Ex 20.14 39 minutos 17/11/2019
Mauro Clark
Comentamos que o 5o. mandamento, Honrar pai e mãe, já mostrava interesse de Deus pela família.
Pois aqui está o segundo mandamento que visa a família, especificamente o casamento.
Preservando o casamento, Deus preservava a família e em consequência, a nação.
De saída, não confundamos com adultério com poligamia.
Adultério é, sendo casado, ter relações com outra pessoa além do cônjuge.
Poligamia é a prática de um homem ser casado com várias mulheres.
Relações com cada uma delas não era considerado adultério.
E como o AT trata a poligamia?
O casamento foi determinado monogâmico desde o começo - Gn 2.18-24
E embora seja lícito ver ali uma proibição implícita à poligamia, o fato é que, no AT, Deus não proíbe expressamente a poligamia.
E, mesmo não autorizando a poligamia, Deus legislou para o caso de haver: Dt 21.15-17.
Parece que Deus teve certa paciência com a cultura da época, em que a poligamia era generalizada nas nações vizinhas.
E o fato é que a poligamia não foi muito praticada em Israel.
E o que que dizer da poligamia de grandes personagens do AT, Abraão, Jacó, Davi?
É um pouco embaraçoso que a Bíblia em nenhum momento os condena por isso.
Parece que a resposta passa pela tolerância de Deus quanto à cultura da época.
Além do mais, duas observações:
1. Os casos de poligamia que o AT registra era quase todos de reis. Dos 13 casos de poligamia no reino dividido, doze foram de reis.
Não é à toa que Deus preveniu explicitamente os reis contra a poligamia: Dt 17.17
2. A poligamia trouxe muitos problemas a quem tinha mais de uma esposa.
Antes de passar para o NT, não posso deixar de comentar que o homem “segundo o coração de Deus”, de quem Jesus é descendente e de quem herdará o reino de Israel, o grande Davi, foi os dois: polígamo e adúltero (Bateseba era casada).
Bom exemplo para não confiarmos em homens e valorizarmos o tamanho da graça de Deus em escolher Davi para posições tão honradas.
E você é crente porque Deus concedeu a você a mesmíssima graça que usou com Davi.
NT
Jesus agiu com este mandamento da mesma forma que fez com o sexto: repetiu, dando ênfase no aspecto espiritual, interno. Tornou a exigência muito maior:
Mt 5.27-30 – O adultério nasce do coração: basta olhar e pensar.
Cuidado, o solteiro que pensa: “Ainda bem que nada disso é pra mim”.
Tudo indica que idéia aqui vai além de apenas pessoas casadas (embora, tecnicamente, só pode cometer adutério quem é casado).
Mas Cristo generalizou: qualquer que...
Ou seja, está em vista aqui qualquer pecado de imoralidade, mesmo na mente, cometido por qualquer um.
Como Jesus estava explicando a essência do mandamento, entendemos que, ao decretar o sétimo mandamento a Moisés, “Não adulterarás”, Deus estava vendo além do casamento em si.
Ele esava olhando para a pureza sexual de qualquer pessoa.
Inclusive, depois, a própria lei entrou em detalhes sobre pecados sexuais (Lv 18).
A maneira de proteger o homem de pecados sexuais era o casamento.
E uma vez casado, que se limitasse à sua mulher, como dá a entender Gn 2.
Voltando a Jesus em Mt 5:
Uma vez que o pecado da sensualidade vem de dentro, o que fazer?
Jesus diz para arrancar olho ou mão.
Mas obviamente aqui é um exagero (figura de linguagem), para chocar e enfatizar a importância da pureza sexual.
Não tem sentido aplicar literalmente. Afinal, se tirar o olho, a sensualidade continua.
Orígenes, (teólogo da igreja grega, hereje, 200dC) levou a extremo e se castrou.
Seja como for, fica evidente o princípio de Cristo: é responsabilidade de cada um evitar ao máximo situações de tentação.
Se ver certas coisas (Internet, revista, garotas) faz pecar, não veja.
E, na prática, não usar o olho, é o mesmo que não tê-lo. É o mesmo resultado!
A pureza sexual é extremamente importante para a vida cristã: 1Co 6.12-20
É impressionante que Paulo lança mão das 3 Pessoas da Trindade ao utilizar os seus argumentos:
* O nosso corpo é membro de Cristo. Cometer impureza contra o corpo, é contaminar o próprio Cristo.
* Somos um só espírito com Deus. E Ele só admite se unir com quem trata o corpo como Ele aprova: sendo solteiro ou sendo um só corpo com a própria esposa. Como nos tornarmos um corpo com uma prostituta (ou com mulher que não a nossa?)
* Somos santuário do Espírito Santo, que foi mandado por Deus. Ele habita em nós. Com que contrangimento o Espírito Santo habitará alguém que está prostituindo o próprio corpo.
* Não somos de nós mesmos, fomos comprados por preço, temos dono!
Ou seja, não podemos fazer o que bem entendemos. Temos que dar satisfações a quem nos comprou.
Outras passagens sobre pureza sexual:
* Para os casados: Hb 13.4
* Para todos os crentes: 1Ts 4.3-8 (pureza própria e dos irmãos)
Que Deus nos ajude a nos mantermos puros, dignos dEle. Amém