PREGAÇÃO

Deus estava com José... ou não? (Séries GÊNESIS 42 de 55 e JOSÉ 2 de 14)

Gn 39.1-20      65 minutos      01/05/2016         

Mauro Clark


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v.1-6

Guinada na vida de José.

Até aqui tudo passou a ir muito bem: prosperidade, confiança do patrão, chefia, até o aspecto físico dele estava ótimo.

 

Duas observações até aqui:

1. Para chegar neste ponto, José, mesmo longe e saudoso de casa, numa situação extremamente desfavorável, certamente teve um comportamento perfeito perante Potifar.

 

Mesmo no meio da provação precisamos nos comportar de modo exemplar.

1Pe 1.16 não diz QUANDO devemos ser santos. Evidentemente, deve ser SEMPRE!

Nosso testemunho está sendo observado tanto nas horas alegres como nas difíceis.

Nunca sabemos QUEM e ONDE nos estão observando.

E Deus, é claro, nos observa sempre.

 

2. José‚ serviu como CANAL para as bênçãos de Deus chegar a Potifar.

 

Deus gosta que as bênçãos com que abençoa Seus servos fiéis transbordem para outros.

Você tem sido um CANAL para Deus abençoar outras pessoas?

Talvez seja difícil aquilatar, mas pelo menos peça!

 

De repente, uma bomba:

v.7

No meio da tranquilidade, uma tentação surge forte e repentina.

 

Após passarmos por grande provação achamos que agora tudo será azul.

E, com razão, passamos a usufruir da nova situação.

Mas há um perigo: BAIXAR A GUARDA

Paulo preveniu: Aquele que pensa estar em pé, veja não caia - 1Co 10.12

E quando menos se espera, vem outro problema, às vezes, maior que o anterior.

Cuidado duplo:

1. Não ser ingênuo e achar que tão cedo não virá outra provação.

2. Não se decepcionar com Deus: “Mas, Senhor, será possível? De novo?”

 

Antes de ver como José reagiu, imaginemos uma mente do mundo:

“Isso é que é sorte! Além de tudo o que o chefe me confiou, agora a mulher dele me quer. Além de sexo em alto estilo, vou viver no luxo, tratado como um príncipe. Bem que eu queria que os infelizes dos meus irmãos me vissem aqui”.

 

v.8-9

José era homem de Deus. Sua mente, seus princípios estavam em outro patamar.

E pelo menos no primeiro ataque manteve-se firme.

Alega dois motivos para se recusar a fazer o que a mulher mandava:

1. Não cometeria tamanha maldade contra o patrão, que confiara tanto nele

2. Não pecaria contra Deus.

 

Três observações:

I. É admirável a consideração de José pelo próximo.

Antes mesmo de falar em Deus, ele falou em Potifar!

E não alegou que era perigoso, que ela não o atraía, mas que era impensável a desconsideração, a ingratidão, a baixeza contra o seu chefe.

Noção afinada de gratidão, respeito, honra a quem merece honra.

Nunca deixe de andar por esse caminho.

 

II. José dá uma lição fantástica ao fazer o link entre a atitude dele para com um homem e sua relação com Deus. Uma coisa estava ligada à outra.

Se ele fizesse aquilo com Potifar, estaria pecando contra Deus.

Claro que o pecado de adultério devia estar na mente de José, mas no contexto, parece que o principal pecado contra Deus seria a ingratidão, a traição com Potifar.

 

É fundamental compreendermos que o nosso relacionamento com as pessoas está intimamente relacionado com nossa relação com Deus.

Cuidado com o lamentável desequilibro de ter cuidado em não desagradar a Deus, mas não se incomodar muito em desconsiderar ou mesmo maltratar um ser humano.

 

III. Mesmo notando que seria pecado contra Deus, José‚ poderia ter arranjado mil argumentos para se convencer a pecar:

- Ele não provocou aquilo: a mulher se ofereceu

- A mulher era patroa dele, precisava obedecê-la

- Ele estaria correndo grande risco se negasse a atendê-la

- Ele já tinha sofrido muito. Um pouco de prazer não seria assim tão grave

 

Uma das piores armadilhas que nossa mente coloca contra nós mesmos é querer justificar um pecado.

Todos já passamos por isso. Argumentos não faltam.

Mas quando tudo parece estar explicado para a nossa mente, uma luzinha vermelha pisca lá dentro da consciência, dando o alerta.

Graças a Deus por essa luzinha, que é acionada pelo Espírito Santo que habita em nós.

E coitados, miseráveis de nós quando desprezamos esse alerta divino.

 

Voltando: E aí, a mulher desistiu e a tentação passou? Que nada! Foi cada vez pior:

v. 10-12

Comentamos que pelo menos na primeira tentação, José resistiu bem.

Mas agora vemos que também na segunda, e terceira... e todas!

Firme como uma rocha, resistiu como pôde, a ponto de literalmente fugir.

 

Que bonito! Certamente Deus recompensará esse servo tão fiel, fazendo com que nunca mais aquela mulher o tentasse novamente e ele ainda prosperasse cada vez mais.

 

v.13-20

José é PRESO! E pela 3ª. vez: no poço, nas mãos dos ismaelitas e agora.

Novamente se vê em grande sofrimento por causa da missão que Deus lhe designara.

Seu sofrimento teve vários ângulos:

- Injustiçado, acusado de algo que não fez

- Ficou como ingrato a Potifar, que lhe teve tanta consideração

- Longe de casa, saudoso do pai querido, que lhe amava

- Colocado numa prisão (se ao menos tivesse sido apenas expulso)

 

Nosso texto começou dizendo O Senhor era com José - v.2

É o caso de perguntar: O Senhor deixou de estar com José?

A resposta obviamente é não.

Primeiro, porque seria estranho Deus deixar de proteger José depois de tanta fidelidade.

Segundo, porque o próprio texto volta a declarar que Deus estava com José: v.21.

 

Então porque fica uma sensação meio amarga de que Deus deixou José à própria sorte?

Porque a maneira do texto indicar que Deus estava com José foi enumerar situações favoráveis e agradáveis a ele: prosperidade, promoção, confiança do chefe, até mesmo beleza física!

E quando surge uma situação contrária, terrivelmente injusta, sofrida, vem o pensamento: Deus deixou de estar com ele!

 

A solução é compreendermos que mesmo as bênçãos materiais sendo utilizadas para mostrar o favor de Deus, elas não são a prioridade, mas apenas circunstanciais.

E podem ser passageiras. A confiança de Potifar em José evaporou. A autoridade de José nas coisas de Potifar, esfacelou-se.

Mas essas coisas nunca foram a essência do favor divino sobre José.

O essencial do favor divino foi:

* Proteção espiritual: José não pecou!

* Utilização nos projetos dEle: José era o centro de um projeto espetacular de Deus.

* Dar não apenas conformação, mas gozo no coração mesmo nos revezes: embora não esteja escrito, é evidente a satisfação de José em ter alcançado o objetivo duplo de não trair Potifar e nem pecar contra Deus.

* Sensação fortíssima de paz no coração e de vitória! José batalhou muito pela sua santidade e fidelidade. E venceu.

Além de neste episódio, todas essas coisas acompanharão José em toda a sua vida.

 

Princípio valioso para nós:

As bênçãos terrenas e materiais indicam o favor de Deus, mas de modo bem limitado.

Certamente Deus gostaria que essas bênçãos fossem ainda maiores e definitivas. E assim será... no céu! Não haverá mais limites para Deus nos abençoar com toda sorte de alegria espiritual e maravilhas indizíveis.

Por enquanto, nossa vida na terra, ainda com pecado, faz necessário que Deus tenha de nos ensinar, corrigir e mesmo disciplinar. E esse ensino vem com a retirada das coisas confortáveis e agradáveis.

Mas é erro utilizar as circunstâncias boas da vida como principal instrumento para medir a presença de Deus com você, o favor dEle, a graça dEle sobre você.

Essas coisas se medem principalmente por outros valores. Repito os quatro acima:

* Proteção espiritual: Pv 2.8

* Utilização nos projetos dEle: Ef 3.8; Gl 2.8

* Dar não apenas conformação, mas gozo no coração nos revezes: At 5.41; Fp 2.17

* Sensação fortíssima de paz no coração e de vitória! Jo 16.33

Se você é fiel, nunca se sinta abandonado por Deus, mesmo nos grandes sofrimentos.

 

E você, amigo, comece a valorizar mais as coisas espirituais em detrimento das terrenas. Logo você verá a necessidade de correr aos braços de Cristo. E tonar-se protegido por um poder infinito!

Que Deus nos abençoe. Amém.

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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