PREGAÇÃO

Não é a Ceia do Senhor... - (Série Ceia 9)

1Co 11.20-22      43 minutos      12/12/2021         

Mauro Clark


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Continuemos examinando o texto mais detalhado sobre a Ceia na Bíblia: 1Co 11.17-34

Já vimos que coríntios os estavam se reunindo (no contexto, praticando a Ceia) para pior, não para melhor.

E que estava havendo divisões entre eles enquanto se reuniam para a Ceia.

Paulo disse, inclusive, que era até necessário haver divisões para que os aprovados se tornassem conhecidos entre eles.

 

Agora entramos no mérito do problema:

v.20

Quando pois se reúnem no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que vocês comem.

Duas perguntas surgem de imediato:

1) Por que o que os coríntios estavam fazendo não era a Ceia do Senhor?

2) O que era a verdadeira Ceia do Senhor?

 

Antes de responder às perguntas acima, falemos um pouco do que sabemos historicamente sobre Ceia do Senhor na época.

As informações não são abundantes, mas parece que, de maneira geral, era uma comemoração seguida de duas ou três partes:

i) Refeição comum, quando comiam e bebiam (chamado de agape - festa do amor)

É essa refeição que estava dando problema em Cortino e Paulo praticamente sugere a extinção nos v. 22 e 34.

Essa refeição, nunca ordenada, tornou-se um costume, que depois terminou cessando.

Paulo, na época, não deu uma ordem direta para acabarem, mas se fosse para continuar como estava, era melhor terminar. Se pudessem corrigir os erros, que continuassem.

É provável que muitas igrejas acharam que podiam ter essas refeições juntos sem os problemas dos coríntios, e assim continuaram fazendo.

ii) Lava-pés (apenas em algumas comunidades, não generalizado).

iii) Ceia propriamente dita, quando partiam o pão e o comiam, lembrando do sacrifício de Cristo e bebiam o vinho, lembrando do sangue de Cristo.

 

Quanto ao horário da Ceia, parece que era mais ao anoitecer.

Mais por opção de cada igreja - não por alguma instrução no NT.

Até hoje, as igrejas estão à vontade para optarem.

Dia da semana: parece que no início era diariamente (com a refeição agape): At 2.46

Aproximadamente 25 anos depois lemos que passou para os domingos: At 20.7

Isso também deve ter sido decisão de cada igreja: não há ordem bíblica nesse sentido.

 

Hoje responderemos a 1ª pergunta. (Na próxima pregação, veremos o que Paulo ensina sobre a verdadeira Ceia do Senhor):

 

Por que o que os coríntios estavam fazendo NÃO era a Ceia do Senhor?

v.21-22, 33-34

Quatro pontos:

a) Apesar de não estar escrito explicitamente, a Ceia do Senhor propriamente dita não se constituía de uma refeição.

Tanto que Paulo não teve o menor constragimento de recomendar que eles, em casa mesmo, matassem a fome - o que se faz numa refeição - v.22 e 34.

Ou seja, a refeição era dispensável para a comemoração da própria Ceia do Senhor.

Como comentei, muitas igrejas faziam essa refeição opcional. Depois caíu em desuso.

 

b) Não estavam esperando uns pelos outros, para comerem todos juntos.

À medida que uns iam tendo fome, comiam logo.

Ora, um dos propósitos básicos da Ceia do Senhor é exatamente mostrar a comunhão dos crentes em Cristo. 1Co 10.16-17.

 

c) Ao comer, cada um por sua conta, antes da ceia propriamente dita, os abastados comiam bastante e bebiam até ao ponto de se embebedarem.

Já os mais pobres, num terrível contraste, ficavam com fome: uma humilhação, v. 22.

 

Lição importante para qualquer igreja: as programações devem ser de tal forma a não expor a diferença de situação econômico-financeira entre os membros.

Não que se pretenda esconder essa diferença, que obviamente existem e é normal.

Mas é necessário que o ambiente na igreja deva ser tal que os menos favorecidos se sintam totalmente à vontade com os que estão em melhor situação financeira.

A rigor, qualquer igreja séria considera o membro mais abastado de maneira absolutamente igual ao mais pobre.

Ambos estão nivelados em Cristo: são igualmente pecadores e eram igualmente necessitados da mesma graça de Deus.

Ambos têm o mesmo Salvador. Na igreja, um é tão importante quanto o outro.

Os dois precisam ser honrados e respeitados. Os dois precisam se sentir em casa.

 

Uma igreja que trata de modo diferente o modesto e o abastado, é uma igreja que está menosprezando a igreja de Deus (v. 22b).

Esse é um erro grave e profundamente lamentável.

Que Deus livre a nossa igreja de cair neste pecado.

E que sejamos cada vez mais firmes na determinação de promovermos a igualdade de dignidade e valores entre os membros.

 

d) A rigor, são duas consequências dos outros erros. Os coríntios estavam:

* Comendo o pão e bebendo o cálice do Senhor indignamente e, por isso, sendo réu do corpo e do sangue do Senhor (culpado de ofender gravemente a Cristo).

* Comendo e bebendo sem discernir o corpo - ou referindo-se a Cristo ou à igreja.

(Noutra pregação falarei mais sobre esses pecados e as suas consequências).

 

Que Deus nos ajude a compreender bem a Ceia do Senhor, a respeitarmos essa ordenança, a entendermos o quanto os salvos que compõem uma igreja são sagrados aos olhos de Deus. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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