PREGAÇÃO

Terceiro propósito da Ceia: comunhão em Cristo (Série CEIA 6)

1Co 10.16      38 minutos      01/08/2021         

Mauro Clark


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Tenho dito que a Ceia tem propósito TRIPLO:

1) Lembrar de Cristo (memória) – já falamos

2) Anunciar a morte de Cristo até que Ele venha - já falamos

3) Praticar comunhão uns com os outros tendo como centro a Pessoa de Cristo - hoje

 

Antes de concentrar no v. 16, vejamos o contexto: v.14-22

Entre outras admoestações à igreja de Corinto, Paulo os exorta quanto à idolatria.

Os convertidos gentios vinham diretamente do paganismo.

Havia muitos templos pagãos em Corinto, inclusive à deusa Afrodite, (deusa do amor) cujo culto incluia prostituição e imoralidade: forte tentação aos novos crentes, que conheciam os prazeres carnais encontrados lá.

 

Uma coisa sabemos de alguns crentes: estavam participando de banquetes dedicados a deuses (certamente dentro dos templos deles).

Paulo argumenta que esse procedimento era altamente condenável, pois os irmãos estavam participando do próprio culto pagão.

E assim, era como se estivessem prestando culto ou adorando ao deus falso.

 

É diferente do crente comprar, no mercado, carne que havia sido sacrificada e levar para casa para comer com a família (v.25-26).

Também é diferente do crente ser convidado para comer na casa de alguém (v.27).

 

O argumento de Paulo é simples: quem participa de ritual religioso, implicitamente está envolvido no que aquele ritual representa.

Para provar, cita dois rituais legítimos, instituídos e aprovados por Deus (apesar de que o primeiro já havia perdido o sentido e estava desaparecendo):

1) Sacrifício em Israel (v.18): alguns tipos de sacrifícios permitiam ao participante comer a carne do animal sacrificado a Deus.

Era como se estivesse participando do sacrifício oferecido pelo sacerdote.

 

2) Ceia do Senhor - v.16

Interessante que o ensino sobre a Ceia, entrou aqui como ilustração a um argumento. Mesmo assim, é extremamente valioso e é onde vamos nos concentrar.

 

Mas, antes disso, vamos concluir o argumento de Paulo: quem participa de banquete onde há sacrifícios pagãos, está cultuando de forma errada e ofensiva a Deus.

O problema mesmo não está no animal sacrificado e nem mesmo no próprio ídolo a que se sacrificou, pois ídolo nem existe, é imaginário.

O gravíssimo é que por trás da adoração pagã o que há mesmo é adoração a demônios, e esses sim, são seres reais.

Demônios são anjos decaídos, subordinados a Satanás.

Satanás e seus demônios são sedentos de poder, anseiam por receber adoração que pertence a Deus.

Por isso fazem os homens inventarem todo tipo de deuses, com histórias fantásticas.

Mas na realidade, quando alguém adora a esses deuses, está de fato adorando, mesmo inconscientemente, é o próprio diabo e seus anjos malignos.

 

Os crentes de Corinto deveriam evitatr qualquer associação com demônios.(v.20b-21)

Eles já participavam da Ceia do Senhor (cálice do Senhor e mesa do Senhor).

Era incompatível participar também de comidas e bebidas oferecidas a demônios.

O vinho é a comunhão do sangue de Cristo e o pão que partimos é a comunhão do corpo de Cristo.

comunhão: koinonia = ter em comum; compartilhar, usufruir junto

 

Em Mt 26.29, Jesus falou dessa comunhão pessoal dEle com os Seus discípulos.

E aquela comunhão pessoal estava sendo interrompida naquele dia da traição.

Ele morreira, ressuscitaria, passaria 40 dias aqui (num relacionamento diferente do que havia sido antes) e subiria de volta ao céu. Mas não era o fim!

Aquela comunhão voltaria.

E não mais de forma incompleta, mas de modo novo, pleno, com gozo total.

Quando? Ele não especifica. Duas opções:

a. Mais provável: as Bodas do Cordeiro (Ap 19.6-9), no céu, logo após o Arrebatamento, enquanto a Tribulação está começando aqui (ou lá!) na Terra.

b.  O chamado BANQUETE MESSIÂNICO, que será durante o milênio: Lc 22.29-30. Ou na consumação, após o milênio: Is 25.6-9; Mt 8.11

 

Seja como for, é interessante que vemos na Bíblia várias alianças comemoradas com banquetes (comida e bebida):
- Isaque e Abimeleque, rei dos filisteus: Gn 26.26-31
- Jacó e seu tio Labão: Gn 31.43-46, 53-54
- Davi e Abner (general de Saul, já morto): 2Sm 3.12-13,20
- A própria aliança de Deus com Israel, através de Moisés: Ex 24.9-11
Agora vemos Jesus comemorando a Nova Aliança com um banquete: a Ceia! Primeiro na terra, meio precariamente, mas depois no céu!

 

Voltando e concluindo:

Vemos então que, além do propósito de LEMBRAR a morte de Cristo (MEMÓRIA) e de anunciar a morte dEle até que Ele venha, um TERCEIRO propósito da Ceia é externar a nossa comunhão em Cristo, ou seja, o fato de que todos nós compartilhamos do mesmo EFEITO do sangue de Cristo derramado na cruz, sangue esse simbolizado pelo vinho.

Todos fomos purificados dos nossos pecados pelo mesmo sangue.

Todos fomos beneficiados com a mesma morte, que nos trouxe a vida.

 

Com relação ao pão: mesma idéia de compatilhamento, só que agora referindo-se não mais à morte de Cristo, mas à Pessoa dEle.

Compartilhamos uns com os outros dos mesmos benefícios de pertencermos a Cristo, de estarmos intimamente ligados à Pessoa dEle, de nos ALIMENTARMOS diretamente dEle.

Jesus falou desse alimento em Jo 6.51-57 (palavras duras, de natureza espiritual: v.63)

O crente precisa se alimentar espiritualmente de Cristo, comendo a sua carne e bebendo o seu sangue.

 

 

Em suma: um dos propósitos da Ceia é mostrar o que nos mantém unidos, como um grupo, não é o fato de moramos perto uns dos outros ou gostarmos das mesmas coisas, dos mesmos esportes, ou simpatizarmos uns com os outros, ou outro motivo que seja, além do seguinte: o que nos mantém unidos como um grupo é a pessoa de Cristo, uma união tornada possível porque o sangue dEle nos remiu a todos.

 

Que tipo de aplicação prática podemos tirar dessa belíssima verdade?

Estamos todos nivelados.

Éramos perdidos e fomos purificados pelo mesmo sangue. Agora somos salvos, intimamente ligados e alimentados pela mesma Pessoa de Cristo.

Ou seja, temos sido alvos da pura misercórdia de Deus.

Como podemos pensar em ser uns melhores do que outros se somos iguais em Cristo, prontos para servir uns aos outros?

 

Lembremo-nos dessas coisas ao participarmos agora da Ceia.

Que Deus nos abençoe. 

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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