PREGAÇÃO

É de Deus o voto que escolhe as autoridades

Rm 13.1-7      54 minutos      30/10/2022         

Mauro Clark


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Paulo dedica 7 versículos para falar da autoridade civil e como o crente, como cidadão, deve se portar com relação a ela.

Em vez de seguir versículo por versículo, preferi dividir a exposição em 5 partes lógicas:

 

1) Aos olhos de Deus, em que se constitui a autoridade civil

* É alguém escolhido por Deus para exercer um poder concedido por Deus. (v. 1b)

Deus é o grande e único Eleitor. Ele elege sozinho a quem quer! (Claro que através de meios humanos, que variam de país, de época etc).

* É alguém que executa algo que Deus instituiu (v. 2a).

* É ministro de Deus (v. 4 e 6).

Guarde isso: três vezes a autoridade civil é chamada de ministro de Deus.

ministro: no grego, διακονος diakonos: servo, que trabalha em favor de outro

* Deus chamou Nabucodosor de “meu servo”: Jeremias 25.9;

* Veja como Deus chamou Ciro, o rei medo-persa: meu pastor - Isaias 44.28, ou seja, designado por Deus para pastorear, tomar conta de Israel, permitindo o retorno do exílio.

 

Vereadores, deputados, prefeitos, governadores, presidentes, ditadores, juizes, desembargadores, são ministros de Deus.

O presidente Putin, da Rússia e o presidente da Ucrânia, são ministros de Deus.

Winston Churchill e Adolf Hitler foram ministros de Deus.

Isso não significa que todos esses são filhos de Deus, salvos pela fé em Cristo.

Mas são servos de Deus, com uma missão recebida por Ele para cuidar dos interesses da população sob suas respectivas jurisdições.

 

2) Quais as responsabilidades da autoridade civil

* Trabalhar para o bem do cidadão - v.4a

O poder que cada autoridade tem deve ser totalmente canalizado para a melhoria de vida da população - não apenas no aspecto econômico-financeiro, mas físico, moral, etc.

As autoridades eleitas tanto sabem disso que prometem maravilhas na campanha.

O fato de não cumprir depois de eleito, não tira a responsabilidade pelo que prometeu.

 

* Não causar temor aos cidadãos de bem - v.3a

O primeiro sinal de que há um ditador, ou um déspota, ou um tirano no poder é quando cidadãos decentes e corretos começam a se sentir inibidos ou amedrontados por ele.

Um governamte aprovado por Deus deve transmitir sensação de liberdade, de bem estar.

 

* Louvar quem faz o bem - v. 3c

Apenas não intimidar os cidadãos de bem, é pouco.

A autoridade fiel aos padrões de Deus encontrará maneiras de prestigiar quem faz o bem.

A boa conduta deve ser incentivada, promovida, para que se crie uma roda viva em que os cidadãos estimulem uns aos outros na prática do que é decente e digno.

 

* Causar temor aos cidadãos que fazem o mal - v.3b, 4b

Nossa época atual é de grande insegurança e violência. Principal motivo: impunidade.

Se não há punição, não há temor por parte do malfeitor - o contrário do que Deus deseja!

O medo é um fator inibidor muito forte. A falta do medo libera o potencial de fazer o mal e muitos se tornam atrevidos e cada vez mais intimidadores.

O criminoso deve ter medo do rigor da lei que as autoridades aplicarão.

É comum hoje vermos bandidos protegidos por autoridades corruptas e incentivados por pessoas que usam de maneira distorcida os tais direitos humanos.

Resultado: os cidadãos de bem é que ficam com medo e reféns do clima de impunidade. Tudo invertido!

 

* Trazer a espada para vingar e castigar o mal - v.4c

O assunto “pena de morte” levanta polêmica e não quero mudar o meu foco aqui.

Mas veja como a passagem assume que a autoridade traz a espada para vingar o mal.

 

Claro que as autoridades deveriam prestar contas à população sobre a qual governaram.

Mas, antes de tudo, evidentemente prestarão contas a Deus, que os colocou lá!

Se houvesse mais temor a Deus por parte das autoridades, haveria menos corrupção, menos impunidade, menos irresponsabilidade, menos demagogia, mais respeito com o bem público, mais consideração com o ser humano, mais amor.

Teríamos um outro padrão de vida, um outro tipo de sociedade difícil até de imaginar.

Mas, não perdemos por esperar: teremos a perfeição no uso da autoridade por parte de Cristo, no Seu reino milenar!

 

3) Comportamento que Deus exige do cidadão frente à autoridade

* Sujeitar-se - v.1a, 5a

Grego υποτασσω (hupotasso): várias nuances: submeter-se ao controle, cooperar.

O cidadão deve obedecer à autoridade dentro das atribuições e do poder que ela tem.

Exemplo: Se um guarda de trânsito mandar você parar e encostar no acostamento, obedeça. Mas se ele mandar você dar carona para alguém, você não tem de obedecê-lo.

 

Existe um limite para a obediência a uma autoridade, mesmo extremamente poderosa?

Sim. Quando ela exige algo contrário à Palavra de Deus. Veja Atos 5.29.

 

* Pagar tributos e impostos - v.6, 7

Os tributos incluem os salários das próprias autoridades, pelo serviço que prestam.

Essa deve ser a única renda da autoridade pelo serviço público que prestam. Ponto final.

 

* Respeitar - v.7c

Grego φοβεω (phobeo): o mesmo usado no v.4 que fala do temor à autoridade.

Como o original admite o significado de “respeito”, é a melhor tradução aqui.

Mesmo discordando, não gostando de uma autoridade, tem de respeitá-la:é ordem divina.

 

* Honrar - v. 7d

Se o cidadão considera uma determinada autoridade digna de honra, então honre-a.

Se não, isso não é devido (diferentemente de impostos, obediência às leis, etc).

 

4) Motivos pelo qual o crente deve obedecer à autoridade

* Porque é ministro de Deus (a rigor, bastaria esse motivo!)

* Temor da punição - v.5a

No original é “por causa da ira.” Ou seja, com medo da punição.

É vergonhoso dizer, mas às vezes evitamos desobedecer a lei não porque desagradaria a Deus, mas porque vai custar caro no bolso ou na liberdade (prisão)! Pois que seja!

 

* Dever de consciência - v.5b

Agora ele entra mais fundo e fala para crentes que valorizam o aspecto espiritual.

Não é apenas o medo da punição que deve nos afastar da ilegalidade, mas a fidelidade à própria consciência.

Em princípio, a consciência diz que a autoridade deve ser obedecida.

Primeiro, pelo próprio bom senso de cidadão, senão vira caos.

E segundo, no caso do crente, por saber que Deus exige essa obediência.

 

5) Consequência do cidadão não obedecer à autoridade

* Trará sobre si mesmo condenação - v.2 (gr.: julgamento)

Pode ser condenação humana (por quebra da lei), ou divina (mais provável).

Não condenação eterna, mas um castigo específico pela quebra desse mandamento.

 

Não é estranho pensar que a cada multa ou pena imposta por autoridade civil, seja lavrada também uma multa no céu – a ser cobrada por Deus.

 

Além de obedecer às autoridades, devemos orar por elas: 1Tm 2.1-2

súplicas, orações, intercessões, ações de graças: todo tipo de intercessão.

Ações de graça: lembre-se de agradecer pelo que as autoridades têm feito de bom.

 

- Orar exatamente PELO QUE, quanto às autoridades?

Pelo contexto (v.4) e pela Bíblia em geral, obviamente o principal alvo é a salvação delas.

Mas neste texto, orar em favor das autoridades não é visando um fim em si mesmo, mas um meio para um objetivo bem definido:

 

... para que vivamos vida tranquila e mansa

Note que o ALVO PRINCIPAL dessas orações é o próprio povo.

Oração para que a autoridade use o poder para que o povo tenha um certo tipo de vida:

vida tranquila: ideia não é de ociosidade, mas de calma.

mansa: quase sinônima da outra, calma, em paz

Com uma vida calma e pacífica, o crente deve proceder com toda piedade e respeito.

Infelizmente no Brasil (e no mundo) o que temos é o oposto de calma, de tranquilidade: medo, insegurança, desconfiança, indignação, tensão.

Certamente que as autoridades darão conta diante de Deus, mas e a nossa parte de orar por elas, estamos cumprindo?

E se elas cumprirem as obrigações diante de Deus por causa de conversão, ótimo.

Se não, que seja por uma boa consciência, cidadania ou resepeio aos seus subordinados.

 

Deus está oficializando hoje a escolha para o presidente do Brasil pelos próximos 4 anos.

Conclamo ao compromisso (individual e como igreja) de orarmos frequentemente por esse homem, seja quem for. E pelos novos governadores, prefeitos e congressistas.

O crente fiel a Deus passará 4 anos orando por essas autoridades, goste delas ou não.

 

Que Deus nos abençoe. Amém 

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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