Na mensagem passada (Pecado: como não reagir), vimos que o fato de todos sermos pecadores não nos deve levar a um determinismo irresponsável, tipo: “Já que não é possível evitar o pecado, vou deixar rolar”.
O crente deve lutar com todas as forças contra o pecado.
Uma questão séria da vida do crente é exatamente esta: mesmo depois de lutar, se ele for vencido e terminar pecando, qual a maneira certa de reagir?
Na mensagem passada vimos como não reagir ao pecado:
a) Dificuldade de reconhecer o pecado
b) Tentar esconder o pecado (de Deus e dos homens)
c) Acrescentar pecado sobre pecado
d) Não temer a Deus pelo pecado.
Hoje veremos COMO REAGIR.
1) Reconhecendo o mal praticado
Quando o filho pródigo reconheceu que errou, começou a acertar o rumo: Lc 15.16-20
Pecados do tipo roubar, mentir, fornicar, etc. deveriam ser facilmente reconhecidos.
Mas às vezes o crente está tão endurecido, que demora ou mesmo se recusa a reconhecer pecados assim. E inventa desculpas:
* Não roubei, tirei porque estava precisando.
* Tudo bem, eu não disse a verdade, mas foi melhor para o outro.
* Aquilo com a namorada não foi imoralidade, foi carinho.
E se às vezes somos lerdos em reconhecer pecados externos, que envolvem ação, quanto mais será difícil reconhecer pecados sutís, realmente difíceis de perceber:
* Predisposição contra alguém por problema antigo
* Afastamento progressivo de Deus
* Inveja disfarçada etc.
Como perito que examina o local do crime, para perceber a mínima pista - um fio de cabelo, uma gota no chão – o crente tem de ser perito em identificar pecado cometido.
Para isso, antes de tudo, precisa conhecer bem as Escrituras, pois é lá onde estão os padrões de Deus. E pecar é exatamente contrariar esses padrões.
Certamente é preciso, na base, vontade real de querer descobrir.
Jó pediu a Deus que o ajudasse a descobrir seus pecados: Jó 13.23.
Uma vez a consciência acusando, a primeira atitude é reconhecer “Pequei”.
Davi agiu exatamente assim, quando acusado por Natã: 2Sm 12.13
2) Ódio ao pecado.
Interessante como pregações, livros, etc, enfatizam muito a necessidade de cultivarmos amor no coração, mas falam muito pouco de uma certa necessidade de termos ódio.
Pois é, ódio… ao pecado: Sl 97.10; Am 5.15; Rm 12.9
A cena de alguém com ódio de outro, ou de alguma coisa, mostra essa pessoa batendo, esmurrando, querendo destruir. Pois é assim que devemos agir com o pecado.
Você tem tido esse sentimento? Ou considera pecado como coisa meio inofensiva?
Ou chega ao cúmulo de tratar certos pecados quase como de bichinho de estimação?
Irmãos, cristianismo não é apenas vir aos cultos, dar dízimo, ir para mocidade.
Odiar o pecado é atitude crucial para vida cristão saudável: Sl 119.163.
Falei que uma das maneiras de não reagir ao pecado era falta de temor a Deus.
Pois um dos fatores que desperta ódio ao pecado é exatamente o temor a Deus.
Quem teme a Deus, sabe o risco que está correndo de ser duramente disciplinado, fica preocupado, sofre em imaginar o que virá.
Ora, quem causa toda essa tensão? O pecado.
O pecado passa a ser visto como inimigo, que pode trazer grandes prejuizos.
Quanto mais alguém teme a Deus, mais odeia o próprio pecado.
Reconhecendo que pecou e fervendo de ódio contra o pecado, o próximo passo é:
3) Arrependimento
João Batista e Jesus começavam a pregar com a mesma frase:
Arrependei-vos porque está próximo o reino dos céus: Mt 3.2; Mt 4.17.
Depois deles, Pedro seguiu na mesma linha: At 2.38; 3.19
Mesmo que nessas passagens o alvo era o arrependimento para efeito de salvação, o fato é que cada pecado, de crente ou não, precisa ser seguido de arrependimento.
Das cartas para as sete igrejas, em cinco Jesus mandou as igrejas arrependerem-se: Éfeso (Ap 2.5); Pérgamo (2.16); Tiatira (2.21); Sardes (3.3); Laodicéia (3.19).
Arrependimento: No grego metanoeo: meta (depois) + noeo (pensar): pensar depois, ter outro pensamento. Mudar de rumo.
O verdadeiro arrependimento inclui tristeza, contrição, abatimento: Sl 38.18; Jr 3.21
O crente fica tão triste com o que fez, que deseja de todo o coração não fazer mais.
O coração sem arrependimento, DURO, é típico de pecador perdido: Rm 2.5
4) Confissão
Passagem clássica sobre confissão de pecado do crente: Sl 31.3-5
Filho prodigo: após reconhecimento íntimo, confissão: Lc 15.20-21
Essa confissão, claro, é primeiramente a Deus: 1 Jo 1.9
A confissão é condição para Deus nos perdoar os pecados (não mais para salvação).
Além da confissão a Deus, poderá ser o caso de termos de confessar a quem ofendemos, como fez o filho pródigo.
Essa confissão de pecados a pessoas faz parte da vida cristã: Tg 5.16
Excelente princípio de vida: Pv 28.13
Até aqui, as reações saudáveis ao pecado é: reconhece, odeia, arrepende-se e confessa. Então, depois de confessar, nada mais resta a fazer. Certo? Não, falta algo:
5) Tomar providências para NÃO RECAIR
Jesus: duas vezes Não peques mais: Jo 5.14; 8.11; 1Pe 4.1-3
Cheira a hipocrisia dizer-se arrependido e continuar agindo do mesmo jeito.
Providências práticas para não recair:
* Ser radical para manter a decisão de não recair: Mt 5.29-30
* Praticar o bem: Sl 34.14a
Segredo valioso: quem enche a sua vida de bem, não deixa espaço para o mal.
* Orar pedindo ajuda: Sl 19.13; Mt 6.13
Passagem clássica que resume todos esses pontos: Sl 32.1-5
Que Deus lhe ajude a, quando pecar, pelo menos reagir corretamente. Amém