Mt 26.27-28; Lc 22.19-20 60 minutos 04/10/2020
Mauro Clark
Terminamos a última pregação sobre a Ceia perguntando do que consistia.
A resposta é simples: comer um bocado de pão e beber uma pequena porção de vinho.
É difícil pensar em algo mais acessível, fácil de conseguir.
Surge logo a pergunta: O que isso significa?
Lc 22.19
I. Comer o pão:
... comei... pão...... lhes deu, dizendo: isto é o meu corpo
De alguma forma, o pão está relacionado com o corpo de Cristo.
Depois veremos que relação é essa, implicada pelo verbo “ser” em “isto É o meu corpo”.
Uma informação sobre o corpo:
Isto é o meu corpo oferecido por vós...
Que corpo: um corpo sem pecado, puro, santo. E poderoso, que, de maneira miraculosa, abrigava a 2a. Pessoa da Trindade.
Um corpo que tanto andou por em Israel e redondezas, unicamente para fazer o bem.
Um corpo que tanto se ajoelhou diante do Pai.
E esse corpo foi oferecido por nós. Como? Uma rápida visão:
Mt 26.67; 27.28-31, 35, 50, 57-60. Oferecido para ser humilhado, sofrer e morrer.
Nessa simples, mas solene, declaração vemos que o sacrifício de Cristo seria:
* Consciente e conhecido de antemão
* Voluntário
* Substitutivo ou vicário: “em lugar de”.
Não seria um sacrifício por si mesmo, em benefício próprio.
Ele não teria nenhum motivo pessoal para entregar seu corpo à morte para aplacar a ira de Deus quanto a alguma ofensa que havia pessoalmente cometido contra Deus.
Mt 26.27-28:
II. Beber o vinho:
Tomou um cálice... bebei dele todos porque isto é o meu sangue
De forma semelhante, o vinho tem alguma relação com o sangue de Cristo.
Depois veremos que relação é essa, implicada pelo verbo “ser” em “isto É o meu sangue”.
Três afirmações sobre o sangue:
1) sangue da (nova) aliança (Lc 22.20 e 1Co 11.25 tem “NOVA”)
Que outra aliança existia para que essa fosse nova?
A Aliança feita no Monte Sinai, através de Moisés, que tratava de sacrifícios de animais.
O sacrifício implicava no reconhecimento de pecados e necessidade de sangue ser derramado, para aplacar a ira de Deus e assim haver remissão de pecados.
A ideia de sangue ser derramado é porque a vida está no sangue - Lv 17.11.
E a aliança previa o sangue de animais no lugar do sangue do próprio ofertante.
O aspecto sacrificial e cerimonial daquela aliança era provisório e o sangue dos animais não era um fim em si mesmo, apenas simbolizava o sangue de Cristo que seria derramado.
Todos os sacrifícios apontavam para Cristo.
O sangue de animais não tinham poder para perdoar pecados, eram substitutos.
Apenas o sangue de Cristo tem esse poder.
Hebreus deixa tudo isso claro: Hb 8.13; 9.11-15, 18-22; 10.1-4
Vemos que o sangue de bois aspergido sobre o povo, o colocava fisicamente em condições de praticarem a lei, de sacrificarem, participarem dos rituais, etc.
O sangue de Cristo, infinitamente mais valioso, purifica não apenas os nossos corpos, mas a nossa consciência, limpa-a de obras mortas, de maus pensamentos, de pecados.
Ou seja, torna-a pura, voltada para Deus, pronta e digna para serví-Lo.
2) derramado em favor de muitos
Tal como o corpo foi oferecido por eles, o sangue seria derramado também em benefício deles (substituição).
3) para remissão de pecados
remissão: no grego αφεσις aphesis = 1) livramento de escravidão ou prisão; 2) perdão de pecados, apagados da memória, como se nunca tivessem sido cometidos.
Quando se fala que a morte de Cristo foi expiatória, significa que pagou uma pena.
O sangue de Jesus foi aceito por Deus como válido para pagar pelos nossos pecados. Com base nisso, Deus nos perdoou. Nossa pena foi expiada, paga, por Jesus. (Ef 1.6-7)
bebei dele todos
Do modo como o pão deveria ser comido por todos, assim todos deveriam beber o vinho.
Noutra pregação comentaremos sobre esse aspectos de todos participarem juntos.
Na próxima pregação veremos o significado da Ceia. Mas, antes disso, responderemos se existe alguma realidade espiritual por trás da ordem de comer o pão e beber o vinho.
Que Deus nos abençoe. Amém