Gn 49 Gn 50.1-14 minutos 21/08/2016
Mauro Clark
Nas duas últimas pregações sobre José, vimos que Jacó, bem perto de morrer, abençoou os dois filhos de José - Efraim e Manassés.
Comentamos sobre o gesto de cruzar os braços e dar prioridade ao mais novo, Efraim.
Perguntamos o motivo daquela inversão, e dedicamos uma pregação inteira sobre o princípio de que Deus tem inclinação especial pelo mais novo, mais fraco, mais pobre.
E verificamos alguns motivos que explicariam esse princípio, além do fato de Deus ser soberano e fazer tudo como Lhe agrada.
Agora, Jacó chama os outros onze filhos e faz profecias sobre cada um dos doze:
v.1-2
Vemos aqui Jacó como profeta, inspirado pelo Espírito Santo.
É uma linguagem altamente poética, às vezes difícil de compreender.
Comentarei em apenas o que ele falou a Judá, tribo de Davi, da qual veio Cristo (o Messias) tornando-se, de longe, a tribo mais importante de Israel e também sobre José.
José: (Efraim e Manassés): muita bênção (6 vezes!), proteção divina direta. Termina atestando a superioridade sobre os irmãos (como os sonhos do próprio José anteviram)
Dos doze, um não teve tribo (Levi) e outro teve duas tribos (José: Efraim e Manassés), mantendo o número doze.
Vamos a Judá.
v.8-12
v.8: Judá: significa “louvor”.
teus irmãos de louvarão: superioridade.
tua mão...cerviz...inimigos: poder exercido sobre os inimigos.
v.9: leão: força, nobreza.
v.10
Cetro, bastão: não obrigatoriamente realeza, mas superioridade.
Judá foi, em muitos aspectos, superior às outras tribos:
* Judá era a maior das tribos (censo no início e fim da peregrinação)
* Tinha o maior número de homens de guerra (Nm 2.9)
* Era a tribo predominante no deserto (sempre ia primeiro)
* Quando Canaã foi dividida, Judá foi a 1a. tribo a receber herança
* Durante o reino de Davi, proeminência.
* Na divisão, a capital de Judá: centro do reino do Sul
* Reino do Sul: conhecido como Judá
* Os que voltaram do exilio, eram basicamente da tribo de Judá.
* O povo de Israel ficou conhecido como Judeus.
Mas a superioridade de Judá seria até algo acontecer:
... até que venha Siló: Siló: talvez “pacificador” ou “até que venha o que lhe pertence
De qualquer forma, refere-se ao Messias:
... e a ele obedecerão os povos: autoridade máxima mundial.
v.11-12: jumentinho...vide, lavará...vestes...vinho:
Abundância videira usada como poste de amarrar animal e vinho para lavar roupa.
olhos...cintilantes de vinho... dentes brancos de leite: vivacidade, beleza.
Descrições gráficas do milênio, indicando com extrema abundância.
Cabe uma pergunta: por que Judá seria tão superior às outras tribos?
Já vimos que Rubem perdeu o direito de primogenitura pois teve relações com a concubina de seu pai.
E que esse direito passou a José, horando com dois filhos entre as doze tribos.
Esperaríamos então que a superioridade estaria com Efraim.
Mas vemos que Judá é que ganhou esse privilégio. Vale a pena o seguinte texto:
“É curioso nessas narrativas sobre José, que foi Judá, em vez de José, que terminou
prevalecendo em ganhar a posição de preeminência entre seus irmãos. Por mais
importante que José seja na estrutura das narrativas de Gênesis, seu papel é
subordinado ao de Judá. Consequentemente, as bênçãos dos filhos de José registradas
nesta passagem, não tem um papel importante no desenrolar da história bíblica. Em vez
disso, é a bênção de Judá no cap. 49 que tem o papel dominante na continuidade da
história da promessa e da bênção. De Judá vem a casa de Davi, e de Davi vem o Messias - que é o foco da história bíblica que segue. Os dois filhos de José - Efraim e Manassés -, tiveram um importante papel nos textos que tratam do reino dividido do Norte, mas a atenção do autor bíblico para aquele reino, que terminou exilado e perdido na Dispersão, empalidece à luz da estrela nascente de Davi. - (John Sailhamer, Expositors Bible Commentary).
Em suma, Efraim e Manassés foram tribos importantes, porém a mais destacada entre as doze, a grande privilegiada por ter sido a tribo do Messias, foi Judá.
Reposta à pergunta “Por que foi assim”?: Porque Deus determinou.
Este é o fato. Mas, e o motivo por que Deus determinou? Porque Ele quis!
E livremente escolheu Judá, à parte de critério de primogenitura ou do desejo de honrar
especialmente o grande e poderoso José. Escolheu Judá, sem nenhuma posição especial
entre os filhos.
Belo exemplo da eleição de Deus, que escolhe a quem quer.
Ele já havia escolhido Jacó em vez de Esaú. E agora escolhe Judá em vez dos outros onze. É exatamente o mesmo princípio: Rm 9.11-18
Amigo, implore a Deus por misericórdia!
Voltando a Jacó:
v.28-33: após as bênçãos, Jacó dá instruções sobre o seu enterro e morre.
Bonita a maneira tranquila e serena com que Jacó enfrentou a morte, inclusive deixando tudo arrumado e preparado.
Certo que estava bem velho. Mas não é preciso ser velho para enfrentar a morte com serenidade, conformação e submissão a Deus.
Cada um deve estar sempre pronto para partir!
Cap. 50.1-14
Após embalsamarem, levam Jacó com grande cortejo e o enterram em Canaã.
Termino com duas observações:
1. v.1,10: Novamente José chorando, em público, muito triste com a perda do pai.
Intensa sensibilidade pode conviver com grande poder!
2. v.14: José volta com seus irmãos para o Egito Agora, sem Jacó.
E agora, como seria a relação entre José e os outros, sem a figura central do pai?
Veremos na próxima e última pregação sobre José.
Que Deus nos abençoe. Amém