v.14-18
Parece que Moisés sabia que iria demorar, pois nomeou substitutos: Arão e Hur.
Subiu no monte e a glória do Senhor pousou ali e uma nuvem o cobriu por seis dias.
pousou: habitou, tabernaculou: aponta para a glória shekinah, ou seja, a glória que se manifestava no tabernáculo no deserto, depois no templo de Salomão e depois em Cristo, que tabernaculou entre nós.
Observem as mesmas palavras “habitou” e “glória” em Jo 1.14
Interessante: tanto no tabernáculo (Ex 40.34) como no templo de Salomão (1Re 8.10-11), a glória esteve envolta por uma nuvem, como que velada, escondida.
F.F.Bruce: “A glória que brilhou no tabernáculo e no templo, escondida na misteriosa nuvem, era apenas uma antecipação daquela mais maravilhosa glória que brilhou na Palavra encarnada, escondida daqueles que não tinham nenhuma mente para ver a luz, mas manifesta para os que têm fé”.
Ao 7o. dia Deus chamou a Moisés.
Seis dias esperando, envolto numa nuvem, sem comer e nem beber! Aliás, os 40 dias foram em jejum - Dt 9.9 (como Jesus, antes de ser tentado pelo diabo: Mt 4.1-2).Não sei como estava Moisés, mas eu estaria extremamente impaciente!
Por que período tão longo de espera?
Moisés passaria por tremenda experiência espiritual, teria contato íntimo com Deus.
Precisava estar preparado, sair da rotina, meditar, orar.
Muitas vezes experiências espirituais fortes são antecedidas por períodos bem atípicos em nossas vidas, em que somos obrigados a parar, como numa pausa para reflexão .
Ex: cirurgia, acidente, estafa, desemprego.
Quando nos encontrarmos assim, saibamos lucrar e não ficar impacientes.
Jesus passou a noite toda em oração antes de escolher os 12 apóstolos.
Após os seis dias é chamado e vai à presença de Deus.
Interessante que enquanto Moisés tinha momentos especialíssimos com Deus, do ponto de vista do povo ele estava no meio de um fogo consumidor, correndo perigo de vida!
Essa idéia deve ter contribuído para mais tarde acharem que ele tinha morrido.
Is 33.14-16: pecadores chamam Deus fogo devorador e indagam quem habitará com Ele.
Como que concordando, o profeta não nega que Deus é fogo devorador, mas responde que o justo habitará com Deus, só que o fogo não os devorará. Ao contrário, os protegerá!
Ou seja, Moisés estava de fato no meio do fogo consumidor, mas devidamente autorizado, protegido e em paz com Deus.
O crente passa por momentos difíceis e aos olhos dos descrentes, pode até parecer que está nas mãos de um Deus duríssimo, quase perverso, no meio do fogo, mas só ele sabe que delícias de momentos está tendo com Deus.
Quantos crentes tiveram experiencias que, para os outros, eram perigosas, até apavorantes, mas para que vivia aquilo, eram momentos espetaculares com Deus.