PREGAÇÃO

Ceia do Senhor: o que significa? (Série CEIA 3)

Mt 26.27-28 Lc 22.19-20      31 minutos      01/11/2020         

Mauro Clark


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Vimos que a Ceia consiste de comer um pedaço de pão e um beber cálice de vinho.

E que o pão se relaciona com o corpo de Cristo e o vinho com o sangue de Cristo.

Examinamos várias afirmações cruciais sobre o corpo de Cristo e o sangue de Cristo. 

Terminamos ficando de verificar duas coisas, o que faremos agora:

1. Como é exatamente essa relação do pão com o corpo de Cristo e do vinho com o sangue de Cristo.

Fiquei de verificar o que significa isto É o meu corpo e isto É o meu sangue.

É impressionante como tão poucas palavras, expressando uma idéia simples, causaram tanta confusão na história da Igreja Cristã, especialmente na época da Reforma, séc. 16.

Lutero, Zuínglio e Calvino não concordavam com o que estava incluído na Ceia. 

Quatro posições sobre a Ceia:

Romana: Transubstanciação: Cristo está fisicamente no pão e no vinho, que são transformados literalmente no corpo e sangue dEle.

O que está ali não é mais trigo e nem vinho, mas o corpo físico de Cristo, exatamente como quando Ele estava aqui.

O Concílio de Trento (1545-63), no movimento Contra-Reforma, declarou que hóstias e vinho consagrados e não consumidos deveria ser adorados como o próprio Cristo vivo!

 

Lutero (1483-1546) : Consubstanciação: Cristo está fisicamente no pão e no vinho, embora os elementos também ainda estejam ali.

Lutero era conservador quanto a muitas coisas da Igreja Romana e tendência mística.

Para ele, na frase “Isto é o meu corpo...”, o “é” tinha valor literal. Ficava irado com quem dissesse que era apenas metafórico.

 

Zuinglio (1484-1531): Cristo não está fisicamente presente no pão e no vinho, pois está fisicamente no céu.

Achava repugnante a ideia de fisicamente comer o corpo e beber o sangue de Jesus.

O “é” de Cristo em “Isto É o meu corpo” é metafórico, exatamente como as inúmeras afirmações do tipo “Eu sou”. Essa é a posição batista.

Lutero e Zuínglio se encontraram no famoso encontro em Marburg (1529), onde concordaram com muitos pontos, mas Lutero foi absolutamente duro e irreconciliável quanto ao assunto da Ceia.

Zuínglio estendeu a mão num gesto de comunhão, mas Lutero se recusou a apertá-la.

 

Calvino (1509-1564): Discordava de Lutero quanto a Cristo estar fisicamente presente no pão e no vinho, mas discordava radicalmente de Zuínglio de que o pão e vinho eram apenas sinais da comunhão com Cristo.

A Ceia era alimento espiritual, mas real, um sacramento e um meio de graça.

A falta da presença física é substituída pela atuação do Espírito Santo.

Ou seja, há a presença mística de Cristo nos elementos e quem deles comia e bebia efetivamente era alimentado por Cristo.

Portanto, a ideia de Calvino se aproximava mais da de Lutero do que da de Zuínglio.

 

2. Além da simbologia, da representação, da lembrança (como veremos), existe uma realidade espiritual por trás da ordem de comer o pão e beber o vinho?

Sim: Jo 6.51-58: “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus significa que o crente apropriou-se dEle pela fé, na conversão, incluindo a participação na ressurreição que Cristo experimentou e na vida eterna que Ele tem.

E essa apropriação apenas começou na conversão, mas continua hoje e continuará eternidade adentro.

Não podemos afirmar que aqui Jesus estava falando diretamente da Ceia, que Ele iria instituir um anos depois.

Ele estava falando de uma realidade espiritual que a Ceia viria a representar.

Mesmo assim, óbvio que a passagem ilumina muito a questão da Ceia, dando a entender que a Ceia simboliza a união pessoal, a comunhão espiritual do crente com Cristo e o fato do crente se alimentar de Cristo – Jo 5.4. 

Uma vez visto o que significa, próximo passo é verificar qual(is) o(s) propósito(s) da Ceia. 

Que Deus nos abençoe. Amém 

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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