Jo 8.41 34 minutos 07/04/2019
Mauro Clark
Na série AGINDO COMO JESUS, a ênfase de cada mensagem não é nos ensinos e doutrinas, mas na atitude e no comportamento dEle, visando imitá-Lo.
Este versículo faz parte de uma longa discussão de Jesus com os judeus, que abrange do versículo 21 até o 59. Uma conversa forte, tensa, que chegou à blasfêmia deles.
O ideal seria ler toda a passagem, para vocês captarem bem o contexto.
Mas leremos apenas do versículo 38 ao 46.
Jesus afirma que Ele tinha um Pai e os judeus, outro, sem dizer quem era esse outro.
Isso os deixou irritados, alegando que eram filhos de Abraão.
Claro que eles eram descendentes físicos de Abraão, mas Jesus leva para o lado espiritual e, nesse sentido, discorda que eram filhos de Abraão.
Abraão era um homem afinado com Deus, enquanto eles não acreditavam na verdade que Jesus falava e ainda queriam matá-Lo.
Jesus volta a falar que eles tinham outro pai, dizendo que faziam as obras deste pai.
Até aqui ainda não tinha dito quem era esse pai.
Então eles explodem numa blasfêmia terrível:
Nós não somos bastardos: Essa é uma tradução infeliz, que diminui drasticamente o peso dessa acusação.
“ek porneia”: produto de imoralidade (ou prostituição)
Lit.: “ek porneia”: produto de imoralidade (ou prostituição)
A Versão Corrigida traduz de maneira perfeita:
Nós não somos nascidos de prostituição. Temos um pai que é Deus.
Dificilmente poderia haver uma acusação mais grosseira, mais arrasadora para se fazer a uma pessoa, e obviamente à respectiva mãe. E Jesus ouviu!
Paremos um pouco aqui. Qual a sua reação se ouvisse algo exatamente igual?
Se você já sofreu acusação semelhante, como reagiu? Deu um soco no outro? Xingou de maneira ainda pior a mãe dele? Humilhou o outro de alguma forma?
E se ouvisse hoje, como seria?
Vejamos a reação de Cristo.
Ele concentrou a resposta em 2 pontos:
1) Refutar a afirmação dos judeus de que eram filhos de Deus. Após alguns argumentos, terminou dizendo abertamente que eles não eram filhos de Deus e finalmente disse o nome do pai deles: o Diabo.
Jesus também sabia ser forte. A diferença é que Ele dizia a verdade e não tinha ódio nas palavras. Mesmo quando se irava, era sem pecado.
2) Ao perguntar quem dentre vós me convence de pecado (v.46), deixou claro que não tinha pecado algum.
Tudo bem, mas, e quanto à acusação em si, de ser filho de prostituta? Nem uma palavra!
Também não se dignou a ficar explicando quem era Maria, uma mulher fiel a Deus, bendita entre as mulheres, que não traiu o esposo José, que ficou grávida pela Espírito Santo, etc. Nada falou.
Pela Sua própria reação, Ele nos ensina: ao ser acusado sem base, de maneira maliciosa, cruel, não responda. Simplesmente ignore.
O silêncio pode ser mais contundente do que mil palavras.
É uma maneira de expressar o repúdio pela acusação.
De deixar claro que algo tão baixo não é digno de resposta.
É difícil reagir assim, com tanta calma e controle.
Mas se estamos em comunhão com Deus, o Espírito Santo nos dará domínio próprio.
Nos dias do Seu esvaziamento, Jesus era totalmente controlado pelo Espírito Santo.
Com certeza a sensação é muito agradável: ser agredido duramente, caluniado de maneira irresponsável, e reagir com domínio próprio, sem perder a sobriedade, simplesmente ignorando a agressão.
Cristo fez assim. Vamos agir como Ele.
Que Deus nos abençoe. Amém