Ex 20.1-3 50 minutos 14/07/2019
Mauro Clark
v.1-2
Eu sou o senhor teu Deus:
Antes de enumerar os mandamentos, Deus lembra os israelenses quem estava falando: Deus era o Deus deles no sentido de ter eleito aquela nação para ser dEle.
E que se interessava por eles, que cuidava deles, que libertava da escravidão.
Veja que não era só Deus falando de Si próprio, sem qualquer conhecimento por parte deles. Ao contrário, eles tinham acabado de ter e ainda estavam tendo experiência com esse Deus. Não um Deus teórico, meio vago, de apenas ouvir falar.
Você está sempre lembrando que Deus é estritamente pessoal e o que Ele fez por você?
Independentemente de como os israelitas procederiam,
Agora, além de Deus DIZER que era o Deus deles, era importante que eles de coração adorassem e seguissem esse Deus.
v.3
Não terás outros deuses diante de mim
Interessante: os mandamentos estão no singular: TU não terás...
Deus enfatiza o aspecto individual de cada um.
Deus sempre foi um Deus pessoal.
Não o encare como apenas “o Deus dos crentes”, mas como o SEU Deus.
Outros: Deus já se propunha a ser o Deus deles. Não precisavam de outros.
Questão interessante: Ler Dt 6.4 e 1Re 8.60.
Ora, se não há outro Deus, por que Deus manda que eles não tenham outros deuses?
Porque o ser humano tem a infeliz capacidade de fazer outros deuses na própria mente.
E esses deuses mentais, embora não existam de fato, são reais, como ídolos!
E por que Deus não disse de forma positiva “Terás apenas a mim como Deus”?
Porque a forma negativa enfatizaria a tendência para a idolatria.
Embora este mandamento não seja considerado o mais importante (que é amar a Deus de todo coração - Mt 22.37-38), ele é fundamental, sem o qual não existe nenhum relacionamento com Deus.
Pelo que entendo pela Bíblia, a idolatria é, de longe, o pecado que mais ofende a Deus.
A felicidade ou infelicidade de Israel, o sucesso ou o fracasso, a própria existência deles como nação dependeria de seguirem esse mandamento.
Infelizmente a história de Israel mostra que, depois, fizeram exatamente o contrário.
Depois quando? Anos depois? Não, DIAS depois, com o bezerro de ouro.
E depois não parou mais.
Até o exílio da Babilônia os judeus oscilavam entre o monoteísmo e o politeísmo explícito.
Deus os acusou duramente de adorarem outros deuses: Is 57.11-13; Jr 2.26-28
Quando voltaram do exílio, ficaram conhecidos como povo monoteísta.
E então, passaram a agradar a Deus?
Não. Não ter outros deuses é uma parte do mandamento. A outra parte, embora implícita, é ter Deus como Deus de fato! É colocá-Lo acima de tudo.
E os judeus, do exílio até a destruição em 70 dC, passando pela época de Cristo, apesar de nominalmente monoteístas, tornaram-se legalistas, apegados à letra, artificiais, políticos, faziam o que queriam.
Ou seja, apesar de não abertamente idólatras a outros deuses pagãos, tornaram-se idólatras de outras coisas – incluindo da própria da Lei ou do que chamavam da Lei.
O resultado foi o mesmo: Deus ficou de lado!
Chegando no tempo do NT, vemos que o mundo da época (exceto Israel) continuou profundamente idólatra e pagão. Não era um costume que havia ficado no passado remoto.
Paulo fala muito no problema da idolatria. Até debocha dos deuses pagãos, dizendo que não são nada: GI. 4 .8
Os novos convertidos eram saídos da idolatria: 1Ts 1.9 (implícita a ideia de que deuses são mortos e são mentira).
Mas o NT contém uma novidade comparado com o AT: enfatiza a noção de que idolatria não é apenas a adoração direta a algum deus pagão.
Idolatria é respeitar, sujeitar-se, servir, adorar, qualquer coisa, em lugar de Deus.
Avareza é idolatria: Ef 5.5. Glutonaria é idolatria: Fp 3.19
Ou seja, cada um dessas práticas é uma infração ao 1º. mandamento.
Conforme já comentamos, os 10 mandamentos são para toda a humanidade.
Todos os seres humanos do mundo precisam adorar só a Deus.
Pena que a humanidade falhou nisto: Rm 1.18-25
E ainda hoje vemos a idolatria reinando.
O Catolicismo Romano ensina a idolatria há 2mil anos e não quer abrir mão dela.
Não apenas a idolatria envolvendo imagens (trataremos no 2º mandamento) mas a adoração íntima a ídolos.
Todas as religiões são idólatras, pois adoram um deus que não o da Bíblia, ou seja, falso.
Mas nem precisa ser religioso para ser idólatra.
Conforme já comentamos, idolatria é adorar qualquer coisa que não seja Deus.
No mundo atual a idolatria se manifesta no misticismo, na adoração à Natureza (Ecologia exacerbada) na adoração explícita e implícita aos demónios, no amor ao dinheiro, à fama, a pessoas, até a si próprio.
A idolatria irá piorar, até se globalizar e se concentrar na adoração ao Anticristo: Ap 20.4
A idolatria somente será exterminada da face da terra quando Cristo voltar.
E quanto a nós, crentes, hoje? Temos perigo de cair em idolatria?
Sim. Dificilmente em idolatria grosseira a deuses ou santos.
Mas à idolatria de outras coisas, conforme já comentamos, corremos perigo.
Não foi à toa que tanto Paulo como João advertiram aos crentes: 1Co 10.14; 1Jo 5. 21
Cuidado em darmos mais atenção a qualquer coisa no mundo (parentes, nós mesmos, igreja, trabalho de Deus), do que a Deus.
Que Deus nos abençoe. Amém
Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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