PREGAÇÃO

Atitude, olha a atitude! (Série 2 CORÍNTIOS 7 de 54)

2Co 2.5-11      54 minutos      11/05/2014         

Mauro Clark


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Após falar do amor dele pelos coríntios e da importância da alegria na vida do crente, Paulo passa a falar de um problema bem específico na ocasião: a disciplina de um irmão.

 

v.5-8

Quem era esse irmão e o que ele tinha feito? Não sabemos. Ler 1Co 5.1-5.

Há 2 mil anos os estudiosos se dividem: maioria dos mais antigos insistem que se trata do mesmo caso. A maioria dos atuais acha que é outro caso, alguém que ofendeu a Paulo pessoalmente em Corinto, ou a algum enviado dele.

 

Em 1Co 5 a reação de Paulo foi fortíssima:

1) Reclama duramente que a igreja não havia removido o homem da igreja.

2) Mesmo à distância Paulo entrega o homem a Satanás, para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus.

Com poder de apóstolo e devidamente autorizado por Cristo, Paulo autoriza Satanás a danificar fisicamente o pecador. Pode até ter incluído a morte.

O castigo físico teria efeito purificador de fazer o homem (salvo) crescer espiritualmente.

 

Por que reação tão dura? Implícita a falta de arrependimento do homem na ocasião. Talvez achasse natural aquele relacionamento imoral.

 

Quanto ao nosso texto, um irmão causara tristeza a Paulo e aos irmãos da igreja.

Aliás, parece que bem mais que tristeza, mas Paulo não quis ser muito forte.

É clara a preocupação de Paulo em amenizar o tamanho do estrago (diferente de 1Co 5).

Mesmo assim, o tal irmão merecia ser punido. (Ou já houvera punição ou ainda haveria).

Que punição? Embora não saibamos, não incluía a expulsão da igreja.

E mais: Paulo pede que eles o perdoem. (Implícita atitude de arrependimento – Lc 17.3).

 

Mas Paulo não estaria satisfeito apenas com o perdão. Queria mais dos irmãos:

... confortá-lo.

Além do perdão, consolo ao agressor.

- Mas, Paulo, para que tanta consideração?

Resposta clara: ... para que não seja o mesmo consumido por excessiva tristeza.

 

- Mas, apóstolo, esse irmão pecou contra o senhor e a nós, e agora devemos consolá-lo para que não fique muito tristinho?

- É isso mesmo! E vou pedir ainda mais: Que confirmeis para com ele o vosso amor!

Mostrem que vocês o amam.

Seja perdoando, consolando, conversando, apoiando, convidando para um lanche, seja como for: mostrem que vocês o amam!

É impressionante o carinho que Paulo dispensa a esse irmão.

 

É evidente o CONTRASTE da atitude de Paulo aqui e em 1Co 5:

* O outro ofensor foi chamado de pior do que gentio (não crente). Este, alguém que deveria ser alvo de perdão, consolo e amor.

* O outro deveria ter sido expulso da igreja. Já para este, bastava uma punição.

(Importante: comparação com gentio e expulsão não significa falta de amor).

 

É exatamente esse contraste que explica a opinião de que são duas pessoas diferentes.

Os que insistem que se trata do mesmo homem, explicam a diferença da ação de Paulo na mudança de atitude do incestuoso - o que é possível.

 

Mas note algo interessante: as duas correntes têm algo em comum: a insistência de Paulo com o perdão e exercício de amor com o homem, seja o mesmo de 1Co 5 ou não, se baseia num ponto: a ATITUDE DE ARREPENDIMENTO do pecador.

E como sabemos que ele se arrependeu? Ficou tão triste que deixou Paulo preocupado. Ora, o que é que causa tristeza após um pecado? 2Co 7.9-10: arrependimento!

Segredo para saber como agir em casos de disciplina: ATITUDE do irmão faltoso.

 

Disciplina eclesiástica é algo muito delicado.

Não há regras claras no NT, uma tabela de como proceder exatamente em cada caso.

 

Mas há diretrizes gerais. Vejamos três:

1) Cada caso deve ser resolvido individualmente, podendo chegar até à assembléia ou não; podendo ser necessária expulsão ou não, mas sempre visando RESTAURAÇÃO.

 

2) A ATITUDE do irmão confrontado é fundamental quanto ao desfecho do processo e à reação da igreja. Havendo arrependimento, deve haver perdão e a comunhão restaurada.

 

3) Havendo exclusão ou não, em todos os casos, deve haver amor.

 

v.9

Além de dar instruções quanto ao caso, Paulo tinha outro propósito: testar os irmãos.

Ele era apóstolo e precisava ser obedecido.

Paulo era zeloso da sua autoridade, exigia obediência e ao mesmo tempo era humilde.

Uma coisa não anula a outra.

Autoridade é algo que faz falta nas igrejas hoje.

O pastor tem autoridade e deve exercê-la: Hb 13.17; 1Ts 5.12

A igreja tem autoridade suprema e deve exercê-la: Mt 18.17-18

 

v.10

Enfatiza a necessidade do tal irmão ser perdoado.

Parece que Paulo baseou o perdão dele sobre o fato dos irmãos terem perdoado.

Não um perdão superficial ou de conveniência: fiz na presença de Cristo.  

Certo que ninguém pode fazer algo escondido de Cristo. TUDO está na presença dEle.

Mas aqui fala de atitude espiritual feita em harmonia com Cristo, levando em consideração a Pessoa e o reino dEle, em total paz com Ele.

 

Duas lições:

1) Se tiver de ser exigente, não o seja como regra fria. Pese bem, avalie.

 

2) Faça tudo como se estivesse com Cristo bem ao seu lado (na realidade você está na presença dEle!). Mas lembre-se de pensar nEle e considerá-Lo em tudo o que faz.

 

Paulo ainda tinha outro motivo para mandar os coríntios perdoarem e serem amorosos com o irmão:

 

v.11

Satanás estava interessadíssimo em que os irmãos exagerassem na dureza disciplinar, ou seja, fazer com que a igreja, tentando alcançar um excelente objetivo (a pureza da igreja) fizesse isso por meios errados (falta de amor e dureza excessiva). 

O resultado seria triste: na igreja, divisão entre os irmãos (uns acusando outros de dureza e os outros de moleza). E no irmão faltoso, tristeza excessiva, desânimo, depressão.

E mais: ficar confuso quanto ao que significa o perdão cristão.

Até no quebrantamento de alguém, Satanás procura atrapalhar, confundir e fazer sofrer.

Não tenha dúvidas de que Satanás anda tão interessado em prejudicar a nossa igreja hoje, do que a dos coríntios 2000 anos atrás.

Os desígnios dele são muito ruins. Nunca esqueça isso.

Mas que desígnios? Próxima mensagem.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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