At 4.1-14 55 minutos 16/04/2023
Mauro Clark
v.1-3
Acabou a “lua de mel” entre os discípulos de Jesus e a sociedade em geral, começando com as autoridades.
Três classes de autoridades se ressentiram com os apóstolos, enquanto eles falavam: sacerdotes, capitão do templo, saduceus (não criam em ressurreição).
Ressentidos: palavra forte. NVI: perturbados. Deveriam estar sentindo a autoridade abalada e correndo perigo.
Prenderam: início de uma longa rotina que seria vivida por todos os apóstolos e muitos discípulos de primeira hora.
O v.4 é um parêntese, para Lucas dar um breve “relatório” – bendito parêntese.
v.4
Consequência do discurso: 2000 conversões (somadas às 3000 do cap. 2.41)
Um mesmo discurso: uns se convertem, outros se revoltam.
Vivemos isso diariamente: nossa pregação irrita a alguns, é neutra para a maioria e converte a poucos.
Seria interessante um curso sobre como pregar para não irritar o ouvinte e nem deixá-lo neutro, mas apenas converter. Claro que esse curso não existe!
Temos apenas que pregar. O resultado é com Deus.
v.5-7
Agora a situação ficou pesada.
A alta cúpula religiosa reunida: autoridades, anciãos, escribas, sumo sacerdote e ainda os parentes do sumo sacerdote.
Do outro lado, um pescador! E João.
E perguntam: Com que poder ou em nome de quem fizestes isto?
O milagre em si não estava em questão, conforme veremos.
O problema era saber qual a fonte do poder daqueles dois homens.
À primeira vista, um interregatório altamente intimidador, esmagador.
Mas as aparências enganam.
Na verdade, coitados daqueles figurões religiosos.
O pescador tinha uma condição que uma sala cheia de autoridades não poderia enfrentar:
v.8
Cheio do Espírito Santo...: essa é a condição.
Pedro estava sobre o controle direto do Espírito Santo de Deus.
Cada palavra de Pedro vinha diretamente do alto.
Isso era exatamente o que Cristo prometera em Lc 21.12-15.
A expressão “cheio do Espírito Santo” é usada 9 vezes em Atos:
À parte de duas, que não indicam atividade, mas um estado, todas as outras sete se referrem à capacidade para falar.
É crucial notar que a ousadia não veio de Pedro, mas do Espírito Santo que o encheu!
v.9-10
Pedro agora faz um breve discurso, extremamente objetivo, sem perder tempo e nem desperdiçar palavras.
benefício: acusação muito sutil: ele estava sendo interrogado por fazer o bem!
Pedro, transbordando de coragem e sabedoria do alto, passa da defesa para o ataque.
Ao dizer que a cura foi em nome de Jesus Cristo, faz uma acusação gravíssima:
... a quem vós crucificastes, Deus ressuscitou.
Esta é a terceira vez que Pedro acusa os seus ouvintes de terem matado Jesus.
Só que nas duas primeiras, falava ao povo em geral.
Agora fala apenas às autoridades religiosas dos judeus e durante um interrogatório!
É quase inacreditável a ousadia de Pedro!
Importante: já seria uma acusação gravíssima se fosse isolada tipo “Vocês mataram”.
Mas fica ainda muito mais pesada quando diz que Deus ressuscitou Jesus!
“Deus reprovou o que vocês fizeram, a ponto de reverter! Vocês não entendem o que Deus quer, estão na contramão dEle!”
v.11
pedra angular: fundamental, pois dá os ângulos da construção.
É citação de Sl 118.22. Pedro interpreta a pedra rejeitada como Jesus Cristo e os construtores como as autoridades religiosas de Israel, bem à sua frente.
Se rejeitaram a parte principal da obra eram maus construtores!
v.12: Uma das afirmações mais importantes da Bíblia: só existe salvação em Cristo!
Onde está Moisés? E a Lei? E o templo? E os sacrifícios? Onde está Israel? E os sacerdotes? Sumiram todos, só ficou Jesus Cristo!
dado entre os homens: doutrina crucial, que atesta a humanidade de Cristo. (1Tm 2.5)
Uma das primeiros provas de um falso cristianismo é quando coloca qualquer coisa em lugar de, ou mesmo ao lado de Cristo, como necessária para a salvação.
v.13
Duas coisas que viram em Pedro e João impressionaram as autoridades:
a intrepidez e o fato de serem iletrados e incultos.
Já vimos que a intrepidez foi fruto do poder que receberam do Espírito Santo.
Quanto à falta de estudos, foi compensada por instruções e sabedoria do alto, também fornecidas pelo Espírito Santo (At 1.2).
Lc 12.11-12; Mt 10.19-20: nas duas passagens, não são prometidas apenas as palavras certas, mas o modo de proceder.
Modo: gr.: como, por quais meios.
O próprio comportamento, o tipo de ação, de reação, tudo seria dado pelo Espírito Santo.
No contexto, o alvo são crentes judeus durante a Tribulação, antes da vinda de Cristo.
Nós, crentes da Igreja podemos ser incluidos por aplicação, com garantias semelhantes.
Voltando:
Por mais que as palavras eruditas fossem evidência do resultado de andarem com Jesus e de algum poder superior, isso não comprovava que haviam feito um incrível milagre.
Era importante algo mais palpável, mais visível. Que não fosse por isso:
v.14
Pronto, para as autoridades agora fechou o cerco: ali estava o próprio homem curado!
Homens que haviam andado com Jesus de Nazaré estavam falando palavras fortíssimas e profundas (como Jesus também falou), e além do mais exibiam a prova de que fizeram um grande milagre em nome do mesmo Jesus (como também o próprio Jesus fizera).
Era evidente que esses discípulos estavam fazendo exatamente o que Jesus fizera!
Ou seja: Jesus partiu mas deixou esses homens no lugar.
Resultado, estavam num beco sem saída: nada tinham que dizer em contrário!
Neste ponto, resolvem se reuinir a portas fechadas e mandam que os acusados saiam.
Veremos na próxima semana.
Ainda hoje, é crucial o testemunho, a presença de alguém que foi alvo de um milagre de Jesus Cristo, muito mais poderoso do que uma cura física: o milagre do novo nascimento.
Veja a importância de VOCÊ estar presente nas conversas em que Jesus é citado – na escola, no trabalho, especialmente na igreja.
Que Deus nos abençoe. Amém