2Co 12.9 56 minutos 08/11/2015
Mauro Clark
Quando uma mulher comunica ao marido que está grávida do 1o. filho, vários pensamentos ocorrem ao casal:
* estão ficando realmente mais velhos
* a responsabilidade aumentou muito
* um grande sonho será realizado
* perderam muito da liberdade
Mas o 1o. pensamento que deveria vir à mente daquele casal é:
“Teremos muitas contas para prestar a Deus daqui para a frente”.
Todos temos certas responsabilidades perante Deus no trato com as pessoas (ex: Honrar nossos pais, amar os semelhantes, evangelizar os perdidos, etc.)
Mas com o filho temos uma responsabilidade única e exclusiva: educar desde a infância, ou seja, transmitir padrões que regularão a vida da criança, formarão a mente dela.
Com quem mais no mundo temos essa responsabilidade?
Só que Deus tem os Seus padrões e o mundo tem os dele, e são opostos entre si.
Agora, imagine em quais padrões Deus quer que os pais eduquem os filhos?
Acertou: nos padrões dEle!
Passagem chave sobre assunto: Pv 22.6
Ensina a criança:
Não o filho adulto, mas a criança, o menino.
Êrro comum: ainda é muito criança, depois eu ensino.
Com que idade? A partir do nascimento!
... no caminho em que deve andar
Caminho: em todos os aspectos da vida: éticos, morais, sociais e espirituais.
Mas como o pai vai saber o caminho em que o filho deve andar para poder lhe ensinar?
Um educador diz uma coisa, outro diz outra completamente diferente.
Isso é complexo.
- Talvez seja melhor seguir o meu bem senso, não é?
Não! Bom senso não funciona aqui. Nem do pai, nem do educador, nem de ninguém.
A solução é ouvir o Criador.
Ele é quem entende de educação e ensino de criança.
Ele é quem sabe o caminho que os homens devem andar.
Muito bem: e que caminhos são esses?
Poderíamos alongar muito essa resposta.
Mas resumirei como o próprio Jesus resumiu: Mt 22.35-40
Todas as ordens que Deus tem para os homens se resumem nessas duas:
1. Amar a Deus acima de tudo
Ponto tão importante que dedicarei a última mensagem apenas a ele.
2. Amar o próximo como a si mesmo
Esse princípio tem uma infinidade de aplicações práticas.
Envolve todo o relacionamento humano: respeito, gentileza, gratidão, honestidade, ética.
Pois resumidamente, esses são os caminhos nos quais todo pai e mãe precisa ensinar a criança a andar. É uma responsabilidade que Deus coloca perante os pais:
Ef 6.4b.
disciplina: παιδεια paideia: termo geral: educação, instrução (pode incluir disciplina física)
admoestação: exortação
do Senhor: ensino, disciplina, conselho, tudo deve estar afinado com Deus.
Voltando a Pv 22.6
A 1a. parte do vs. 6 é uma ordem pura e simples: “Ensina...”
A 2a. parte é consequência da obediência dessa ordem:
... e ainda quando for velho não se desviará dele
Aqui não promessa de Deus, mas um princípio estabelecido (há exceções).
Parece que até 6 anos a criança já aprendeu a base (princípios), que guardará para toda a vida.
É isso que Pv 22.6 quer transmitir: o que a criança aprende fica arraigado na mente, passa a fazer parte da formação até quando adulto.
Ex: Minha avó ao meu pai, criança: “Depois da tempestade vem, a bonança.
Observação: claro que muitos adultos que aprenderam dos pais esse caminho, se desviaram. Mas por escolha própria e serão altamente responsáveis diante de Deus pelo próprio desvio.
E os pais, é claro, estão em paz diante de Deus.
Pergunto: que tipo de conceitos você tem colocado no coração das suas crianças?
Se eles tem mais de 5 anos, parece que já foram moldadas conforme esses conceitos!
Forte, não?
Ex. bíblicos:
Jr 9.12-14: judeus em geral, daquela geração
2Cr 22.2-3: Acazias (mau), filho de Jorão (mau) e Atalia (má).
Woodrow Wilson (presidente da Univ.Princenton), a pais de alunos: “Recebo muitas cartas de pais, sobre os filhos, querendo saber porque nós aqui em Princenton não os tornamos melhores e nem fazemos mais por eles. A questão é que eles são seus filhos, criados nas suas casas, sangue do seu sangue, osso dos seus ossos. Eles absorveram os ideais de seus lares. Voces os formaram e os moldaram. Naqueles anos maleáveis e moldáveis das vidas deles voces deixaram para sempre a sua impressão sobre eles.”
Antes de terminar levanto um ponto: a falta de exemplo paterno quanto a amar a Deus e amar o próximo, até que ponto atrapalha o pai a ensinar isso ao filho filho?
Acho que pouco numa área, muito em outra.
Na área de ensinar a criança a amar a Deus acima de todas as coisas, não atrapalha tanto: mesmo que pai não ame, é válido tentar ensinar à criança. (Comentaremos esse ponto na última palestra).
Quanto à área de ensinar à criança a amar o próximo, a falta do exemplo paterno ATRAPALHA, e muito.
Comentamos que essa área inclúi honestidade, gratidão, cordialidade,etc.
Aqui qualquer diferença entre o que o pai manda o filho fazer e entre o que ele faz provoca prejuizos enormes na criança.
Vários problemas:
* Vê hipocrisia no pai, incoerência.
* Sua lógica de criança (excelente!) não aprova o raciocínio: se o melhor é o que eu devo fazer, por que ele não faz?
* Duvida da honestidade do pai: vai ver que ele não acredita no que diz.
* Ressente-se por ter que carregar um peso que nem um adulto carrega.
Não digo que um pai grosseiro jamais terá um filho gentil.
Mas o processo de educação daquela criança fica bastante prejudicado, ou seja, o pai se desincumbe mal da responsabil. de instruir s/filho no caminho onde deve andar.
Encerro com Dt 6.1-2
Que Deus nos ajude a cumprirmos nossa honrosa missão. Amém