas religiões:

a) Ser prudente (NVI: astuto), no grego φρονιμος, phronimos = cuidadoso, atento.

 

... como as serpentes.

As serpentes sempre foram astutas – Gn 3.1. Sagaz: hebraico: matreiro, prudente.

O crente deve ser atento, alerta, não ingênuo ou tolinho.

Fico preocupado com crente que considera todo mundo irmão em Cristo, bastando falar no nome “mágico” de Jesus. Não é para ser assim.

Veja o conteúdo da mensagem (é fácil!) e o tipo de vida do outro (esse é mais difícil).

 

Crentes individuais, igrejas, denominações, seminários, foram vítimas de imprudência.

Ingenuamente se aproximaram do lobo disfarçado, pouco a pouco, e foram atacados.

Exemplo atual: crente ouvindo programas de TV com falsos mestres.

 

b) Ser símplice (NVI: sem malícia) – no grego ακεραιος, akeraios = (usado para vinho: sem contaminação): no caso, sem malícia, sem maldade.

... como as pombas. Pássaro que passa idéia de simplicidade, pureza.

Embora a astúcia deva ser usada para defesa, não para enganar, deve ser usada!

 

c) Não se angustiar quanto ao que irá falar.

É desculpa dizer “Ah, mas eu não sei falar, argumentar”.

Você tem o Espírito Santo! Ou Ele só ajudava os apóstolos? Ele habita em nós: 2Tm 1.14

Veja se seu problema não é pouca confiança de que será ajudado do alto.

Tendo chance, nunca deixe de falar por motivos de timidez, covardia, comodismo.

Fale de Cristo, agüente os desprezos e siga em frente, suporte as oposições e perseguições com astúcia e sem malícia, aprenda a reconhecer os lobos, saia de perto deles, confie em Deus, bata o pó da sandália e parta para outra.

Que Deus nos abençoe. Amém