At 5.27-42 60 minutos 28/05/2023
Mauro Clark
Vimos que os guardas foram buscar os apóstolos com cuidado, para não serem apedrejados.
v. 27-32: interrogatório.
O sumo sacerdote os acusa de duas coisas:
1. Desobediência à ordem anterior de não pregar nesse nome
Parece que tinha tanto ódio a Jesus que se recusava a pronunciar o nome dEle.
2. Estavam responsabilizando as autoridades pela morte de Jesus
Defesa de Pedro (representando o grupo).
Explicação de cada acusação:
Quanto à desobediência: antes importa obedecer a Deus do que aos homens
É quase repetição de 4.19: Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus.
Pedro não questionou a autoridade humana do sumo-sacerdote, mas quando viu que estava contrária ao que Deus queria, colocou Deus em primeiro lugar.
Princípio cristão: obedecer as autoridades até onde não colidir com as ordens de Deus.
Quanto à responsabilização das autoridades religiosas na morte de Jesus, Pedro teve a suprema coragem de repetir tudo, no rosto, pregando uma das mensagens mais curtas e fortes de que se tem notícia:
Vocês crucificaram Jesus, a quem Deus ressuscitou (ver 2.32 e 4.10).
Mas Deus não apenas Lhe devolveu a vida, mas O exaltou a Príncipe e Salvador, para levar Israel ao arrependimento e à remissão de pecados (até hoje, ainda futuro!)
E que não pensassem que tudo era imaginação deles, mas eles próprios haviam testemunhado pessoalmente tudo aquilo (até onde era possível).
E se achassem pouco o testemunho pessoal deles, arrolou outra testemunha, desta vez divina: o próprio Espírito Santo era testemunha de tudo!
Termina com uma afirmação espetacular: Deus outorgou o Espírito Santo aos que Lhe obedecem.
É interessante a ligação da outorga do Espírito Santo com a obediência a Deus.
Eles tinham sido presos e estavam sendo acusados exatamente porque não obedeceram às autoridades e obedeceram a Deus.
E se estavam sendo hostilizados pelas autoridade, estavam sendo altamente prestigiados por Deus com o envio do Espírito Santo a eles.
Quando um pecador se arrepende e se converte, está sendo obediente a Deus quanto à aceitação de Cristo e, portanto, é agraciado com o Espírito Santo. Que presente!
Ler v.33-39
Reação: matar todos (e não era para menos).
Gamaliel, fariseu, entra em cena. Era respeitado por todos.
A primeira coisa que faz é mandar os apóstolos se retirarem.
E fala com sabedoria e prudência. E lógica!
Considera que só havia duas possibilidades:
1. Os homens falavam por si próprios, portanto eram falsos mestres.
Citou dois casos anteriores, Teudas e Judas, ambos foram mortos e seus seguidores se dispersaram.
Se fosse o caso dos apóstolos, ocorreria o mesmo e no final tudo daria em nada.
2. Esse conselho ou essa obra realmente vinha de Deus.
Aí a situação seria bem diferente. Primeiro, eles não conseguiriam destruí-los.
E segundo, quem ousaria se encontrar lutando contra Deus?
Que argumentos! Com essa sabedoria e prudência, não à toa ele era tão respeitado.
E concordaram com ele.
E qual era a real posição de Gamaliel sobre o assunto? Não sabemos.
Parece que não era cristão no momento e nem há registros de que ele tenha se tornado.
E nem simpatizava com a ideia de matarem os apóstolos só porque não gostavam deles e das obras impressionantes que estavam fazendo.
Pode ter tido segundas intenções, mas é melhor considera-lo sincero na sua dúvida.
Lição para nós, crentes: certamente devemos nos opor a qualquer ensinso, doutrina ou prática em desacordo com o NT.
Mas, se algo esteja ocorrendo, estranho a nós, mas que não fira o NT, talvez seja hora de aplicar o conselho de Gamaliel.
E agora, já que todos concordaram com Gamaliel, como fazer?
v.40
Temos a tendencia de sentir alívio com o final da frase, que fala da soltura deles.
Vamos paremos um pouco aqui nesta simples palavra: açoitaram-nos
Açoite na época: 39 açoites (40 menos 1).
Era imensa a dor, aflição, desespero envolvidos aqui.
Depois dos açoites, receberam ordens de que não falassem no nome de Jesus.
Mais uma vez vejo Deus zombando dessas autoridades!
Essa ordem eles já tinham dado três vezes antes.
E mais: eles já tinham dito claramente que não obedeceriam.
Com essa quarta proibição eles revelam a total impotência de conseguir que o nome de Jesus não fosse pregado.
Finalmente foram soltos.
E como eles reagiram ao castigo tão sofrido?
v.41-42
Felizes por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus.
Hoje, cada um se concentra no fato de estar sofrendo ou não.
Não está sofrendo? A vida fica alegre, tudo azul!
Está sofrendo? Então chora, geme, suspira e implora para se ver livre do sofrimento.
Mas talvez nunca passe pela cabeça a pergunta: Por que estou sofrendo?
Claro que nem todo sofrimento é por causa do nome de Jesus. Mas... e se for?
Se for, deve mudar a atitude com que encaramos o sofrimento.
Mas a realidade é que não temos enfrentado perseguição física.
Algum de nós já levou um bolo na mão, um empurrão, um tapa por ser crente?Talvez não.
Enfrentar perseguição física é um tipo de viver cristão de que não temos nem ideia.
Por isso mesmo, devemos:
* Agradecer a Deus por isso
* Saber que pode acontecer
* Orar pelos irmãos perseguidos.
v.42
Lucas encerra o episódio com sarcasmo, como se novamente Deus estivesse rindo das autoridades.
Ele faz questão de dizer que os apóstolos fizeram abundantemente, em privado e em público, exatamente o que haviam sido proibidos. Que fidelidade e que disposição!
Se alguém nos proibir um dia de pregar o nome de Cristo, que sejamos tão desobedientes quanto aqueles irmãos apóstolos!
E espero que não seja necessário que precisemos apanhar para termos mais vontade, disposição e ousadia para para falar de Cristo.
Que Deus nos abençoe. Amém