PREGAÇÃO

Dar muito significa receber muito (Série 2 CORÍNTIOS 39 de 54)

2Co 9.1-7      21 minutos      05/07/2015         

Mauro Clark


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v.1-2

Paulo não sentia necessidade de dar mil argumentos para os coríntios ajudarem na campanha, porque reconhecia a presteza deles

presteza: προθυμια prothumia: entusiasmo, inclinação, disposição de mente

 

Não é difícil ver isso na prática: quando você fala de alguma necessidade de alguém ou um plano de ajuda, tem irmãos que mal deixam você acabar de falar, já se dispondo.

E tem outros que são muito, muito lentos em reagir!

 

... da qual me glorio junto aos macedônios

Paulo tinha prazer em falar aos macedônios dessa qualidade dos coríntios (Corinto ficava na região da Acaia).

 

Resultado: ... e o vosso zelo tem estimulado a muitíssimos

Essa virtude dos coríntios ficou conhecida e contagiou muitos irmãos e igrejas.

 

Que honra para nós se a Luz do Mundo, mesmo novinha, fosse ficando conhecida por virtudes - generosidade, unidade, amor fraternal, boa doutrina.

Não que nosso objetivo seja ficarmos conhecidos por isso, mas é válido sabermos que o esforço para ser modelo termina naturalmente sendo comentado e influenciando outros!

E isso é para encher de alegria e nos deixar super-envaidecidos... no Senhor!

 

v.3-5

Mas Paulo conhecia bem as falhas da natureza humana e temia que os coríntios, mesmo generosos e prontos para ajudar, estivessem meio desatentos, desorganizados, quanto à realização da campanha iniciada meses antes.

Seria constrangedor para se fossem encontrados desapercebidos, caso Paulo chegasse lá de repente com alguns macedônios.

Sendo prudente, Paulo mandou os três irmãos (Tito e os outros dois) irem antes dele e providenciarem a retomada da oferta.

 

Lição prática: Paulo sabia colocar virtudes ao lado de defeitos.

É importante elogiar, mas talvez mais importante ainda é tratar as falhas.

 

v.6

aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará

Princípio óbvio que qualquer trabalhador da terra conhece.

Só que o assunto aqui não é plantar sementes no campo, mas doar a necessitados.

Ou seja, doar é plantar!

Pois Paulo aplica diretamente o mesmo princípio: o que ajuda pouco pouco será ajudado.

E o que ajuda muito, muito será ajudado.

 

- Ah, mas não me iludo. Acha mesmo que vou contar com ajuda de um bando de egoístas e mesquinhos?

 

Mas quem disse que a colheita virá da parte de pessoas?

Quando Paulo diz “... pouco também ceifará” é ceifará DE DEUS! E quando diz “...com abundância também ceifará” é ceifará DE DEUS!

Claro que Deus se utiliza de pessoas, mas a fonte é Ele!

Veja a quantidade de vezes que o nome de Deus é referido nos v. 7 a 11.

 

Grave bem no coração: Deus retribui conforme a pessoa dá. Se dá pouco, Deus retribui pouco. Se dá muito, Deus retribui muito.

Deixaremos para a próxima pregação esse ponto da recompensa de Deus.

Agora quero me concentrar na fase de semear, de plantar.

 

Mas, pensando bem, o que é mesmo “semear pouco” e “semear com fartura”?

Pergunte a alguns crentes sérios que ganham R$2 mil por mês: “Para você, contribuir nessa campanha da igreja com R$500 é semear pouco ou com fartura?”

Um dirá “para mim, é pouco”, outro que é muito, outro que é o ideal.

Ou seja, não há regras, não há um percentual que defina.

É que o nível de liberalidade é individual. Cada um tem o seu.

 

E mais: para a mesma pessoa, esse nível pode variar em diferentes circunstâncias.

Quem vai marcar esse nível em determinado momento? Você mesmo! E ninguém mais.

É a sua a consciência que vai lhe dirigir nisso.

E este é um ponto que pode ser traiçoeiro.

Receio que as consciências de muitos andem um pouco adormecidas.

Precisamos pedir ao Espírito Santo que mexa, que desperte a nossa consciência nesse sentido da liberalidade.

Sugestão de oração: Senhor, me ajuda que o muito que eu achava antes, vire pouco!

O que Tu achas que para mim é uma semeadura pequena e uma semeadura farta? Coloca valores na minha consciência!

 

E é exatamente da questão da consciência que Paulo inicia a próxima frase:

 

v.7: Cada um contribua segundo tiver proposto no coração...

Princípio importante: ser fiel à própria consciência. Se marcou um valor, cumpra.
Após marcar, obstáculos poderão surgir: o velho homem egoísta (“Cuidado, é muito!”) e o diabo soprando tolices (“Ninguém lhe dá, porque você vai ser o bonzinho?”)
Se você orou, marcou, achou razoável, estava em paz, vá em frente.

 

... não com tristeza ou por necessidade porque Deus ama a quem dá COM ALEGRIA

Rm 12.8b: quem exerce misericórdia, com alegria

Não é suficiente exercer misericórdia. Deve ser feito com alegria.

- Mas, pastor, Deus não está sendo muito exigente comigo? Além de ser misericordioso, tenho que ser alegre? A minha misericórdia em si já não será de grande ajuda ao outro?

 

Claro que sim. Mas, além da sua ajuda em si, Deus está muito mais interessado no seu coração, na sua atitude. E Ele faz questão que a alegria esteja presente.

 

- Pois tenho de confessar: parece que Paulo leu meu coração, quando falou em não dar com tristeza ou necessidade. Faço meio forçado, sem graça. Para ser sincero, é só porque Deus manda e tenho de cumprir.

Como faço para ter alegria?

 

Procure motivos razoáveis para ficar alegre ao ajudar pessoas, tipo:
* Fui útil a alguém, ajudando-o
* Exerci amor, que é a decisão de querer o bem do outro
* Dei bom exemplo
* Agradei a Deus
 
Antes de continuar, ler 8.12: Porque, se há boa vontade, será aceita...

Na ocasião, fiquei de comentar depois essa questão da boa vontade - o que farei agora.

boa vontade: προθυμια prothumia: zelo, entusiasmo; disposição de mente.

Interessante: Um irmão jamais saberá se o outro deu com boa vontade ou não! É algo do coração, interno.

Mas Deus sabe! E simplesmente NÃO ACEITA oferta de má vontade, forçada, fria.

 

É interessante notar que a boa vontade é que gera a alegria.

A pessoa de boa vontade está convencida que precisar dar, fica atenta, até pede a Deus por uma oportunidade de doar. E quando esta chance chega, doa com muita alegria!

E ao contrário, se a doação não for consciente, pensada, pode se tornar algo frio, sem graça, sem alegria.

 

Concluindo:

Na base, o problema é que doação que envolve valores materiais x valores espirituais.

Quando priorizamos demais o material, é claro que dói muito se desfazer de coisas

e pouco importa se é valioso em termos espirituais.

E vice versa: quando valorizamos mais o espiritual, temos alegria em ajudar.

Se você tem dificuldade de valorizar as coisas espirituais e as coisas do mundo lhe atraem como um imã, peça a Deus que lhe ajude a crescer e se exponha ao assunto.

E naturalmente a alegria chegará quando for misericordioso.

 

Conforme falei, na próxima pregação falaremos sobre a ceifa.

Quando o crente planta com abundância, como é mesmo essa ceifa abundante?

Perguntando de outra forma:

Como Deus retribui ao crente que semeia com abundância?

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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