Mt 26.47-49; Lc 22.47-48 30 minutos 03/09/2017
Mauro Clark
Série AGINDO COMO JESUS: ênfase não nos ensinos e doutrinas, mas na atitude, no comportamento dEle, para imitá-Lo em situações semelhantes.
Mt 26.47-49 e Lc 22.47-48
Situação que Jesus enfrentou: ser traído.
Própria ideia de traição, indica ser denunciado por alguém do círculo de amizade, familiar, trabalho, etc. Não teria sentido falar que inimigo traiu outro.
Pois foi o que ocorreu com Jesus: Judas era do círculo íntimo de Jesus, aliás, o mais íntimo que existia: um dos 12 apóstolos.
Dois dados importantes:
1) Jesus sabia que Judas iria trai-Lo: Jo 6.70-71
2) Não é que Judas tinha bons propósitos e caiu de repente. Já era ladrão: Jo 12.6
Pergunta: Por que mesmo assim Jesus o convocou para ser apóstolo?
Poderíamos dizer que foi para cumprir profecia (Sl 41.9, ver Mt 26.24; 109.8 ver At 1.20), mas isso não iria ao âmago da pergunta.
Na realidade, não temos resposta completa, só Jesus poderia nos dizer com precisão.
De fato, à 1a. vista pode até parecer imprudência de Jesus colocar um desonesto para tomar conta do dinheiro do grupo.
Obviamente Jesus jamais gostaria que uma igreja O seguisse nesse ponto, colocando como tesoureiro alguém não confiável com dinheiro.
Por isso é que acho que os motivos dEle foram mais profundos e continham uma lição para nós: faz parte da vida trabalharmos com pessoas hostis.
E poderá haver situações em que precisaremos até mesmo selecionar pessoas assim para trabalharem conosco.
Certamente não foi com prazer que Ele escolheu Judas para apóstolo, mas obrigado por circunstâncias, inclusive o cumprimento da profecia.
Mesmo reconhecendo que não temos todos os dados, fica a lição: aprenda a trabalhar com pessoas não confiáveis, e até mesmo de alguma maneira hostis a você.
Agora vamos ao foco da pregação:
A maneira de reagir ao ser traído por alguém do nosso círculo de relacionamento
Veja que Judas traiu Jesus duplamente: primeiro, quando roubava o dinheiro do grupo.
E, pior, traiu a própria Pessoa de Jesus, o que levou à morte dEle.
E como Jesus reagiu com o seu traidor? Duas atitudes:
I) Chamou-o de amigo... - Mt 26.50
Curioso: antes, Jesus o havia chamado de diabo, como vimos em Jo 6.70-71.
Diabo no grego é aquele que calunia, que acusa falsamente.
Acusação falsa é uma forma de traição.
Outra razão de Jesus ter chamado Judas de diabo: Satanás entrou em Judas:Jo 13.21-27
Como Jesus chamou de amigo um acusador, traidor, possesso pelo próprio Satanás?
É que Jesus amava as pessoas, independentemente de quem eram.
A palavra “amigo” reflete o que Jesus tinha no coração: atitude amigável, pacífica, mesmo com decepção, tristeza.
O que não vemos é destempero, ódio, vontade de esganar.
Primeira atitude se for traído: ter coração aberto, sem ódio, sem desejo de vingança.
II) ... a que viestes? - Mt 26.50
Fez mansamente a pergunta (talvez logo depois do beijo), mas que em si mesmo embutia repreensão: Lc 22.47-48
Jesus expõe toda a indignidade, a vileza do traidor com essa pergunta.
Lembra a pergunta que fez para o guarda que o esbofeteou horas mais tarde.
Mas permanece intacta a mansidão dele, a elegância, o espírito pacífico, no trato com um homem que tanto lhe fez mal.
(Mansidão é saber abrir mão de certos direitos, admitir ser tratado de maneira hostil, não se achar superior a ponto de não poder ser agredido).
Em suma: uma segunda atitude se for traído é agir com mansidão, de maneira pacífica (mesmo se quiser deixar claro o erro do outro).
Que Deus nos abençoe. Amém