Do v.1 ao 7, Isaías fala de um personagem maravilhoso, central para a vida de Israel e de todo o mundo.
Estamos fazendo exposição em 3 partes:
1) O efeito desse personagem no mundo, quando esteve aqui pela 1a. vez (falei)
Recapitulando: Falei do contraste entre o final do cap. 8 e a profecia de 9.1-7.
Nos v.1-2, Isaías falou em luz que dissiparia as trevas.
Como esssa luz foi Cristo na 1a. vinda, é evidente que, no meio do v1, o profeta deu um pulo do tempo dele até o nascimento do Messias, cerca de 750 anos.
2) O efeito dele no mundo, quando vier pela 2a. vez
3) Características pessoais desse personagem e do reino dEle (próxima semana)
Hoje, veremos a segunda.
v.3-5
Do v.2 ao v.3, há uma mudança de tom.
O tempo futuro é substituído pelo presente.
Certo que, em profecia, é normal o profeta falar no presente de coisas futuras.
Mas mesmo sendo o caso aqui (que é mesmo!), mostra uma mudança significativa no fluxo da profecia, como uma nova etapa.
Agora, não promessa de mudança de trevas em luz, mas louvor a Deus por várias coisas maravalhosas que já estavam acontecendo (na época do cumprimento da profecia).
* Em vez de experimentar destruição e morte, o povo estava crescendo, se multiplicando.
* Em vez de angústia e ansiedade, alegria, muita alegria (4 vezes “alegrar” e “exultar”).
Alegria da ceifa (abundância)
Alegria da conquista, quando se reparte o despojo.
Alegria da liberdade total, quando se quebra o jugo, as correntes do domínio, o peso da escravidão, quando se livra peso da vara que fere os ombros.
Dia dos midianitas: Jz 7.1-24 (Batalha em que Gideão, com 300 homens, com trombeta e cântaros com tochas dentro, venceu os midianitas).
* Em vez de guerras, paz. (v.5: botas e vestes manchadas de sangue... queimadas)
(Veja a naturalidade com o profeta alterna do presente para o futuro!).
Mas, a que época se refere essa parte da profecia?
Do ponto de vista de Isaías, a 1ª. ocasião poderia ser o retorno da Babilônia, em 530 dC.
Mas não é. O retorno não se deu em liberdade, mas sob domínio medo-persa.
E até a 1a. vinda de Cristo, nada ocorreu que pudesse parecer com essa profecia.
Depois dos medo-persas, Israel se subordinou aos gregos e depois aos romanos.
Chega o Messias. Agora seria a tão esperada libertação do povo judeu, o cumprimento de todas as profecias sobre a redenção definitiva de Israel e reinado do Messias, certo? Não!
Isso certamente ocorreria, mas não na 1a. vinda de Cristo.
Ele veio, morreu, ressuscitou e voltou ao céu, estando Israel sob o domínio dos romanos.
Ou seja, durante a estadia dEle aqui, nada disso ocorreu.
E depois é que não foi mesmo!
Em 70 dC os romanos destruiram Jerusalém.Em 135 dC outra revolta: judeus espalhados.
O Estado de Israel deixou de existir.
A Palestina passou a ser dominada por vários poderes: depois de Roma: árabes; europeus (cruzadas); egípcios; turcos; ingleses.
Ao longo desses 20 séculos, os judeus se tornaram um povo sofrido, espalhado pelo mundo e perseguido por onde andava.
Além dessa profecia de Isaías continar pendente, muitas outras profecias falam de grande retorno dos judeus para Israel: Is 11.12; Ez 20.41
Nenhuma dessas profecias se cumpriu no retorno da Babilônia, na 1ª. vinda de Cristo e em nenhuam ocasião até agora.
Só havia uma explicação: Israel voltaria a existir como país e o Messias voltaria para lá.
Ao longo desses 2000 anos, muitos crentes criam nisso (pre-milenistas) e muitos duvidavam, mesmo ainda poucas décadas atrás: “Onde está Israel?”
Mas no final do século 19 e início do século passado (XX), começou um movimento de retorno e em 1948 foi oficialmente restabelecido o Estado de Israel.
As profecias sobre esse grande retorno começaram a se cumprir.
É fácil ver na Internet fotos de judeus chegando de vários lugares, em aviões lotados.
Estamos vivendo hoje um fortalecimento de Israel: grande privilégio.
Mas a história não terminou. Israel está longe de viver em paz. E nem o mundo, em geral.
Israel vive em conflitos com os árabes. Muita luta ainda haverá.
No futuro, o Anticristo dominará o mundo e será altamente anti-semita.
Fingirá amizade com os judeus, fará um pacto com eles, mas romperá este pacto no meio da Tribulação. Dn 9.27
E perseguirá ferozmente os judeus, para destrui-los totalmente: Mt 24.15-22
É como se os velhos tempos dos assírios e babilônicos tivessem voltado, com fúria maior.
Os judeus estarão correndo perigo real de serem varridos do mapa.
Nesse momento volta o Messias para salvar Israel, com poder, lutando, destruindo os seus opressores e matando todos os incrédulos. E iniciará o Milênio.
Pois é desse período de que trata essa parte da profecia de Isaías e tantas outras.
Tem de ser!
Ou seja, Isaías deu um salto enorme a partir da 1a. vinda de Cristo, passou por cima da época da igreja (que terminará com o Arrebatamento) e pousou no final da Tribulação e início do Milênio.
Até agora, esse salto está em 2.800 anos - de um versículo para o outro!
Mas assim são muitas profecias bíblicas.
Voltando: as situações que vimos, na realidade são características do Milênio: liberdade, crescimento, alegria, paz.
E Israel será apenas o ponto de partida.
Os gentios de todo o mundo se beneficiarão com o reino do Messias.
Dias maravilhosos virão futuros, nesta Terra - tanto para Israel como para nós, gentios.
Na pregação passada falamos do efeito de Cristo no mundo, quando veio pela 1a. vez.
Hoje falamos do efeito dEle no mundo, quando vier pela 2a. vez.
Mas até o v.5 Isaías não falou de características do próprio Jesus Cristo.
É quando chega nos v.6-7 que tudo se descortina.
É como se a revelação dos v.6-7 explicassem como é que as bênçãos tão espantosas dos v.1-5 puderam ocorrer e ainda ocorrerão.
Após falar do efeito das 2 vindas de Cristo ao mundo, Isaías fala da própria pessoa Dele.
Veremos isso no próximo domingo.
Que Deus nos abençoe. Amém