PREGAÇÃO

Tudo novo! 1 de 3 (Série APOCALIPSE 69 de 75)

Ap 21.1-22.17      68 minutos      27/10/2019         

Mauro Clark


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A Tribulação ficou para trás. Assim como o Milênio, a derrota de Satanás, o antigo céu e a antiga terra, o julgamento do grande trono branco. O lago de fogo está cheio de demônios, e de almas e corpos perdidos, todos eternamente condenados ao sofrimento.

 

21.1: Vi novo céu e nova terra pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.

João repete que o primeiro céu e a primeira terra desaparecem e acrescenta que o mar desapareceu também

E descreve uma visão espetacular: novo céu e nova terra. (Is 65.17)

 

Muitos acham que o céu e a terra originais foram purificados pelo fogo e passaram por uma total reformulação, mas sem perder a continuidade.

Como dizem: “será uma mudança de substância, mas não de caráter”.

Alguns argumentos:

2Co 5.17 diz que o crente é nova criatura, as coisas antigas passaram e se fizeram novas, mas a personalidade é mantida.

Rm 8.19-23: ideia de certa continuidade da Criação

 

Outros acham que o “novo” significa ex-nihil, “do zero, do nada”, como os primeiros foram.

“O universo atual será “descriado”. O novo céu e a nova terra serão verdadeiramente uma nova criação, e não meramente uma renovação do atual céu e terra. Nessa criação eternamente nova, não haverá entropia, atrofia, decadência, declínio e desperdício”. – John MacArthur.

 

Agora, mesmo nessa hipótese, é certo que esses novos terão algo que lembrarão algumas coisas dos originais (árvore da vida, rio etc.), mas, no caso, seriam constituídos de materiais diferentes, com propósitos e condições diferentes.

Ou seja, teria algo de continuidade, mas apenas em termos conceituais.

Argumentos: afirmações de vários autores diferentes, tanto do AT como do NT, que falam fortemente em termos de criar algo novo, e afirmando que o antigo passou totalmente:

Sl 102.25-26; Is 51.6; 65.18 (hebr. bara : mesmo “criar” de Gn 1.1); 2Pe 3.13; Ap 21.1

 

Alguns indícios de algo realmente novo:

* A velha terra foi feita para ser servida, cultivada, guardada. A nova, não consta.

* A primeira terra tinha céu, lua estrelas, mar. A nova terra, não.

* A primeira terra era feita para seres humanos com sangue, carne e osso, que precisavam se alimentar e dormir. A nova terra, parece que não.

* A primeira terra não foi feita para ter a presença contínua de Deus, não dava acesso ao próprio Deus. A nova terra, sim.

* Parece que houve um intervalo entre Ap 20.11 e 21.1, o que sugere que a nova terra e céu desapareceram antes de Deus criar o novo.

 

O fato de Deus destruir totalmente a primeira Criação física (à parte dos seres humanos), não é incoerente com o fato de que Ele ter visto “que isso era bom” e “muito bom”.

Obviamente esse “bom” incluía a possibilidade da Criação vir a ser amaldiçoada pelo próprio Deus, que foi exatamente o que aconteceu!

Ou seja, parece que era um “bom” condicional, na condição da obra prima da Criação, o homem, ser obediente a Deus, o que não foi.

Nesse sentido, o aspecto físico da primeira Criação deixou de ser “bom” e tornou-se preparado para o fogo e juízo.

Ao dizer que criará tudo novo, parece que Deus não quer mais nada com aquela velha terra, com a velha Criação física, que estava amaldiçoada.

 

Seja como for, acho que estamos falando de coisas tão fora do nosso alcance, e com quase nenhuma informação, que receio que os eruditos fiquem esticando os termos hebraicos e gregos de “novo” e “nova”, mais do que eles suportam.

Quando se estica algo além da sua flexibilidade, quebra.

Espero que algumas dessas teorias, pelo menos as rígidas, não estejam quebrando a ligação com a revelação bíblica.

Em suma, penso que esse é mais um caso de aparente contradição: se o céu será novo e a terra será nova e tudo já passou, então todos os vestígios anteriores foram destruídos.  

Por outro lado, se ainda haverá árvore da vida, um rio que corre, se a primeira Criação aguarda para ser redimida etc., então haverá algo de continuidade.

 

E aqui está uma daquelas gostosas situações em que Deus se exalta e se glorifica na sua soberania e onipotência, ao mesmo tempo em que nos humilha, pobres seres humanos que procuram entender tudo e não conseguem.  

Mas mesmo quando Deus nos humilha, é com amor, para ensinar o nosso lugar, colocarmos a mão na boca e dizer: Amém, louvado seja Deus!

 

Voltando:

Impressiona o silêncio quase total que Deus faz sobre o novo céu e a nova terra.

Tudo o que temos são algumas poucas informações, das quais poderemos fazer algumas inferências. Veremos ao longo do texto.

Por outro lado, muito é revelado sobre uma cidade, chamada Nova Jerusalém.

No longo texto de 21.2 até 22.17 a ênfase é sobre esta cidade, com informações que são acrescentados sobre outras coisas e outras repetidas, sobre a cidade.

Para o pregador é difícil traçar uma estratégia de exposição lógica, que facilite a compreensão de assunto tão complexo, misterioso, variado e longamente exposto.

 

Seja como for, resolvi alistar as características da Nova Jerusalém no trecho 21.1-22.17, mesmo sem seguir a sequência dos versículos.

Também citarei outros livros da Bíblia.

Deixarei para tratar depois os trechos que não falam especificamente na Nova Jerusalém, mas, obviamente, fornecem outras valiosas revelações.

 

Características da Nova Jerusalém (em 21.10, apenas Jerusalém)

1ª característica

Celestial:
21.2,10... que descia do céu, da parte de Deus

* Hb 12.22: Jerusalém celestial

 

A cidade virá do céu (lugares celestiais) e pousará na nova terra, ou seja, ela própria era de origem celestial!

É como se um “pedaço” dos lugares celestiais, baixasse na nova terra.

 

2ª característica

Santa (21.2): ideia básica de pura e separada.

Será habitada pelo próprio Deus, tanto que é chamada de o tabernáculo de Deus entre os homens (21.3)...  

tabernáculo: gr. lit.: tenda, a construção no deserto onde Deus “ficava”. Fig: habitação.

 

Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. (21.22)

santuário: ναος naos: usada para o Santo Lugar e do Santo dos Santos no Templo.

Para que santuário, se o próprio Deus estaria lá?

 

Quando Hebreus diz que o crente “chegou” à cidade celestial, diz que chegou também a Deus e ao Cordeiro, confirmando que eles estarão lá pessoalmente: Hb 12.23-24

 

É como se no “pedaço” do céu que desceu, o próprio Deus veio junto! E não apenas para acompanhar e depois voltar para o trono dEle no céu, mas para ficar eternamente!

Tanto que a Nova Jerusalém é chamada de “a cidade do Deus vivo” – Hb 12.22

 

E quem habitará na Nova Jerusalém? É o que veremos na próxima pregação.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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