PREGAÇÃO

Pano de saco, hoje? (Série APOCALIPSE 28 de 75)

Ap 11.3-6      67 minutos      09/09/2018         

Mauro Clark


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Estamos entre a 6ª e a 7ª trombetas, João descreve três eventos.

Já vimos o 1º e o 2º, hoje o terceiro.

Os comentaristas veem aqui uma das passagens mais difíceis de Apocalipse.

 

v.3: Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco.

Minhas testemunhas: Deve ser Cristo (ou Deus ) quem fala. E parece que vai até o v.10.

No v.2, pela 1ª. vez se falou num período igual à metade da Tribulação: 42 meses = 3,5 tempos (anos) = 1260 dias.

Agora, em 11.3, mais uma vez: Duas testemunhas profetizarão por 1.260 dias = 42 meses

Até o cap. 13, outras 3 vezes esse período será referido:

* 12.6: Mulher (Israel) foge para o deserto onde será sustentada por 1260 dias

* 12.14: Mulher (Israel) é sustentada no deserto por um tempo, tempos e metade de um tempo, ou seja, 3,5 tempos (tempo como unidade para um ano)

* 13.5: À besta (Anticristo) foi dada autoridade para agir 42 meses.

 

Mas a qual metade esses eventos se referem? Opiniões divergem muito.

A maioria dos pré-milenistas pensa que todas se referem à 2ª. metade.

Concordo, exceto com as testemunhas, que acho se enquadram melhor na 1ª. metade.

Nesse caso, os 2 homens agiriam no tempo de paz que o Anticristo fará com os judeus.

Daniel fala claramente dessa divisão da Tribulação em duas partes: Dn 9.27; 7.25; 12.7

 

v.4: São estas as duas oliveiras e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da terra.

Os dois personagens são chamados de quatro coisas:

1. Testemunhas: que vê alguma coisa e confirma. Claro que falam de Deus.

2. Profetas... que profetizem...: arautos da Palavra de Deus

3. Oliveiras

4. Candeeiro: castiçal, candelabro, estrutura conde se coloca uma ou várias velas.

Essas duas últimas remetem a Zc 4.2, 3, 11-14 (em si passagem difícil, que aponta a curto prazo para Josué e Zorobabel (líderes do retorno do exílio babilônico) e também para um futuro mais longo, certamente aqui (no v.14, há dois ungidos que assistem junto ao Senhor de toda a terra).

Em suma: o candelabro (ilumina) com óleo (azeite) que vem de um vaso diretamente alimentado por duas oliveiras. Ideia de que a palavra dos servos de Deus vem diretamente do próprio Deus (Espírito Santo).

 

Alguns interpretam como não sendo seres humanos, mas valores ou princípios, como o NT e o AT;  a Lei e os Profetas; os dois aspectos real e sacerdotal da igreja, etc.

A maioria acha que de fato se referem a seres humanos, mas com muitas sugestões: todos os profetas, grupos de líderes, judeus crentes e gentios crentes.

Afunilando, há os que acham que são dois homens.

Entre esses, uma pequena minoria varia muito de sugestão: Pedro e Paulo; Lutero e Melanchton, etc.

Muitos acham que são Elias e Moisés (ou Enoque).

Outros (como eu) acham que não são nenhum dos dois especificamente, mas dois homens que virão a ser conhecidos, com semelhanças óbvias a Elias e Moisés.

O fato é que não é possível identifica-los com algum personagem bíblico.

Obviamente são dois homens extremamente importantes para o plano de Deus, altamente fieis, honrados com grande poder, mas também constrangidos com grande humilhação de serem mortos e expostos.

E depois novamente honra de serem ressuscitados e chamados para o céu.

 

Sejam quem for e quando for, não há dúvida sobre um aspecto aparentemente insignificante, mas extremamente importante do ministério deles:

... vestidas de pano de saco.

Tecido grosseiro (silício), às vezes de pele de cabra, desagradável à pele.

Modo de vestir típico dos profetas, ao denunciarem os pecados do povo (Is 20.2) ou de qualquer um que estivesse arrependido ou lamentando, humilhado, por pecados próprios ou de outros (Jacó: Gn 37:34; Davi: 1 Cr 21:16; Jó: Jó 16.15; Jr 6.26; 2Re 6.30; Mt 11.21).

 

O texto não diz o motivo de eles usarem pano de saco.

Talvez misto de lamento pelo estado terrível da humanidade, denúncia do pecado generalizado, alerta do julgamento iminente e o rumo a tomar, Arrependam-se.

Esse era o foco das pregações de João Batista e do próprio Jesus Cristo.

Este é o foco da pregação do próprio Evangelho.

E já vimos mais de uma vez João comentando que, mesmo com tanta destruição causada pelo julgamento de Deus, eles não se arrependiam.

 

Nós: Além da atitude penitente no andar diário quanto aos próprios pecados, o crente deve estar sempre vestido, ou mostrando uma atitude de denúncia contra o pecado e apontando no caminho do arrependimento.

 

v.5-6: Se alguém pretende causar-lhes dano, sai fogo da sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém pretender causar-lhes dano, certamente, deve morrer. Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem.

À primeira vista, o que mais parece chamar atenção é o poder que os dois receberam de Deus: fogo mortal da boca, impedir chuva, converter água em sangue e ferir a terra com todo tipo de flagelo, não uma ou duas vezes, mas quantas vezes quisessem.

Mas o mais impressionante é a importância que eles tinham para Deus, tendo sido completamente blindados contra qualquer mal, a ponto de se alguém PENSASSE em lhes causar dano, tinha de morrer, ou seja, eles tinham obrigação a mata-lo!

Será contradição, profetas de Deus pregando arrependimento de pecados, fazerem isso?

Não. O que parece contradição é precisamente o motivo!

Eles eram superprotegidos e precisavam eliminar qualquer ameaça exatamente porque eram profetas de Deus, com uma missão divina a cumprir. Tinham de ser respeitados.

Os dias de oportunidade estavam acabando. Era preciso levar a mensagem a todo custo.

Uma mensagem, repito, de proposta de salvação em Cristo, via arrependimento.

Ao ser humano cabe arrepender-se diante de Deus e ser perdoado por Ele, ou ser destruído por esse mesmo Deus.       

Agora, se eles iriam querer ouvir ou não, se iriam querer aceitar ou não, isso era com eles. Mas tinham de respeitar os profetas de Deus.

Ninguém brinca ou debocha de Deus e fica impune.

O fato de Deus não punir toda vez que um pecador que O ofende não significa que não tenha direito de fazê-lo e que um dia irá fazê-lo!

 

Veremos o restante do ministério desses dois homens na próxima pregação.

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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