Lc 22.19-20 39 minutos 13/12/2020
Mauro Clark
A Ceia do Senhor tem basicamente três propósitos, que, inclusive, envolvem os três aspectos do tempo: passado, presente e futuro.
1. Lembrar Cristo (no presente, mas olhando para o passado)
2. Anunciar (no presente, mas olhando para o futuro) 1Co 11.26
3. Comunhão (no presente, mas olhando para o futuro): 1Co 10.16
Hoje veremos o primeiro propósito: Lembrar Cristo
Mas antes, ressalto que é comum Deus querer que os homens se lembrem de feitos dEle:
Ex 3.15; Dt 5.15; 7.17-18; 1Cr 16.11-12.
O homem tem memória fraca, tende a esquecer rapidamente das coisas, especialmente as coisas boas que lhe fizeram.
Lembrar-se das coisas que Deus fez ajuda a colocar Deus na perspectiva correta e a ocupar a nossa mente com as coisas do alto: Cl 3.2-3
Quanto à Ceia, esse propósito é referido apenas por Lucas: Lc 22.19-20
... fazei isso tem memória de mim
Sugiro separarmos essa “memória” em três partes:
1. Da encarnação dEle
O corpo (representado pelo pão) e o sangue (pelo vinho) estão diretamente associados com a encarnação, quando assumiu forma humana e veio habitar entre nós.
De maneira resumida, a encarnação deve nos lembrar que:
* Ele se dispôs a sofrer, se humilhar, padecer nas mãos de pecadores.
* Ao mesmo tempo em que sofria as consequências de habitar num mundo pecador, Ele fez o bem, aliviou dores, falou do reino de Deus – deixando-nos exemplo a seguir.
* Ainda ao mesmo tempo em que fazia tudo isso, revelava o Pai ao mundo, ao ponto de dizer “quem me vê a mim vê o Pai”.
Ou seja, além de nos dar exemplo como homem perfeito, Ele nos mostrava como é o caráter de Deus, nos falava do Pai, exibia o Deus Criador às Suas criaturas.
2. Da morte dEle
Lembrar que Cristo deu o Seu corpo e derramou o sangue, é lembrar que Ele morreu.
Só que não morreu por acidente, ou por acaso: mas voluntariamente, numa missão em que nos substituía.
E o que o moveu, para ter vivido de modo sofrido e morrido em nosso lugar? Amor .
No final, falarei dos sentimentos que tudo isso deverá despertar em nós.
3. Da CONSEQUÊNCIA daquele sangue ter sido derramado.
Além do aspecto fisicamente terrível em que Cristo derramou o Seu sangue, precisamos nos lembrar da consequência daquele sangue ter sido derramado.
Aquele sangue era poderoso: tinha o poder de perdoar pecados.
Ai de nós se aquele sangue não houvesse escorrido pelo corpo de Cristo, cruz abaixo. Seríamos pessoas perdidas, condenadas ao inferno.
Resumindo: a lembrança disso tudo faz parte do que Jesus queria para nós quando comemorássemos a Ceia.
É importante, portanto, nos lembramos de tudo o que Ele disse e fez em vida, mas também de como essa vida chegou ao fim: na cruz - uma morte humilhante, pavorosa, torturante, em nosso favor.
Antes de encerrar com as lições práticas, uma observação fundamental:
O oferecimento do corpo e do sangue de Cristo está na base da Nova Aliança.
E Ele apontou especificamente a Nova Aliança como motivo de memória para nós.
E como é feito durante uma Ceia, é como se estivéssemos comemorando a Nova Aliança.
Embora tratando de morte e derramamento de sangue, a Nova Aliança merecer ser festivamente comemorada!
Afinal, a consequência desse Nova Aliança foi o surgimento das Boas Novas do Evangelho, que nos alcançou com a salvação, como acabei de comentar!
Termino sugerindo que a lembrança de tudo isso deve suscitar em nós:
* Alívio por termos escapado de tão terrível destino;
* Gratidão, muita gratidão ao Deus triuno
* Vontade de pregar essa mesma mensagem a outros, para que também beneficiem
* Humildade. Só escapamos do inferno porque Ele morreu por nós.
* Profundo desejo de louvar a Deus pelo Deus que Ele é, pelo que Cristo revelou dEle
* Vontade de servir a Jesus, como demonstração da nossa gratidão.
* Vontade de imitar Jesus no que Ele foi e fez.
Como é benigno para nós, lembrarmos de Cristo de maneira mais intensamente, como fazemos durante Ceia.
Que Deus nos abençoe e edifique com a lembrança dessas coisas.