PREGAÇÃO

Quero mais sabedoria do alto! (Série ECLESIASTES 29)

Ec 7.19-25      65 minutos      24/10/2021         

Mauro Clark


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Quando preguei sobre Ec 7.10-12, vimos quatro lições sobre sabedoria:

1ª: Nunca pergunte: “Por que os dias passados foram melhores que os de agora?” Pois não é sábio fazer essa pergunta.
2ª. Boa é a sabedoria havendo herança (hebr.: propriedade)

... ela (a sabedoria) é proveitosa para os que veem o sol

A sabedoria protege do mesmo modo que o dinheiro mas a vantagem da sabedoria é que ela dá vida a quem a possui.
Salomão conclui que a proteção da sabedoria é muito mais eficaz do que a do dinheiro, pois a sabedoria dá vida (ou no sentido físico, espiritual (vida eterna), ou ambos.

Depois de falar sobre outros assuntos dos v.13-18, Salomão volta ao tema da sabedoria.

Do v.19 ao 25, com duas exceções, ele só fala de um assunto: sabedoria.

 

Ele retoma o assunto da sabedoria começando do ponto em que deixou, no v.12.

Lá ele disse que a sabedoria protege, comparando com a proteção do dinheiro.

Agora, ainda falando de proteção, compara com a proteção que a força física proporciona.

 

v.19

A sabedoria fortalece o sábio, mais do que dez poderosos ... numa cidade.
Deixarei para comentar este ponto quando chegarmos em Ec 9.13-18 que trata do mesmo assunto e de modo bem mais detalhado.

 

É curioso o método de Salomão: fala de um assunto (no caso, sabedoria), depois sai, fala de outras coisas, depois retorna e logo sai de novo, para depois retornar.

 

Desta vez, faz um parêntese abrupto na questão da sabedoria, numa afirmação solene, não fruto de observação pessoal, mas, com muita autoridade, estabelecendo um princípio válido para toda a humanidade.

Ele estava inspirado por um conhecimento muito acima do dele: do próprio Espírito Santo.

 

v.20: Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque.

Esse princípio é citado em Rm 3.12b, no famoso trecho de Rm 3.9-18, que contém várias passagens do AT mostrando a universalidade do pecado (depravação total do homem).

Esta doutrina é um dos pilares da ensino bíblico e bem que mereceria toda uma pregação, mas fica para outra vez.

Apenas alguns versículos: Sl 14.3; 143.2; 1Jo 1.8

 

Agora um conselho bem prático da Salomão:

v.21: Não dê atenção a todas as palavras que se dizem, para que você não venha a ouvir o seu servo amaldiçoando você.

 

Não seja tão exigente com o que ouve, levando tudo ao pé da letra e sentindo como uma facada cada coisa desagradável que ouvir, especialmente sobre você próprio.

Mesmo sendo verdade, é desgastante e sofrido, especialmente se vem de alguém perto.

Além do mais, muita coisa será distorcida e outras totalmente inventadas.

É pura falta de sabedoria querer saber de tudo o que falam ao seu redor.

 

Alguém poderá reagir: Ah, esse infeliz está me amaldiçoando? Pois vou demiti-lo!

Antes disso, Salomão faz uma acusação humilhante para cada um de nós:

 

v.22: E você sabe que muitas vezes você mesmo já amaldiçoou os outros.

É humilhante porque é a pura verdade, a ponto de Salomão nem precisar nos conhecer para acusar: vale para todos, sem exceção!

E qual o beneficio de sabermos que nós mesmos já falamos mal de outros?

1. Chamar nossa atenção, nos envergonhar e procurar não fazer mais.

Já pensou se cada pessoa da qual você falou mal ficasse sabendo? Você ficaria envergonhado, provocaria raiva no outro, com risco de estragar o relacionamento.

E talvez o que você disse foi meio exagerado pela circunstancia, etc. Ou seja, só prejuízo.

2. Desencorajar cada um a não se ligar tanto no que os outros dizem, especialmente coisas negativas de você.

 

v.23b

Tudo isto examinei por meio da sabedoria. Eu disse: “Serei sábio...”

Tudo isso: as coisas do livro em geral: pensamentos, observações, conclusões, etc.

Salomão repete que buscava intensamente compreender as coisas embaixo do sol.

E não apenas buscava, mas decidiu ser sábio.

 

(Mudando a ordem dos versículos):

v.25: Procurei conhecer, investigar, buscar a sabedoria e a razão, e compreender que a maldade é estupidez e a tolice é loucura.

Parece meio estranho Salomão dar a entender que somente depois de aprofundar na busca da sabedoria, é que concluiu que a maldade é estupidez e a tolice é loucura.

Mas talvez para um filósofo como Salomão, que tentava compreender os meandros da existência humana, não fosse tão óbvio assim.

Se ele pesquisasse mais profundamente a natureza das coisas, será que não terminaria concluindo que a impiedade e falta de compaixão, etc, não são coisas tão ruins assim?

Parece que Salomão ficou angustiado em pesquisar cada vez mais, até descobrir algo:

 

v.23b-24: Mas a sabedoria estava longe de mim. O que está longe e é muito profundo, quem o poderá encontrar?

NVI: ... mas isso estava fora do meu alcance. A realidade está bem distante e é muito profunda; quem pode descobri-la?

Mesmo que percebesse a importância da sabedoria, procurasse adquirir sabedoria, meditar, refletir, etc., isso não seria suficiente.

A sabedoria completa não estava totalmente ao alcance da sua mão.

A realidade, a complexidade da vida é grande demais para ser compreendia apenas com esforço próprio.

 

Penso que, ao chegar a essa conclusão, Salomão deve ter sentido muito alívio, como se tirasse uma peso da sua mente, da sua consciência.

Algo como o sentimento de Paulo ao exultar com o brado espetacular, depois de tentar explicar o inexplicável: Rm 11.33

O próprio Salomão teve esses momentos: Ec 3.11

Dn 4.35 ; Jó 9.10, Jó 28.12-23; Sl 92.5; Sl 139.6; Is 55.8-9

 

Termino com a grande lição do texto - aliás de todo o livro de Ec e da própria Bíblia, que serve para todos os homens, mas, na prática, apenas será aproveitada pelos crentes:

1. Procure por sabedoria, entender o que ocorre ao seu redor

2. Saiba que apenas entenderá uma pequena parte das coisas

3. Somente Deus sabe tudo

4. Para os que têm o Espírito Santo, salvos em Cristo, Ele está disposto, a transmitir diretamente uma parte da Sua sabedoria, não revelada a todos. É só pedir: Tg 1.5

5. Se você é crente, faça como um grande alvo da sua vida receber a sabedoria do alto.

 

Quanto a você, amigo, converta-se a Cristo, e aprenda coisas que nunca pensava em saber e veja como muitas coisas se encaixam para explicar a loucura deste mundo.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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