Mc 10.17-22 28 minutos 17/03/2019
Mauro Clark
Na série AGINDO COMO JESUS, a ênfase de cada mensagem não é nos ensinos e doutrinas, mas na atitude e no comportamento dEle, visando imitá-Lo.
Esse começo de diálogo de Jesus é interessante e curioso.
Interessante porque Jesus não responde logo à pergunta do jovem rico, mas o questiona (quase podemos dizer o repreende) por chamá-Lo de bom.
E curioso exatamente porque causa estranheza Jesus, sendo divino e sem pecado, aparentemente estar se recusando a ser chamado de bom - o que Ele de fato era!
O que aconteceu? Simples: o homem não estava olhando para Jesus como um ser divino, mas apenas como um mestre da lei, semelhante a muitos que havia em Israel.
Aos olhos do jovem, o fato de alguém ser escriba era garantia de ser uma pessoa boa.
Jesus não podia concordar com isso.
Pede então que o homem lhe explique com que base achava qualquer escriba bom.
E parte para o conceito absoluto de bondade: a rigor, nenhum ser humano é totalmente bom. Só Deus.
Contudo, ainda fica a pergunta: mesmo que o homem o encarasse como um mestre da Lei, exatamente por que Jesus não aceitou o elogio, se Ele era totalmente bom?
Sem entrar nesse mérito, parece que Jesus entendeu que o homem era meio ingênuo, desses que acham todo mundo é bom, ou pelo menos tem uma grande dose de bondade.
Podemos ver isso refletido na teologia daquele rico, querendo fazer melhor as coisas para herdar a vida eterna.
Parece que ele não reconhecia a situação da raça humana, pecadora e perdida.
Pensava que bastaria um ajuste aqui e outro ali, e estaria tudo bem.
Era exatamente isso que ele pensava de si mesmo: já se achava bom (pensava que cumpria bem a Lei), e queria ser ainda melhor, para herdar a vida eterna.
Isso era a velha e errada teologia da salvação pelas obras.
Jesus então vai na origem: ninguém é bom, nem os grandes e respeitados mestres da lei.
A salvação estava em seguir a Ele próprio, Jesus.
No caso do jovem rico, Jesus sugeriu que ele fizesse isso literalmente.
Mas é fundamental notarmos que só teria sentido o homem seguir fisicamente a Jesus se também O seguisse de coração.
Pena que o milionário não passou nem no primeiro teste: para seguir fisicamente teria que se desfazer dos bens e isso ele não queria.
A própria maneira de Jesus avaliar o jovem rico, nos deixa uma lição valiosa: Seja cuidadoso com elogios, tanto fazendo como recebendo.
Isso evita dois problemas:
1) Elogiar pessoas de maneira exagerada, ingênua.
Mesmo procedente, elogio deve ser feito com cuidado.
E se você elogia uma pessoa por algo que ela não é ou não tem, aí é algo patético.
Era exatamente esse o erro que o jovem rico estava cometendo e Jesus quis corrigir.
Antes de abrir a boca para elogiar alguém, pense bem:
* O elogio procede? É uma característica conhecida dele ou fez uma vez na vida?
* O elogio não estaria meio exagerado, talvez até contradizendo algum princípio bíblico?
Tipo: Ah, eu sei que você mal comete pecado...
2) Receber elogios de pessoas que não estão lhe entendendo direito.
Não aceite elogio ou comentário favorável sobre algo que a pessoa pensa que você tem e você sabe que não é o caso.
Exemplos:
* De vez em quando me pedem para orar por um certo assunto, alegando que pastor tem mais prestígio diante de Deus. Em vez de ficar envaidecido e agradecer, eu procuro mostrar ao irmão que ele está simplesmente enganado.
* No seu solo instrumental, você erra várias vezes. Depois alguém vem elogiar a sua apresentação “impecável”. Agradeça, mas não aceite!
E se o elogio for realmente procedente?
Aceite modestamente e logo transfira a glória para Deus.
Sejamos mais atentos e prudentes com essas coisas.
Jesus era extremamente arguto, perspicaz.
Obviamente tudo isso era mesclado com muita bondade, misericórdia e amor.
Que o Espírito Santo faça essa dosagem em nós, também.
Deus nos abençoe. Amém