Sequência do trecho anterior, em que Jesus disse para não sairem de Jerusalém porque a promessa do Pai seria cumprida neles: o batismo no Espírito Santo, quando receberiam poder do alto.
A restauração do reino era uma enorme expectativa do povo judeu: livres dos romanos, fortes e poderosos na Terra, em cumprimento das promessas a Abraão (depois complementadas a Moisés, a Davi).
v. 6
Ao perguntarem, assumiram que Jesus restauraria o reino a lsrael, pois era o Messias.
Quanto a isso não havia dúvidas, mas QUANDO? Essa era pergunta.
Os discípulos tinham muito interesse nisso porque eles seriam autoridades nesse reino.
v.7
Embora tenha implicitamente admitido que restauraria o reino a lsrael, Jesus não podia dizer quando seria, pois esse assunto era de exclusiva competência do Pai.
Ele se absteve de dizer se Ele próprio sabia ou não, mas em Mt 24.36 disse que não.
Obviamente quando reassumiu a Sua glória, passou a saber.
v.8
Esta é a chave do livro de Atos, um dos versículos mais importantes do NT.
Contém o plano para a atividade dos discípulos:
* Jerusalém
* Judéia (região que incluía Jerusalém)
* Samaria: ao norte da Judéia, povo misto
* Até aos confins da terra
Campo de atuação: partindo de Jerusalém, abrange todo o mundo.
Quatro observações:
1. Deixou claro que era um plano de longo prazo (“Até aos confins da terra”)
Em vez de aguardarem uma breve chegada ao poder, deveriam “arregaçar as mangas” e trabalhar duro.
Como Lucas escreveu aproximadamente 30 anos depois de Jesus dizer essas palavras, os seus leitores devem ter compreendido que a tarefa deveria continuar.
2. Antes de generalizar “até aos confins da terra” Jesus apontou Jerusalém como campo de atuação.
O campo missionário mais imediato é a própria cidade onde cada um está!
Fortaleza é campo missionário para nós tanto quanto a África!
A igreja deve evitar os dois extremos: concentrar-se tanto nas congregações distantes que relaxam na cidade onde está e o contrário: concentrar-se tanto na própria cidade que se descuidam do trabalho distante.
Falei que aqui tem o plano de atividade para os discípulos, mas que atividade?
3. Cristo concentrou tudo o que esperava da lgreja numa palavra: TESTEMUNHO.
Testemunhar é basicamente FALAR a verdade sobre alguém: o que viu, o que sabe a respeito.
O que você conhece de Crlsto? Pois fale!
Se você fosse primo do prefeito, ou sobrinho de senador, todo mundo aqui saberia.
E quanto a você ser discípulo de Cristo, todos que lhe conhecem sabem?
Duas observações sobre testemunho:
a) O testemunho tem que incluir mensagem de arrependimento para remissão de pecados: Lc 24.45-48
Infelizmente muitas igrejas tem deixado isso em segundo plano.
b) Testemunho envolve reputação: Lc 7.4; At 10.22; 22.12; 1Tm 3.7; 5.10
Na Lei de Moisés, a reputação até de um boi valia! Ex 21.35-36
A sua reputação é tal que dá legitimidade ao seu testemunho de Cristo?
4. Para testemunhar, os discípulos teriam, antes, de ser revestidos de poder, o que ocorreria quando recebessem o Espírito Santo.
Esse poder iria supri-los de coragem, ousadia, iniciativa, zelo, doutrinas corretas, palavras certas em momentos difíceis.
Ainda hoje é assim: o crente é dependente desse mesmo poder do Espírito Santo para testemunhar: Ef 5.18-21
Mas esse poder não é transmitido de forma automática: o crente precisa deixar espaço para o Espírito Santo operar.
v.9
Novamente Lucas fala com naturalidade de coisas fantásticas ocorridas com Jesus.
O Filho de Deus volta à casa paterna.
O Verbo retorna ao céu, de onde veio.
E retoma a Sua glória, que sempre teve desde a eternidade passada.
Com uma diferença: agora Ele volta como Homem também, com um corpo glorificado.
Deus e Homem na 2a. Pessoa da Trindade.
E volta para a direita do Pai – como Estêvão testemunhou: At 7.54-56
Comentaremos no próximo domingo sobre a 2ª. vinda de Cristo.
Que Deus nos permita ser testemunhas dignas do nosso Salvador.
Temos muito o que dizer dEle! Digamos então! Amém