2Co 5.20-21 55 minutos 01/02/2015
Mauro Clark
Na última pregação falamos que Deus tomou a iniciativa de propor aos homens a reconciliação através do sangue de Cristo, que limpa os pecados de quem crer nEle.
Esse não teria mais os próprios pecados imputados.
Tão espetacular notícia foi registrada na Bíblia e precisa ser divulgada ao mundo inteiro.
Assim, Deus entregou aos crentes o ministério da reconciliação.
Paulo agora dá um passo a mais:
v.20
somos embaixadores em nome de Cristo
Que posição, que distinção, que honra para nós!
Não somos apenas anunciadores do Evangelho, como alguém contratado para um serviço de anúncio, sem nada a ver com o que está anunciando.
Quando pregamos o Evangelho, convidando alguém para o reino de Cristo, estamos falando do nosso próprio país!
... em nome de Cristo: representamos Cristo e Seu reino neste mundo.
Uma verdade muito enfatizada na Bíblia é que o povo de Deus é peregrino nesta terra.
Aliás, num sentido geral, todo ser humano é peregrino na terra, pois é mortal.
Mas quem não tem Cristo, além de ser estrangeiro na terra, é estranho ao próprio Deus!
É um peregrino, sim, mas a caminho da perdição, longe de Deus.
Mas há uma ênfase toda especial no caso do crente (fiel a Deus), como sendo peregrino na terra, por pertencer a outro reino.
No NT fica claro que o céu tornou-se nossa pátria por causa de Cristo:
Fp 3.20; Hb 11.13-16; 12:21-24; 1Pe 2.11; Ap 21:10–27
como se Deus exortasse por nosso intermédio
Na pregação passada falei que o ministério da reconciliação COMEÇA com a exposição do plano da salvação. Por que “começa”?
Porque simplesmente expor o Evangelho não é tudo.
exortar: παρακαλεω parakaleo: lit. chamar para o lado, convocar. Fig.: exortar, consolar, solicitar, encorajar, confortar, ensinar.
Pregar o Evangelho não é apenas expor o plano de salvação de modo frio como uma aula de álgebra. Precisa haver o elemento de exortar, de aconselhar, de encorajar.
E veja algo também importante:
Essa exortação tem como origem o próprio Deus. Somos apenas um porta-voz.
A rigor, um embaixador nunca fala por si próprio, mas pelo governo que ele representa. As palavras são dele, mas a linha de ação, as diretrizes, as decisões vem do dirigente máximo do país dele.
Mesma coisa conosco, quando pregamos o Evangelho.
As palavras são nossas, mas a mensagem, o plano da salvação, o convite, tudo tem origem em Deus.
Duas consequências:
1. O tamanho da responsabilidade quando o crente PREGA o Evangelho.
2. O peso que fica sobre os ombros de quem OUVE o Evangelho.
Vários personagens bíblicos colocaram esse peso sobre os ouvintes:
Josué: Js 24.15; Elias: 1 Rs 18:21; Ezequiel: Ez 20:39; Jesus: Jo 6:67
Vemos exatamente esses dois fatores no próximo passo de Paulo:
Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus
Ele se desincumbe da sua responsabilidade fazendo um bonito apelo ao seus leitores (a qualquer pessoa, em geral), ao mesmo tempo em que coloca o peso da decisão: “Já que Deus propõe a se reconciliar com vocês, em Cristo, aceitem e se reconciliem com Ele.”
Observe como no apelo ele apresenta as credenciais de embaixador: em nome de Cristo
Ao recusar ou aceitar o Evangelho, o pecador não está recusando ou aceitando um pedido ou um apelo pessoal do pregador, mas recusando ou aceitando um apelo do próprio Deus, em Cristo.
v.21
Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós...
Paulo aqui explica a base teológica para a reconciliação com Deus, através de Cristo.
Jesus Cristo nunca pecou, mas concordou em carregar sobre si os pecados dos homens. Deus aceitou a tal ponto de tê-lo considerado não apenas um pecador, mas o próprio pecado personificado (embora sem um só pecado intrinsecamente dEle): Is 53.4-6,10a
Isso é fortíssimo! Nunca Deus olhou para um ser humano e viu alguém tão desprezível como Ele viu Cristo naquela cruz. Tão vil e repugnante que não suportou olhar para Ele, olhou para o lado e o abandonou.
Ao clamar “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”, Jesus sentiu todo o peso da desprezo do Pai pelo pecado humano. Deus O fez pecado por nós.
Por que tanto horror, tanto sofrimento?
para que, nele fôssemos feitos justiça de Deus
Veja o contraste: Cristo foi feito PECADO, para que nós pudéssemos ser feitos JUSTIÇA.
Como o nosso pecado foi totalmente jogado sobre Cristo, desapareceu de nós.
Mas só o fato do pecado desaparecer de nós não significa que nos tornamos justos diante de Deus. Seríamos apenas pessoas sem pecado e nada mais.
E como é que fomos feitos justiça de Deus? Não por justiça inerente, mas pela fé que o Espírito Santo nos concedeu!
A fé em Cristo é aceita por Deus como um ato de obediência nossa, de que cremos no Filho dEle, de que nos subjugamos ao Filho dEle, de que queremos adorar o Filho dEle.
Essa nossa disposição e atitude nos fazem justos diante de Deus.
Na próxima mensagem veremos que Paulo repete o apelo, só que mudando algumas coisas e introduzindo um elemento crucial para quem ouve o Evangelho.
Enquanto isso, você, irmão embaixador ou irmã embaixatriz, todo dia ao acordar, lembre-se: “Sou um estrangeiro nesta terra, apenas represento o reino do meu Deus aqui, preciso ser fiel ao Rei, o meu Senhor Jesus Cristo e agir conforme a “política externa” dEle, os interesses dEle neste mundo.
Quanto a você, amigo, junto-me a Josué, a Elias, ao próprio Jesus e a Paulo, apelando a você: Em nome de Cristo, rogo que se reconcilie com Deus.
Que Deus nos abençoe! Amém