PREGAÇÃO

Novo nascimento: o que é?

Jo 3.1-13      62 minutos      22/12/2019         

Mauro Clark


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Fariseu: partido religioso, exigente com a lei, acatavam adições à lei, enfase no exterior.

Um dos principais: membro do Sinédrio.

 

3 vezes ele aparece nos Evangelhos:

1. Aqui, de noite, furtivamente, talvez para não chamar atenção dos colegas

2. Defendendo Jesus perante autoridades religiosas, mas ainda discretamente - 7.50

3. Ajudando José de Arimateia no sepultamento de Jesus, abertamente - 19.38-42

Obviamente, a cada vez que aparece, o vemos cada vez mais envolvido com Jesus.

 

Certamente o ideal é que o crente esteja cada vez mais envolvido com Cristo. Mas não sei se esse é o caso da maioria.

Também acho que esteja na minoria o outro extremo: cada vez mais se afasta.

Talvez a maioria esteja no meio: nem chega mais perto, nem mais longe: estagnado!

Onde você se situa?

 

v.2b

Nicodemos inicia o diálogo reconhecendo que Jesus era um Mestre vindo de Deus, o que era evidente pelos sinais.

Não é claro o que ele queria com Jesus, talvez apenas aprender mais da doutrina dEle.

 

Se foi o caso, excelente lição para muitos.

Alguns têm o costume de admirarem Jesus pelos milagres, pelas atitudes, mas não se preocupam em aprenderem a doutrina dEle.

E como seria diferente se fossem por esse caminho.

 

v.3:

Jesus vai direto ao ponto: Nicodemos não entenderia as coisas do reino de Deus e nem mesmo entraria nele, se não nacesse de novo (ou do alto).

Esta é uma frase de profundo significado espiritual, de alto teor doutrinário e teológico.

Tanto que Nicodemos não alcançou.

 

v.4: Mostra o quando Nicodemos ficou “voando”.

Tentou aplicar em termos estritamente literais e viu que não tinha sentido.

 

v.5: Jesus praticamente repete a frase, mudando “de novo para “da água e do Espírito".

F.F.Bruce: “A menção de “água” e “Espírito” deve ter acendido uma luzinha na mente de Nicodemos, pois lembrava  diretamente Ez 36.24-27: a restauração de Israel. “água pura” (v.25) e “meu Espírito”” (v.27).

Para alguém se “tornar judeu” (prosélito) tinha de ser batizado, significando purificação e nova posição espiritual.

 

Quando João Batista veio, quis que os próprios judeus se batizassem, mas exigindo um novo comportamento, resultado de arrependimento de pecados. Mt 3.1-8

Jesus deve ter se referido ao batismo, quando falou em água.

Não que o batismo em si era necessário para ver o reino de Deus, mas o que estava por trás: o arrependimento, uma purificação interior e o início de uma nova vida.

Tudo isso seria consequencia direta do trabalho interno do Espírito Santo no indivíduo.

 

v.6: Jesus deixa claro que está falando de algo diferente do nascimento humano, físico.

Trata-se de um nascimento espiritual.

 

v.7-8: Vendo a admiração do fariseu, que não conseguia entender, Jesus fornece uma analogia com a natureza: o vento, do qual não conhecemos a origem e o destino, só vemos o efeito.

No grego vento e espírito são exatamente a mesma palavra: pneuma.

Assim é a atuação do Espírito Santo: não sabemos em quem Ele vai atuar, e por que atua em uns e não em outros. Vemos apenas o efeito em quem é nascido de novo.

 

Dos que fazem declaração pública de fé em Cristo na igreja, algumas nunca mais aparecem.

Outras voltam, se batizam, frequentam meses ou anos, e depois, esfriam.

Outras mesmo enfrentando provações, ficam firmes e ainda crescem espiritualmente.

Ou seja, uns, de fato, nasceram de novo. Outros, não. Por que? Não sabemos.

Há casos em que temos dificuldade até de saber quem é e quem não é convertido.

Esse é um trabalho do Espírito Santo e só Deus compreende totalmente.

 

v.9: Nicodemos continua confuso, querendo compreender.

 

v.10-12

Jesus sabia que, àquele altura, pouco adiantaria mais explicações teológicas.

Em vez disso, repreende o fariseu por dois motivis:

 

1. Porque era mestre, ensinava os outros, sem compreender coisas básicas.
Quem se propõe a ensinar as coisas de Deus, carrega uma enorme responsabilidade – especialmente, é claro, pastores, professores, etc.
Mas, a rigor, qualquer pessoa que se propõe a falar da Bíblia, tem de ter cuidado.

 

2. Estava duvidando de Jesus.

E não apenas ele, mas os outros fariseus também.
E era um grande erro duvidar de Jesus, pois Ele falava com a autoridade de quem sabia por experiencia própria, por ter vivenciado pessoalmente o que relatava.

Ele vinha do céu!

 

... coisas terrenas: coisas que ocorrem aqui na terra, como o novo nascimento, que, embora invisível na essência, por ser de natureza espiritual, é visível nos resultados.

Mas existem coisas que temos de crer por pura fé, sem condições de comprovar de modo visível: Trindade, atributos de Deus, e muitas outras.

 

v.13

Jesus atesta a Sua autoridade de falar das coisas celestiais: Ele próprio descera do céu.

Essa é uma revelação fantástica para Nicodemos: Jesus não apenas era comissionado de Deus, como profeta ou mestre, mas Ele mesmo viera pessoalmente do céu.

 

Pode parecer sutileza, mas CRER nisso é crucial para traçar linha entre salvo e perdido.

 

que está no céu: Talvez observação de João (que escreveu em 95dC, 60 anos depois de Jesus ter voltado ao céu).

 

v.14-15: Dedicaremos a próxima pregação a esses versículos.

 

Encerro enfatizando: o novo nascimento é imprescindível para ver o reino de Deus.

Não é suficiente ser religioso, nem ser bonzinho, ou qualquer outra coisa.

É necessário passar por uma experiência fortíssima, através da qual passa a fazer parte de um nova criação.

Do jeito pelo nascimento alguém passa a fazer parte da raça humana, através do novo nascimento, passa a fazer parte de uma nova raça: a dos filhos de Deus. 2Co 5.17

 

Você já passou por essa experiência? Quando você nasceu de novo?

Se não, peça a Deus para lhe fazer participante dessa nova criação.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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