PREGAÇÃO

Punição de uns, proteção de outros (Série APOCALIPSE 22 de 75)

Ap 6.12-7.8      65 minutos      08/07/2018         

Mauro Clark


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Terminei a última pregação dizendo que, após os 4 primeiros selos, dos cavaleiros, seria de se esperar que o próximo selo, o quinto, fosse a execução ou a consequência da ação desses cavaleiros sobre a terra rebelde.

O quinto, não, mas o sexto selo é exatamente isso.

 

v.12-14

Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio grande terremoto. O sol se tornou negro como saco de crina, a lua toda, como sangue, as estrelas do céu caíram pela terra, como a figueira, quando abalada por vento forte, deixa cair os seus figos verdes, e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então, todos os montes e ilhas foram movidos do seu lugar.

 

Depois das providências, do envio dos cavaleiros, agora é ação pura. E violenta, gigantesca, catastrófica.

Pela 1ª. vez João descreve cenas ocorrendo simultaneamente no céu e na terra.

Grande terremoto

Sol: negro (cinza do terremoto, eclipse ou outro fenômeno)

Lua: vermelha, como sangue, também talvez efeito do terremoto

Estrelas: pedaços de estrelas, meteoros, caíram pela terra

* Montes e ilhas se moveram

* O próprio céu: recolheu-se, como uma folha de papel que se enrola

Jesus: Mt 24.29. Outros: Ez 32.7; Is 34.4

 

É difícil imaginar a dimensão do que ocorre aqui e as consequências: os estragos, o caos, muito sofrimento, morte - exatamente como os cavaleiros estavam autorizados a fazer.

Em vez de falar nos mortos, João se refere à reação dos vivos, dos sobreviventes:

 

v.15-17

Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?

 

Duas vezes o mesmo verbo: esconder-se

Por causa dos terremotos e meteoros, multidões de pessoas de todo tipo (grandes e pequenos, ricos e pobres) se apavoraram com medo da própria moradia desabar e fugiram em massa para lugares mais seguros e escondidos.

Caí sobre nós e escondei-nos: para matá-los (obviamente um desejo incoerente, irracional), ou para escondê-los da destruição.

 

Observe:

1. Rapidamente todos ficaram nivelados. Ricos e pobres, patrões e empregados, autoridades e pessoas do povo, famosos e comuns, cultos e analfabetos, arrogantes e tímidos todos correndo lado a lado procurando abrigo.

No meio de tanta diversidade de gente, havia um ponto em comum: pecadores apavorados, frágeis, recebendo a justa vingança do Deus Todo-Poderoso, a quem tanto haviam rejeitado.

 

2. Preferem pedir favor aos montes do que ao próprio Deus!

Parece que não passava pela cabeça deles a ideia de tratarem diretamente com Deus, como Ele próprio convocara várias vezes: Is 1.18-20; 41.21; 43.24-26.

Quantas dessas pessoas haviam sido convidados por pregadores do Evangelho para considerarem: At 17.2; 18.4

Mas continuarem sem querer acertar as contas com Deus! Nada de arrependimento!

Essa atitude será registrada explicitamente várias vezes, ao longo do livro.

Dureza de coração, impenitência, orgulho.

 

3. De alguma forma, compreenderam o que estava acontecendo: chegara o grande Dia da ira de Deus.

Termo geral para alguns julgamentos de Deus anunciados ao longo da história, apontando para o grande julgamento da Tribulação e o final, o grande trono Branco, após o Milênio.

Esse Dia é muito referido na Bíblia: Is 13.6-14; Jl 2.31; Sf 1.14-18; Rm 2.5; Jd 6

 

4. Forçosamente reconheceram (especialmente os poderosos e ricos) que não tinham poder nenhum diante de Deus e do Seu Filho. Jl 2.11; Ml 3.2

Fp 2.9-11 começa a se cumprir!

 

Continuando:

João faz pausa entre o sexto e o sétimo selo e comenta dois grandes eventos.

Vamos ao primeiro:

 

7.1-8

Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma. Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e ao mar, dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus. Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel, da tribo de Judá foram selados doze mil; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil, etc...

 

Veremos na primeira parte deste capítulo que o mesmo poder de Deus para alcançar incrédulos para julgamento, protege os Seus fiéis das mesmas tragédias.

Um grupo muito especial é citado aqui.

 

A cena parece ser a seguinte:

Depois das terríveis catástrofes do sexto selo haver serenado, foi dada autoridade a quatro anjos para causar mais dano à terra, ao mar e às árvores.

Provavelmente esse dano estava incluído nas catástrofes que ainda aconteceriam (trombetas, taças, ais, etc).

 

Mas antes, um outro anjo, com grande voz, disse aos quatro que só poderiam agir depois que ele e outros (os próprios 4?) selassem na fronte 144.000 judeus, servos de Deus.

Então os quatro anjos foram aos quatro cantos da terra para segurar os quatro ventos, para que não soprassem e, assim, não causassem dano.

Quatro cantos da terra: 4 pontos extremos no círculo (tipo Norte, Sul, Leste e Oeste).

Quatro ventos: O movimento dos ventos é assunto extremamente complexo. Não sei porque quatro.

Fato é que precisa muito poder para conter todo o gigantesco movimento eólico da terra.

 

Duas descrições do outro anjo, que deu ordem aos quatro:

... subia da nascente do sol: Do que chamamos leste.

... tendo o selo do Deus vivo

Selo: no grego, lit.: selo, sinete. Metaf.: marcar como propriedade, autenticar, manter secreto, reservar para depois, proteger.

 

O termo selo/selar aparece duas vezes aqui: uma para dizer que esse anjo tinha o selo do Deus vivo e outra para dizer que os 144.000 foram selados na testa.

Não sabemos se o próprio anjo era selado ou (mais provável) tinha nas mãos o selo para marcar os judeus.

 

Com os ventos seguros, uma pausa nos terríveis efeitos climáticos, os 144.000 homens foram selados.

Duas características deles (no cap. 14 falará ainda mais):

1. servos de Deus: crentes, convertidos a Cristo  

 

2. Judeus, pois pertenciam às doze tribos de Israel

Importante:

A referência NÃO é a Israel espiritual, ou seja, igreja ou crentes em geral.

Se fosse, não teria sentido a divisão nas tribos de Israel nome a nome (não comentarei a listagem diferente, em que Dã saiu, Levi entrou e Efraim foi substituída por José).

É evidente que os 144.000 são judeus fisicamente, de sangue, separados por Deus pela respectiva tribo.

Hoje os judeus podem não saber exatamente a que tribo pertencem, mas Deus sabe.

 

No nosso contexto, o que era esse selar?

Fisicamente: ter gravado na testa o próprio nome e o nome do Pai (14.1)

Significado: identificado como crente, reservado para uma tarefa especial e protegido.

 

Tudo indica que esses 144.000 judeus crentes foram selados para levar o Evangelho aos seus conterrâneos. Alguns os chamam de missionários.

Não deve ter sido à toa que João falou duas vezes deste mesmo grupo de judeus crentes: primeiro, aqui, quando foram selados e segundo, no cap. 14, em companhia de Cristo.

Obviamente entre uma ocasião e outra, eles estavam agindo, fazendo um serviço a Deus.

 

Observação final:

Impressiona o enorme destaque dado a esses homens e ao fato de terem sido selados. Quatro anjos nos 4 cantos do globo, segurando o vento sobre a terra, tudo quieto.

Por que tanto destaque?

Reposta não é difícil: os judeus, o antigo povo escolhido de Deus, começavam a se voltar para Cristo!

Conforme veremos, no final da Tribulação Israel será fortemente perseguido pelo Anticristo e dois terços da população do país será morta. E não será destruído porque o Messias voltará. Haverá uma conversão em massa dos judeus.

Zc 13.8-9; Dn 9.27; Jr 30.7; Ez 20.35-36; 22.19; Os 2.13-14; Rm 11.26

 

 

Na próxima pregação veremos o 2º. grande evento que João anunciará antes da abertura do 7º. selo. E será espetacular!

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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