PREGAÇÃO

Simplesmente porque foi a vontade de Deus! (Séries GÊNESIS 54 de 55 e JOSÉ 13 de 14)

Gn 49 Gn 50.1-14      minutos      21/08/2016         

Mauro Clark


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Nas duas últimas pregações sobre José, vimos que Jacó, bem perto de morrer, abençoou os dois filhos de José - Efraim e Manassés.

Comentamos sobre o gesto de cruzar os braços e dar prioridade ao mais novo, Efraim.

Perguntamos o motivo daquela inversão, e dedicamos uma pregação inteira sobre o princípio de que Deus tem inclinação especial pelo mais novo, mais fraco, mais pobre.

E verificamos alguns motivos que explicariam esse princípio, além do fato de Deus ser soberano e fazer tudo como Lhe agrada.

 

Agora, Jacó chama os outros onze filhos e faz profecias sobre cada um dos doze:

v.1-2

Vemos aqui Jacó como profeta, inspirado pelo Espírito Santo.

É uma linguagem altamente poética, às vezes difícil de compreender.

 

Comentarei em apenas o que ele falou a Judá, tribo de Davi, da qual veio Cristo (o Messias) tornando-se, de longe, a tribo mais importante de Israel e também sobre José.

José: (Efraim e Manassés): muita bênção (6 vezes!), proteção divina direta. Termina atestando a superioridade sobre os irmãos (como os sonhos do próprio José anteviram)

 

Dos doze, um não teve tribo (Levi) e outro teve duas tribos (José: Efraim e Manassés), mantendo o número doze.

Vamos a Judá.

 

v.8-12

v.8: Judá: significa “louvor”.

teus irmãos de louvarão: superioridade.

tua mão...cerviz...inimigos: poder exercido sobre os inimigos.

 

v.9: leão: força, nobreza.

v.10

Cetro, bastão: não obrigatoriamente realeza, mas superioridade.

Judá foi, em muitos aspectos, superior às outras tribos:

* Judá era a maior das tribos (censo no início e fim da peregrinação)

* Tinha o maior número de homens de guerra (Nm 2.9)

* Era a tribo predominante no deserto (sempre ia primeiro)

* Quando Canaã foi dividida, Judá foi a 1a. tribo a receber herança

* Durante o reino de Davi, proeminência.

* Na divisão, a capital de Judá: centro do reino do Sul

* Reino do Sul: conhecido como Judá

* Os que voltaram do exilio, eram basicamente da tribo de Judá.

* O povo de Israel ficou conhecido como Judeus.

 

Mas a superioridade de Judá seria até algo acontecer:

... até que venha Siló: Siló: talvez “pacificador” ou “até que venha o que lhe pertence

De qualquer forma, refere-se ao Messias:

... e a ele obedecerão os povos: autoridade máxima mundial.

 

v.11-12: jumentinho...vide, lavará...vestes...vinho:

Abundância videira usada como poste de amarrar animal e vinho para lavar roupa.

 

olhos...cintilantes de vinho... dentes brancos de leite: vivacidade, beleza.

Descrições gráficas do milênio, indicando com extrema abundância.

 

Cabe uma pergunta: por que Judá seria tão superior às outras tribos?

Já vimos que Rubem perdeu o direito de primogenitura pois teve relações com a concubina de seu pai.

E que esse direito passou a José, horando com dois filhos entre as doze tribos.

Esperaríamos então que a superioridade estaria com Efraim.

Mas vemos que Judá é que ganhou esse privilégio. Vale a pena o seguinte texto:

“É curioso nessas narrativas sobre José, que foi Judá, em vez de José, que terminou

prevalecendo em ganhar a posição de preeminência entre seus irmãos. Por mais

importante que José seja na estrutura das narrativas de Gênesis, seu papel é

subordinado ao de Judá. Consequentemente, as bênçãos dos filhos de José registradas

nesta passagem, não tem um papel importante no desenrolar da história bíblica. Em vez

disso, é a bênção de Judá no cap. 49 que tem o papel dominante na continuidade da

história da promessa e da bênção. De Judá vem a casa de Davi, e de Davi vem o Messias - que é o foco da história bíblica que segue. Os dois filhos de José - Efraim e Manassés -, tiveram um importante papel nos textos que tratam do reino dividido do Norte, mas a atenção do autor bíblico para aquele reino, que terminou exilado e perdido na Dispersão, empalidece à luz da estrela nascente de Davi. - (John Sailhamer, Expositors Bible Commentary).

 

Em suma, Efraim e Manassés foram tribos importantes, porém a mais destacada entre as doze, a grande privilegiada por ter sido a tribo do Messias, foi Judá.

Reposta à pergunta “Por que foi assim”?: Porque Deus determinou.

Este é o fato. Mas, e o motivo por que Deus determinou? Porque Ele quis!

E livremente escolheu Judá, à parte de critério de primogenitura ou do desejo de honrar

especialmente o grande e poderoso José. Escolheu Judá, sem nenhuma posição especial

entre os filhos.

Belo exemplo da eleição de Deus, que escolhe a quem quer.

Ele já havia escolhido Jacó em vez de Esaú. E agora escolhe Judá em vez dos outros onze. É exatamente o mesmo princípio: Rm 9.11-18

Amigo, implore a Deus por misericórdia!

 

Voltando a Jacó:

v.28-33: após as bênçãos, Jacó dá instruções sobre o seu enterro e morre.

 

Bonita a maneira tranquila e serena com que Jacó enfrentou a morte, inclusive deixando tudo arrumado e preparado.

Certo que estava bem velho. Mas não é preciso ser velho para enfrentar a morte com serenidade, conformação e submissão a Deus.

Cada um deve estar sempre pronto para partir!

 

Cap. 50.1-14

Após embalsamarem, levam Jacó com grande cortejo e o enterram em Canaã.

Termino com duas observações:

1. v.1,10: Novamente José chorando, em público, muito triste com a perda do pai.

Intensa sensibilidade pode conviver com grande poder!

 

2. v.14: José volta com seus irmãos para o Egito Agora, sem Jacó.

E agora, como seria a relação entre José e os outros, sem a figura central do pai?

Veremos na próxima e última pregação sobre José.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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