Nm 16.1-19a 32 minutos 23/10/2022
Mauro Clark
Gravíssimo incidente, ocorrido não sabemos quanto tempo depois que começaram a perambular pelo deserto.
v.1-17
Três homens (Corá, Datão e Abirão) lideram uma grande revolta contra Moisés e Arão.
Na base, resistência à liderança dos dois irmãos.
Era um revolta com base civil e religiosa.
Civil, porque rejeitavam a autoridade de Moisés como juiz e dirigente do povo.
Religiosa, porque Corá, levita, queria ser sacerdote (sem ser descendente de Arão).
Interessante: Corá não buscava anarquia, imoralidade, ou mundanismo, mas queria ser líder religioso, contra a vontade de Deus.
Seja exigente ao reconhecer líderes religiosos. Podem ser tão falsos quanto Corá.
Linguagem deles foi agradável ao povo:
... toda a congregação é santa, cada um deles é santo.
Havia um sentido em que isso estava certo: a congregação era santa porque havia sido separada por Deus.
E cada um era santo à medida que andava corretamente com Deus.
Mas isso não eliminava a necessidade de líderes. Deus mesmo havia estabelecido assim.
Falsos mestre falam o que o povo quer ouvir (2Tm 4.3), misturando verdade e mentira.
Moisés manda que Araão, de um lado e os duzentos e cinquenta, de outro, trouxessem seus incensários no dia seguinte.
Ou Deus aceitaria Arão e rejeitaria os revoltosos, ou o contrário.
Moisés passa a repreender duramente Corá, perguntando se não bastava ser levita, com o honroso cargo de cuidar do tabernáculo. Ainda por cima queria ser sacerdote?
Essa é a natureza humana: sempre quer mais.
E infelizmente os crentes tropeçam muito nesse defeito.
Não é raro o crente ser inconformado com o que Deus tem lhe dado.
Ambiciona ser mais inteligente, mais destacado na escola ou trabalho, mais influente na igreja, mais conhecido ou famoso.
Isso é inconformismo pecaminoso - bem diferente de querer naturalmente melhorar, se aperfeiçoar, etc, até onde Deus determinar e para a glória dEle!
Moisés manda chamar Datã e Abirão (não eram levitas, mas rubenitas).
Ambos se recusam a comparecer, rebelando-se abertamente contra Moisés.
Na realidade, a revolta era contra o próprio Deus.
E ainda ousam justificar!
Alegam que Moisés os tirara de uma terra que mana leite e mel (Egito!) para morrerem no deserto e que não os levara à Terra Prometida.
Argumento incoerente, falso. O povo peca, é castigado e a culpa era de Moisés!
Moisés se irritou e pediu que Deus não aceitasse a oferta deles.
v.18-19a
No dia seguinte, na porta da tenda da congregação, Arão, com o seu incensário aceso, se posta ao lado de Moisés.
Os duzentos e cinquenta, cada um também com o seu incensário aceso, estava ao lado dos três líderes revoltosos.
Mas o texto diz ainda algo mais impressionante:
v.19a: Corá fez ajuntar contra eles todo o povo à porta da tenda da congregação...
É inacreditável a repetição! Dos doze espias, dez se revoltarm e levaram todo o povo.
Agora, um se revolta, influencia dois. Depois os três contaminam mais 250.
E agora o grupo tem o apoio de “todo o povo”!
Exatamente o mesmo povo que tinha sido castigado em perambular 40 anos no deserto, aguardando que os homens maiores de 20 anos morressem.
Mas lá estava o povo se rebelando novamente contra Deus.
Parece que não tem limites!
Aliás, parece não! De fato não tem limites para descrentes se revoltarem contra Deus.
Duas lições:
1. O homem natural jamais será receptivo para Deus se não for pelo Espírito Santo.
2. Mesmo sendo crentes, nós corremos o perigo de sermos influenciados por falsos mestres que falam no nome de Cristo com grande oratório, emoção, mas sem o Espírito de Deus.
Como Deus reagiu a tudo isso? Veremos na próxima semana.
Que Deus nos abençoe. Amém